Love is a Thief

⎯20.

Percy Jackson não encarou a fuga de Luke Castellan como uma perda, se pudesse provavelmente soltaria fogos de artifício para comemorar. Esperava poder encontrar Catherine em breve, queria agradecer por ela ter mandado o recado sobre o exército de mortos-vivos, o que lhes garantiu uma pequena vantagem e uma fuga bem sucedida.
O que não foi bem sucedido foi sua tarefa de conseguir informações com Nereu, o velho do mar. Esperava ter alguma resposta sobre o monstro que poderia exterminar os deuses, a criatura dita pela profecia, só que tinha sido uma missão falha.

—Ele nos enganou! —Percy gritou.

Em uma situação normal, Thalia estaria igualmente irritada, só que se sentia leve demais perto de Daisy, tinha que se esforçar para não acabar sorrindo igual a uma boba apaixonada e a beijar de cinco em cinco minutos.

—Gente —Daisy deu um passo para frente. —O que é aquilo?

—MUUUUUUU!

Percy olhou para baixo e viu sua pequena amiga vaca-serpente, nadando perto do cais. Ela focinhou o sapato dele e o olhou com aqueles grandes e tristes olhos castanhos.

—Ah, Bessie —ele diz. —Agora não.

—Muuu!

Grover arquejou.

—Ele está dizendo que o nome dele não é Bessie.

—Você entende o que ela... Hum, ele diz?

—É uma linguagem animal muito antiga. Mas ele diz que ele é o Ofiotauro —assentiu Grover.

—O Ofio... O quê? —Daisy fez uma careta.

—Significa touro-serpente em grego —explicou Thalia. —Mas o que ele está fazendo aqui?

—Muuuuuuuu!

—Ele diz que Percy é o seu protetor —anunciou o sátiro. —E que ele está fugindo das pessoas más. Diz que elas estão perto. Muito perto.

O filho de Poseidon se perguntou como era possível terem tantas palavras em um simples "muuu."

—Esperai —Zoë se aproximou. —Vós conheceis essa vaca?

Ele estava impaciente, mas contou toda a história aos seus companheiras de missão.

—E você simplesmente esqueceu de mencionar isso? —Thalia sacudiu a cabeça, incrédula.

—Bem... —ele coçou a própria nuca. Bessie, o Ofiotauro, parecia ser um detalhe sem importância. —É.

—Eu sou uma tola —falou Zoë subitamente. —Eu conheço essa história!

—Que história?

—Da Guerra dos Titãs —explicou. —Meu... Meu pai me contou essa história, há milhares de anos. Esta é a besta que estamos procurando.

—Bessie? —o loiro baixou os olhos para o touro-serpente. —Mas... Ele é muito fofinho. Ele não seria capaz de destruir o mundo.

—Aí está o nosso erro —falou Zoë. —Estávamos esperando um monstro imenso e perigoso, mas o Ofiotauro não ameaça os deuses dessa forma. Para isso, ele precisa ser sacrificado.

—MMMMMUUUU! —mugiu Bessie.

—Não creio que ele goste dessa palavra com S —observou Grover.

Percy fez carinho na cabeça de Bessie, tentando acalmá-lo enquanto tremia.

—Como alguém seria capaz de machucá-lo? —perguntou. —Ele é inofensivo.

Zoë concordou.

—Mas existe poder em matar a inocência. Um poder terrível. As Parcas fizeram uma profecia eras atrás, quando essa criatura nasceu. Disseram que quem matasse o Ofiotauro e oferecesse suas entranhas ao fogo em sacrifício teria o poder de destruir os deuses.