⎯8.

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Beijos são como notas suaves, uma sinfonia de sensações que ecoa nos lábios, revelando histórias sem ao menos usar palavras. Cada toque labial é um capítulo breve, onde a proximidade se torna a linguagem universal da conexão humana.
Os dois semideuses permaneceram tanto tempo juntos na noite passada que não sabiam dizer quantas horas haviam se passado, mas reclamavam aos deuses pelo fato de que a sensação não podia durar para sempre. Luke apenas saiu do Chalé de Afrodite quando soube que estavam o procurando, ele se atrevia a dizer que sair de lá tinha sido uma de suas tarefas mais difíceis.

O filho de Hermes sabia que Catherine tinha tomado a maior parte de seus pensamentos quando quase o beijou sob a luz do luar, mas aquilo triplicou quando ela realmente o beijou. Ele lembrava nitidamente dos lábios macios e doces dela, das mãos gentis acariciando seu rosto e seus curtos cabelos cacheados. Ele se recordava da sensação de apertar o corpo dela e sentir a pele quente sobre suas mãos.
Filhas de Afrodite sempre eram apaixonantes, os homens que se envolviam com elas sabiam que facilmente seriam fadados a se renderem a elas, Luke não foi uma excessão. E seu orgulho tentaria não fazê-lo admitir que havia pensado em Catherine por mais tempo do que deveria ser considerado normal.

—Onde você esteve ontem à tarde? —a voz de Chris o tirou de seus pensamentos.

—Eu estava ajudando a Crystal a treinar —Luke responde com uma meia-verdade.

—Não, depois disso.

—Eu não fiz nada depois disso —ele diz enquanto ambos andavam pelo Pavilhão de Refeições.

Chris estava totalmente disposto a retrucar aquilo, mas ao mesmo tempo parecia confuso com a afirmação do meio-irmão.
E ao invés de focar nas palavras de Chris, Luke estava 100% focado apenas em procurar Catherine com o olhar, o que foi uma tarefa falha nos primeiros instantes.

—O que você tá procurando? —questiona Chris, não fazendo questão de esconder sua curiosidade.

—Nada.

Ele finalmente avista Catherine. Ela estava sentada sobre tampo de uma das mesas, seus pés apoiados sobre uma cadeira, existiria certo alívio em Luke ao vê-la tão radiante como sempre, isso se ele não tivesse visto um dos filhos de Ares conversando com ela.

—Eu já volto.

Luke ignorou os questionamentos de Chris e se aproximou da filha de Afrodite, sabia que ela não tinha notado sua aproximação.

—Oi, princesa.

Ele a cumprimenta, colocando uma de suas mãos sobre a cintura dela e levando a outra até seu queixo, selando seus lábios em um beijo rápido. Catherine teria apenas sorrido no momento em que ele se aproximou, mas sentiu seus olhos se arregalarem um pouco quando ele a beijou, surpresa com tal ato. Ela poderia esperar que ele tomasse qualquer atitude, menos aquela, e podia sentir alguns olhares queimando sobre eles, o que a fez torcer para que suas bochechas não tivessem corado. E tão rápido quanto veio, o filho de Ares já havia saído.

—O que... —ela gagueja, rindo um pouco ao olhar para Luke. —Pode me dizer o que foi isso?

Ele deu de ombros.

—Eu te beijei, só isso.

Ela semicerrou os olhos, deixando um sorriso involuntário escapar.

—Se te serve de consolo —ela empurrou um pouco a cadeira com os próprios pés, abrindo espaço para que Luke se aproximasse dela. —Ele não faz o meu tipo.

—Qual seria o seu tipo?

A pergunta soava quase retórica enquanto Luke se aproximava de Catherine, que ainda estava sentada, e pousava sua mão sobre a coxa da garota. A loira manteve um pequeno sorriso, ela apoiou um de seus braços sobre o ombro de Luke e levou a outra mão para o pescoço dele, brincando com o cordão do acampamento em seu pescoço.

Love is a Thief Onde histórias criam vida. Descubra agora