Love is a Thief

⎯12.

Afrodite. Morgrath. Crystal. Luke.
Tinha sido uma sequência bem específica.
Catherine tinha sido levada ao Templo de Afrodite por meio de inúmeras mentiras, isso acabou atraindo a atenção de Morgrath, o que gerou a morte de Crystal, resultados indiretos das mentiras proferidas por Luke.
Ela se lembrou nitidamente aquele dia. O aperto no peito, a traição, a decepção pelas mentiras. Embora se sentisse traída outra vez, as emoções eram diferentes. Ficou com raiva, irritada, quis agarrar Luke pelo colarinho e dar um soco no rosto dele, mas conteve o seu desejo. Seus saltos batiam duramente contra o chão, andava de um lado para o outro.

—Você não aprende nunca, Luke? —ela balançava a cabeça negativamente.

Ele permaneceu sentado na cadeira, observando o caminhar inquieto da garota. Tinha certa culpa em estar mentindo para ela, só que sabia que dessa vez tinha sido necessário e isso o acalentava. Sua mentira não era destrutiva, muito pelo contrário.

—E eu também não aprendo —Catherine quase falava sozinha. —Vou ter que sair em quantas missões com você até notar que você sempre mente?

Ela parou de andar e o encarou, Luke pensou que ela acabaria dando um soco nele.

—Você não vai dizer nada?

Ele ergueu o olhar, não estava desesperado para se justificar igual a última vez, sabia que dessa vez não era o vilão da história, talvez um anti-herói, mas não o vilão.

—Eu estava te protegendo.

De alguma forma, aquilo parecia ter irritado Catherine mais ainda. Luke sabia que não era o espectro controlando o péssimo temperamento, honestamente não podia esperar que ela reagisse de outra forma.
A filha de Afrodite fez algo ainda pior do que gritar com ele, ela apenas o encarou. Suspirou antes de fechar os olhos e massagear as têmporas, sua cabeça doía, ouvia um som agudo e irritante ecoar.

—Disse isso pra mim da última vez, eu fui burra o suficiente para te perdoar, mesmo sabendo que suas mentiras tinham sido pelas causas mais egoístas possíveis —sua voz era firme e constante, não se alterou momento algum. —Qual foi a sua grande motivação dessa vez?

Luke suspira e se levanta, Catherine não se sentiu tão intimidadora quando ele a encarou de cima, mesmo assim manteve a mesma postura.

—Senta —ele aponta para a outra cadeira.

A voz tão firme e tão cheia de autoridade quase fez Catherine obedecer, mesmo assim ela ainda o encarava, tão próxima que sentia a respiração quente contra seu rosto.

—Senta e me ouve.

O moreno segurou o ombro da loira e o impulsionou para baixo, fazendo ela se sentar na cadeira. Antes que Catherine pudesse xingá-lo ou falar qualquer coisa, Luke fez o mesmo que Hermes e bateu suavemente seu dedo sobre a têmpora dela.

—O que o meu pai quis dizer com "cuidar disso", não foi uma brincadeira, princesa —ele se agacha, o que o fez ficar um pouco mais baixo que ela. —Você achava que tinha algo de errado com você... E não está exatamente errada.

Ela franziu o cenho, tinha se sentido quase insultada.

—No fundo você deve saber sobre isso —Luke manteve seu olhar sobre ela.

—Luke, o que tem de errado comigo?

Ela mordeu a própria língua, não gostava do jeito que Luke floreava as próprias palavras, buscando manipular as palavras pesadas para terem significados mais fáceis.

—Luke —Catherine agarrou o maxilar dele, apertando seu rosto sem que sequer tivesse a intenção. —O que tem de errado comigo?

—Alguém te amaldiçoou.