Love is a Thief

⎯8.

Catherine LeBlanc.

Krampus é uma criatura mitológica dos contos de terror europeus. Digamos que seja o oposto do papai noel, um ser semelhante ao demônio que pune as crianças que não se comportam da forma mais cruel e sádica possível.
Baba Yaga para os eslavos. Bogeyman para os norte-americanos. Imagino que a maioria conheça como Bicho-Papão.
Esse era o nome da minha nova espada. Um alerta de que tinha feito uma aliança com um monstro que acabaria comigo se eu desobedecesse.

Não tive coragem de contar isso a Luke. Odeio mentir para ele e tenho vergonha de confessar que me aliei a algo que tanto repudio. Me pergunto se ele me odiaria se soubesse a verdade. Ainda me apego a minha mentira de pensar que se eu for destrutiva em nome do amor, então estou fazendo isso pelos motivos certos.

Encarei os dois anéis em meus dedos.
A MordeCostas era bela e exótica em meu anelar, tinha uma joia negra chamativa encrustada em meio ao ouro.
Já Krampus era apenas um anel de sinete dourado em meu dedo médio. Apenas pisquei e a espada tinha tomado forma, observei sua lâmina e sua haste. Perfeitamente mortal, encostar nela era o suficiente para que sentisse aquela aura de morte e sofrimento. Meu destino não seria muito diferente se eu decepcionasse o Senhor Titã.
Ele não invadiu meus sonhos desde que tínhamos selado nosso acordo, não sei se estava esperando o momento certo para me atacar de novo, mas prefiro acreditar que estou segura enquanto durmo nos braços de Luke Castellan.

—Ficou sabendo sobre os novos semideuses? —indaga Luke, roubando minha atenção.

—Que semideuses?

Continuei com minhas cabeça deitada sobre o tampo de madeira da mesa, focando inteiramente minha energia em relaxar e sentir o carinho dele em meu pescoço.

—Thalia me disse que ela, Annabeth e Percy vão ir encontrar Grover. Ele achou novos semideuses, irmãos, aparentemente poderosos.

—Pobrezinhos, estão prestes a saber o que é ser um semideus —murmurei com pessimismo.

Luke riu, aproximou seu rosto da minha pele e beijou meu pescoço. Aquilo era o suficiente para que eu me arrepiasse e tivesse um calafrio.

—É maldade você fazer isso em público —digo baixinho, suspirando ao sentir outro beijo.

—Não se preocupa, eu faço de novo quando estivermos sozinhos.

Seu tom podia ser brincalhão, mas espero mesmo que ele esteja falando sério. Ergui um pouco o meu corpo e segurei seu rosto, o admirei por alguns segundos. Luke era tão bonito, parecia ter sido esculpido pelos deuses ou saído diretamente de uma obra de arte renascentista. Poderia ficar o observando para sempre, satisfeita com como seus olhos brilhavam ao me olhar, mas selei meus lábios contra os dele.

Acabei resmungando em sua boca ao ouvir alguém pigarrear, anunciando uma presença. Ele riu de mim e da minha preguiça em encerrar aquele beijo, então voltei meu olhar para os outros.

—Oi, gente —digo, fingindo naturalidade e sorrio.

Thalia era a única que não me olhava. Fazia mais de duas semanas desde que tivemos nossa outra pequena briga, depois que ela foi correndo dizer para Luke sobre o quanto eu era arrogante e insinuava que era melhor do que ela.
"Mas eu sou melhor do que ela", foi minha única resposta e acho que Luke aceitou bem.

—Já sabem mais sobre os semideuses? —ele questiona.

—Apenas que estão vivendo em um internato e monstros estão de olho neles —responde Annabeth.

—Qual é o nome deles mesmo? —Thalia demonstrava pouca importância, ficou espetando um pedaço de carne no prato com a ponta do garfo.

—Não lembro —diz Percy. —Acho que era Diana e Ângelo.