⎯5.

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Paciência poderia ser uma virtude. Definitivamente não era uma das virtudes de Luke, ele não se consideraria uma pessoa impaciente. Mas já se sentia testado o suficiente sabendo que teria que substituir seu treino do dia por uma punição de Quíron, não importa se o centauro dissesse que aquilo não era uma punição, sabia que definitivamente era. E ele não aguentava mais esperar por Catherine na frente do Chalé de Afrodite.

—O que está fazendo?

Luke se assustou com a voz repentina no lado oposto de onde ele esperava.

—Eu... Eu estava te esperando —ele olha para Catherine, se afastando da porta do chalé e indo até ela. —Onde você estava?

—Estava há meia hora no Chalé de Hermes, te esperando —ela cruza os braços.

Luke riu um pouco, balançando a cabeça negativamente.

—Eu pensei que você demoraria mais a aparecer, então vim te buscar.

—Pensou que eu deveria acordar às dez da manhã e demorar duas horas para me arrumar? —ela questiona com um toque de ironia. —Só porque eu sou filha de Afrodite. Que estereótipo terrível.

—Eu não penso isso de todos os filhos de Afrodite —Luke diz enquanto eles começavam a caminhar. —Só de você.

Catherine teria rido, se não fosse Luke quem tivesse dito isso, por isso preferiu esconder seu riso.

—Quantas cartas já entregou hoje, filho de Hermes? —ela retruca.

A situação foi a mesma, Luke teria rido, se não fosse Catherine quem tivesse dito aquilo.

—Para onde está indo? —ela para de andar, vendo Luke caminhar em direção as hortas. —Temos que falar com Quíron e saber sobre a parte em que seremos responsáveis.

—Pode ter acordado cedo, mas não o suficiente para falar com Quíron, não é? —sua voz tinha aquele usual sarcasmo guardado apenas para ela. —Vamos cuidar dos campos de morangos.

Ela não respondeu, apenas o seguiu, ainda mantendo seus braços cruzados. Aquele silêncio entre os dois permaneceu por uma boa parte de seu trajeto, seria quase constrangedor se os dois não tivessem o pensamento mútuo de que era mais fácil aturar um ao outro em silêncio.

—Eu não acredito que vou perder horas que poderiam ser bem aproveitadas —Catherine reclama. —Tudo por sua causa.

—Espera aí —Luke para de andar, ficando frente a frente com ela. —Por minha causa?

—Sim. Por sua causa!

—Você me empurrou ontem! E você começou isso —ele retruca. —Eu nunca tinha levado uma repreensão, e levei por sua causa.

As sobrancelhas de Catherine se ergueram quase involuntariamente, uma risada incrédula escapou de seus lábios.

—Eu sou a causa disso? Me poupe, Luke —sua voz quase tinha desgosto. —Se tivesse tanto pavor de repreensões não teria feito o que fez, e não faria o que está planejando. O único motivo de estar aqui é que alguém descobriu o seu segredo sujo, não fique agindo como se eu fosse a vilã ou uma loira burra, sabe que eu não sou nenhum dos dois.

—Talvez para você eu seja um vilão, e eu posso estar fazendo uma coisa que para muitos vai ser considerado ruim —ele se aproximou. —Mas eu estou lutando por uma coisa, por um recomeço. Por uma chance dos semideuses não sofrerem do jeito que sofrem.

Catherine apenas o olhava, não proferindo nenhuma palavra. Ela poderia ter muito a dizer, mas Luke não lhe deu tempo de protestar.

—Isso pode não significar nada pra você, mas significa para a maioria de nós —as palavras de Luke aparentavam ter rancor. —Mas como você poderia entender? Deve ter passado a vida toda sendo paparicada, recebendo elogios e tendo um pai que te deixava impune de tudo, só que a vida não é assim.

Love is a Thief Onde histórias criam vida. Descubra agora