Love is a Thief

⎯18.

A visão era capaz de deixar qualquer um de queixo caído.
Fazia com que você esquecesse seu nome. Esquecesse onde estava. Esquecesse até mesmo como formular frases.
Ela usava um vestido de cetim vermelho e um conjunto único de jóias. Parecia ter saído diretamente de uma das pinturas renascentistas.

Percy não sabia definir como ela era. Sequer saberia explicar como era a aparência dela. Só que era uma imagem de tirar o fôlego. Uma situação bem familiar com o dia que ele havia conhecido Catherine, entendia porque diziam que elas eram tão parecidas, a aura era igual.
Se Percy Jackson soubesse definir Afrodite, diria que ela era uma mistura de Catherine LeBlanc e Annabeth Chase.
A cor de sua pele era igual a da filha de Atena, mas seus olhos eram idênticos ao de sua filha favorita. Tinha tranças de jumbo loiras, maquiagem perfeita e um sorriso capaz de iluminar o lado escuro da lua.
Era belíssima, isso ele tinha certeza.

Pelo menos, ela era assim aos olhos de Percy. Era bem diferente para Luke Castellan, já tinha visto a deusa uma vez e ela era basicamente uma versão mais velha de sua alma gêmea.
Já tinha sussurrado uma vez que achava Catherine ainda mais bela que Afrodite, sua opinião não tinha mudado quanto aquilo. E simpatizar com ela se tornava uma tarefa impossível após ter deixado sua filha para morrer na caverna de Polifemo. Odiava a deusa tanto quanto desprezava seu próprio pai. Ela provavelmente era a última pessoa que ele desejava encontrar naquele momento.

—Ah, meus doces garotos —ela se aproximou. —Estava esperando por vocês.

Percy mantinha o olhar vidrado sobre ela. Em contrapartida, Luke quase se sentiu envergonhado de estar na presença dela, a semelhança com Catherine era tanta que o deixava constrangido.

—Percy Jackson —a deusa sorri. —Eu sou Afrodite.

Ele separou os lábios para poder dizer alguma coisa, acabou balbuciando sílabas aleatórias e sem sentido, o que fez Afrodite rir suavemente e Luke revirar os olhos com tédio.

—Que doçura. Segure isso, por favor —ela entregou para o filho de Poseidon um espelho do tamanho de um prato grande e voltou sua atenção para o filho de Hermes. —Ah, meu querido, continua tão bonito quanto da última vez que eu te vi, talvez até mais. Digno da minha favorita.

Ele recuou um passo antes que ela pudesse tocar seu rosto. Afrodite arqueou uma sobrancelha, parecendo insultada com aquela reação.

—Não estou com Catherine —ele responde secamente.

A deusa fez um aceno dispensatório.

—Eu sei —ela gesticulou com os dedos, silenciosamente indicando que Percy deveria erguer o espelho que segurava. Então, inclinou-se e observou o próprio reflexo, retocando seu batom perfeito. —A real pergunta é... Sabem por que estão aqui, garotos?

Luke balançou a cabeça negativamente. Percy permanecia com sua atenção fixada nela, sequer conseguia formular uma frase, achou que iria se afogar ao admirar os olhos azuis da deusa, isso o obrigou a beliscar o próprio braço com força.

—Eu... Eu não sei —gaguejou.

—Vamos começar com o princípio —ela apontou para Luke. —Você deixou a situação sair do controle.

Ele tensionou o maxilar, imaginava o que aquilo deveria significar. Suspeitava que Afrodite não deveria estar nada feliz com o fato dele e Thalia terem se beijado.

—Foi só um beijo, não teve significado —tentou justificar. —Tentei explicar isso para Catherine, mas...

—Não, nada disso —ela faz um gesto aleatório com a mão. —Triângulos amorosos são interessantes. Quadrados amorosos são o início de um caos, nem sequer devem ser comentados. Não me diga que deixou Apolo intervir na história.