⎯27.

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A noite caía sobre a clareira na floresta do Acampamento Meio-Sangue, pintando o céu com tons de violeta e azul escuro. As sombras dançavam entre as árvores, enquanto Luke Castellan estava sentado sobre as pequenas escadas de um velho templo. O crepitar das chamas das tochas ecoava junto aos sons noturnos da natureza, criando uma sinfonia única. O semideus se sentia perdido em milhões de sentimentos e pensamentos, sabia que o dia que tanto havia esperado estava chegando, isso o assustava. Tinha se preparado para isso, mesmo assim sentia-se completamente desprevenido.

—Lugar estranho para querer que eu te encontrasse.

A voz de Catherine ecoou. Ele deu um sorriso fraco e a olhou, pôde sentir um aperto no peito... Ele a amava demais, amava tanto que doía.

—É, eu precisava te encontrar longe de todos os campistas —ele se levanta.

Catherine reconhecia bem o lugar. Foi exatamente naquela clareira que ela tinha confrontado Luke sobre a MordeCostas, foi onde ela descobriu tudo sobre ele e onde poderiam dizer que as coisas realmente tinham começado entre eles.

—O que foi, meu amor? —ela tinha uma voz tão doce e melodiosa, tão encantadora, ele sabia disso.

—Sei que talvez você não vai gostar de ouvir isso —ele diminui a distância entre ambos, ficando frente a frente com a garota. —Preciso que você me devolva a MordeCostas.

Ela ficou calada, não desviou os olhos, mas Luke notou seu olhar escurecer.

—Luke, por favor, não.

—Catherine, eu preciso fazer isso —ele diz, segurando o rosto dela gentilmente entre suas mãos. —Você mais do que ninguém deveria entender isso. Os deuses estão destruindo tudo e todos há milênios, as coisas precisam mudar.

—Eu sei que precisam, mas não dessa forma, Luke —Catherine balançou a cabeça negativamente, colocando suas mãos sobre as dele. —Não pode fazer isso dessa forma. Acha que algo que começa com traições e derramamento de sangue acabaria bem?

Os olhos azuis arderam, sabia que estava começando a se formar lágrimas e tentou evitar que isso acontecesse.

—Para que você precisa da MordeCostas?

—Percy vai voltar da missão em breve, eu preciso cumprir a minha missão.

—Luke, você está ouvindo o que está dizendo? —ela afasta as mãos dele de sua pele. —Percy é uma criança! Ele te admira, te considera um amigo. Como você espera que isso seja certo?

—Percy não é meu inimigo, Catherine —ele retruca. —Os deuses são meus inimigos.

—Para. Para. Para —ela se afasta. —Você tornou esse jogo sujo no momento que envolveu crianças que não tinham nada a ver com isso. Não pense que eu não sei as suas intenções quando entregou aqueles tênis para Percy, ele deveria ser o único que não sabia que estaria morto se entrasse no território de Zeus.

Luke desvia o olhar, sentia um pouco de raiva enquanto sentia seus olhos também começarem a arder.

—Não começa com isso. Eu não sou o vilão dessa história, você sabe disso!

—Você é um garoto com ideologias de um herói e métodos de um vilão. Seja um pouco mais racional, Luke!

—Não! Você que tem que ser menos emotiva, Catherine —ele se vira para encará-la de novo. —Você sabia o que eu prezava muito antes de começarmos com isso, não venha agir como se eu tivesse enganado você.

A garota mordeu a própria língua, sentia raiva e decepção, era uma mistura dolorosa.

—Você não me enganou. Acreditei que o que os meus olhos não vissem o meu coração não sentiria —ela encolheu os ombros. —Mas fui ingênua em acreditar que poderia estar com você sem te apoiar nisso.

Love is a Thief Onde histórias criam vida. Descubra agora