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Enquanto o sol lentamente se despedia do horizonte, os raios de luz filtravam através das árvores, pintando o acampamento com uma aura calorosa e reconfortante em um espetáculo mágico no céu em tons de laranja, vermelho e dourado.
Enquanto o brilho do sol poente refletia nas águas do lago, criando um cenário verdadeiramente mágico e inspirador, era possível ouvir os gritos animados dos semideuses devido ao início da corrida de bigas. Catherine sorriu com o som entusiasmado dos campistas, mesmo que não pudesse vê-los. Enquanto todos estavam na arena improvisada para a corrida, ela estava nos campos de morango. Estava sentada sobre a terra, sem se importar com a sujeira sobre sua calça flare em um jeans claro. Tinha conseguido algumas mudas de lírios brancos com Dionísio, e por alguns minutos ficou meditando sobre o espaçamento adequado para começar seu trabalho.

—Achei que ia para a corrida de bigas —ela ergueu seu olhar, sorrindo ao avistar Luke.

Depois de todas as profecias e lutas, Catherine tinha imaginado que uma corrida de bigas não seria uma preocupação real, e por mais que não pretendesse participar, acabou autorizando que Luke participasse, sabendo que ele jamais participaria sem a aprovação dela. Mesmo assim, lá estava ele, no campo de morangos se sentando ao lado dela na terra úmida.

—Eu mudei de ideia —ele deu de ombros, parecia bastante satisfeito com a própria decisão. —Deixei Tyson ir no meu lugar, foi a minha forma de agradecer o que ele fez.

—Ele é muito gentil —ela responde, se sentia mal em pensar que ela ou Ariadne tinham cogitado matá-lo na ilha. —Imagino que ele tenha mudado sua visão sobre os ciclopes.

Luke riu com suavidade. Ele tirou uma mecha dourada de cabelo do rosto de Catherine e a prendeu atrás da orelha, instantes antes de depositar um beijo suave sobre a bochecha dela.

—Ele meio que me obrigou, eu não podia ficar com raiva depois dele ter salvado minha alma gêmea.

A loira ainda tinha o mesmo sorriso em sua boca. Ela deitou sua cabeça sobre o colo de Luke, não se importando com a terra sujando seu corpo.

—Achei que você não gostasse de terra —ele diz com uma implicância brincalhona, impedindo que os cabelos dourados da garota se sujassem.

—Não gosto, mas achei que o meu parceiro de jardinagem estivesse em uma corrida de bigas... —ela retruca no mesmo tom, erguia um pouco o queixo para poder observar Luke melhor. —Então, fiz o que era necessário.

—Quer dizer que eu vou ter que te ajudar com isso? —Luke brinca, fingindo expressar que aquilo seria um grande sacrifício.

Catherine se ergueu, desviou o olhar e fez um biquinho, forjando uma expressão pensativa.

—Depende, o quanto você gosta de ter uma namorada?

—Desde quando você ficou tão má? —ele riu, instante antes de empurrá-la para a terra e começar a fazer cócegas em sua barriga.

A filha de Afrodite soltou uma risada incontrolável. Ela se debatia no chão e tentava afastar as mãos de Luke de sua barriga, uma tarefa sem sucesso.

—Luke! —ela gritou em meio as gargalhadas.

O filho de Hermes ria das expressões da garota e das tentativas falhas dela em desferir tapas. O corpo de Catherine se contorcia de forma hilária e lágrimas de riso escorriam por seu rosto. Aquele cenário se manteve até que ela conseguisse derrubar Luke na lama e ambos começassem com uma segunda guerra de terra.
Eles apenas pararam quando estavam deitados no chão, ambos imundos com a lama, levantando bandeira branca. Então, começaram a trabalhar com a plantação das pequenas mudas de lírio.

—Acha que vai demorar muito até o Velocino funcionar na árvore?

Catherine sabia que não era a melhor forma de quebrar o silêncio, mas também sabia que tinha que trazer aquele assunto a tona.

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