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O vento sussurrava entre as árvores enquanto Luke percorria silenciosamente o acampamento. Seus pensamentos dançavam em torno do conto de Afrodite, não imaginava ser algo importante, isso poderia significar que ele e Catherine eram almas gêmeas. Mas o que seria feito se aquilo de fato fosse real?
A luz do sol banhava o caminho, parecia estar mais forte do que tudo. Contudo, a lembrança dos toques suaves da garota na noite passada era o fio condutor que guiava seus passos, uma melodia delicada em meio às incertezas da profecia.
Seus dedos involuntariamente tocavam a marca abaixo de sua orelha, como se buscasse uma conexão tangível com aquele momento especial. A brisa matinal parecia transportá-lo de volta àqueles instantes mágicos, onde o coração batia em sintonia com a sinfonia da natureza.

—Senhor D?

Dionísio não teve pressa em abaixar a revista da Capricho que estava lendo, que tinha um grande título escrito; "Selena Gomez e Justin Bieber terminaram?". Ele fez uma breve careta ao ver a expressão confusa do semideus e deu de ombros.

—Não tem muito o que fazer aqui, e eu encontrei essas coisinhas —ele aponta para o amontoado de revistas de fofoca adolescentes.

—Você sabe que eles terminaram muitos anos atrás, né? —Luke questiona, como se fosse um ponto importantíssimo.

—O que?! —Dionísio deu um grito agudo e espantado. —Não me diga que saiu do seu chalé só pra me trazer notícias ruins.

As falas do deus eram propositalmente e naturalmente dramáticas.

—Na verdade, não —Luke se aproximou, decidido a voltar a falar antes que Dionísio o interrompesse novamente. —A Catherine me falou sobre um conto que você tinha contado para ela, e eu preciso saber se tinha alguma possibilidade de ser real.

—Que história?

—Sobre as almas gêmeas.

Dionísio bebeu um gole de sua Coca-Cola Diet, evitando fazer uma careta por já estar quente.

—Ah, a profecia de Afrodite —ele volta seu olhar para Luke. —Claro que é real. É uma profecia.

O semideus franziu as sobrancelhas, um tanto confuso com aquilo.

—Mas a Catherine disse que é uma história. Um conto para crianças.

—Acho que você deve conhecê-la o suficiente para saber o quanto ela é cética —Dionísio relaxa seu corpo na cadeira, brincando com o óculos de sol entre seus dedos. —Por que você ficou tão curioso sobre essa profecia?

Antes, descobrir se Catherine era sua alma gêmea era apenas fruto de uma mera curiosidade. Mas descobrir que aquilo se tratava de uma profecia mudava tudo. Luke se lembrava vividamente quando lhe falaram sobre sua profecia catastrófica. A premonição que retratava a traição era real, estava de fato traindo todo o acampamento, e se questionou se parte da catástrofe premeditada se tratava da profecia das almas gêmeas. Mas como um oráculo de amor poderia ser tão terrível? Tinha muitas dúvidas, mas se Afrodite soubesse algo sobre isso e estivesse disposta a contar para Catherine... Isso era algo que ele estava disposto a arriscar.

—Acho que eu sou a alma gêmea de Catherine.

Parecia estranho admitir algo assim em voz alta. Almas gêmeas parecia ser algo ridículo e inexistente, tão ridículo e inexistente quanto semideuses aos olhos de mortais.
Luke teria aceitado os instantes de silêncio apreensivo melhor do que quando Dionísio acabou rindo. O deus parou ao ver o olhar ainda confuso do campista, que realmente parecia levar isso a sério.

—Com certeza não —ele comenta.

—Por que não?

Dionísio respira fundo, como tivesse que buscar toda a sua força para agir com seriedade.

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