⎯Epílogo.

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Houve uma tempestade com vendavais, trovões e principalmente raios, mas a calmaria veio. O sol pareceu mais radiante, tinha uma brisa suave e era possível ouvir os pássaros melodiarem cantigas. Isso poderia ser tanto uma metáfora quanto um relato literal.
Alguns campistas arrumavam suas malas enquanto eram "expulsos" por Dionísio, que insistia em mandar embora todos que não fossem passar o período completo no Acampamento Meio-Sangue. E na colina ensolarada estava Annabeth Chase, se despedindo da árvore que um dia tinha sido Thalia Grace.

—O que ela tá achando disso? —Percy questiona ao se aproximar. —Sobre você ir para casa ver seu pai?

—É uma árvore, Cabeça de Alga —a garota se vira para ele. —Ela não expressa opiniões.

Ela suspira e sorri.

—Mas imagino que esteja feliz.

—E o que você está achando disso? —ele pergunta.

—Bom... Ele quer me mostrar Nova Iorque, então preciso fingir que nunca fui lá —ela responde. —E depois um lugar chamado Disneylândia, o que meio que parece com Aqualândia, mas menos interessado em te matar.

Percy acaba sorrindo.

—Espera. Eu entendi errado? —Annabeth pareceu preocupada com a reação do garoto. —Vou me enfiar no que? Tem alguma coisa que eu tenho que fazer lá?

—Só... —ele permanece com seus olhos nela. —Seja uma criança, Sabidinha.

Annabeth deu um pequeno sorriso, que acabou se alargando quando avistou dois semideuses de longe.

—Olha só...

Percy acompanha com o olhar, também sorriu ao ver Catherine e Luke se aproximando. Eles estavam felizes, isso era inegável, ambos sorriam enquanto conversavam e se aproximavam.

—Oi, gente —Catherine cumprimenta quando chegaram perto dos outros dois jovens.

Annabeth e Percy responderam.

—Deixa eu adivinhar... Vocês se resolveram?

A resposta era óbvia. Luke abraçava Catherine por trás, e ela ergueu um pouco o rosto para olhá-lo e sorriu.

—Sim —ela responde, sorridente.

—Mais ou menos —brinca Luke, a provocando.

Catherine riu da expressão dele e desferiu um tapa sobre o ombro dele.

—Idiota... —ela murmurou em meio aos risos.

—Nós resolvemos uns problemas e conversamos, então, decidimos voltar —Luke sorri ao voltar sua atenção aos semideuses.

Catherine estava evidentemente radiante. Parecia mais bonita que o normal, seus olhos brilhavam e seu sorriso não cessava. Não seria exagero dizer que Apolo deveria estar com inveja do quanto ela estava radiante. Percy e Annabeth poderiam achar que era só pelo fato dela estar com Luke novamente, mas o filho de Hermes sabia que era muito mais do que isso. E ele não tinha uma postura muito diferente naquele momento, parecia se sentir mais livre enquanto abraçava a cintura dela e afundava seu rosto sobre o pescoço da garota para sentir seu cheiro, ouvindo as risadas de Catherine pelo calafrio.

—Para onde vocês pretendem ir? —ela questiona.

—Eu vou ir para a Disneylândia, que Percy se recusa a dizer se é algo bom ou não —responde Annabeth.

—Se eu contar, vai estragar a surpresa! —o loiro acabava rindo.

—Acho que você vai gostar da Disneylândia —responde Catherine com um sorriso suave.

—E para onde vocês vão?

—Ainda não sabemos —diz Luke. —O senhor D nos deu algumas garrafas de vinho e vários conselhos que preferiríamos esquecer.

—Eu faria tantas preces para que ele não tivesse dito nada —Catherine murmurou.

Não haveria uma descrição detalhada do tipo de conselhos recebidos por Dionísio, mas poderia dizer que ele se sentiu um pai que precisava dar dicas preventivas para um jovem casal. Definitivamente os dois não queriam ouvir aquilo.

—Mas temos vinho do Dionísio e dinheiro que Afrodite nos deu de presente —ela prossegue. —Ela até queria que fôssemos visitar ela pra um jantar com Hefesto... Ou Ares. Mas preferimos recusar a proposta.

—É, só conhecer Afrodite já era o suficiente —completamente Luke. —Talvez nós vamos visitar o litoral ou algum subúrbio americano.

—Não vamos ir para a Filadélfia, Luke —Catherine ergue o olhar para ele.

Percy e Annabeth se olharam e sorriram da pequena discussão humorada do casal sobre irem ou não para a Filadélfia. A filha de Atena observou o colar de Catherine, era dourado com um pingente central de quartzo rosa em forma de coração, tinha visto Luke falando mais cedo com um dos filhos de Hefesto para refazerem esse colar para ele dar à ela novamente. E Luke usava em seu pescoço uma corrente prata com a inicial de Catherine. Annabeth sorriu, teria mostrado aquilo para Percy, mas sabia que ele não entenderia se ela não mostrasse diretamente, então ela apenas admirou e continuou sorrindo, satisfeita com a felicidade dos dois.

—Não sei se eu deveria perguntar —Percy tomou a atenção de ambos. —Mas é verdade o que o pessoal anda dizendo?

Luke e Catherine se entreolharam, aquela pergunta tinha vários sentidos, e quem devia sempre temia.

—Sobre vocês serem almas gêmeas —ele completou após alguns instantes de silêncio.

Eles sorriram, tinha uma pontada de alívio. Ambos se admiraram por um momento.
Almas gêmeas. Aquilo parecia ser loucura. Mais louco do que monstros e semideuses, talvez fosse essa a essência do amor.

—Loucura, né? —Luke olha para eles.

—Não precisamos pensar muito para descobrir quem são os favoritos de Afrodite —brinca Annabeth.

E talvez aquilo soasse irônico, mas era justo que pessoas que sofreram tanto quanto Luke e Catherine tivessem sorte e conforto no amor. Uma coisa que poderia, de certo modo, diminuir a dor e trazer paz. Luke sorriu novamente ao pensar aquilo, então, apertou um pouco a cintura de sua alma gêmea.

—Vamos, princesa?

Ela sorri.

—Claro, meu amor —ela redireciona seu olhar para Percy e Annabeth. —Aproveitem as férias, meninos.

—Nos vemos em algumas semanas —Luke sorri para eles. —Tentem não se meter em encrenca.

—Não se preocupa —responde Annabeth.

—Não garanto nada —falava Percy simultaneamente.

E então, Catherine e Luke se afastaram. Caminharam de mãos dadas pela colina em direção ao limite do acampamento. A filha de Afrodite deu uma olhada por cima do ombro, lançando um pequeno sorriso cheio de gratidão à Thalia. Se naquele dia ela não tivesse forjado uma conversa imaginária com a filha de Zeus, talvez nunca teria dito a coragem de se sacrificar por quem amava, e talvez Luke nunca tivesse desistido da causa.

Agora, vocês devem estar questionando... E se um dia descobrirem a verdade? E se descobrirem que Luke era o ladrão de raios e Catherine sempre o encobriu? Bom... É uma chance, mas isso é uma história para um novo capítulo.
Pois no final desse, eles viveram felizes para sempre... Ou pelo menos até o início de uma missão em meio à um mar de monstros.

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