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Luke Castellan.

Aos treze anos, achei que sabia de tudo sobre o mundo. Tinha certeza de que ninguém mexeria com minhas emoções mais do que a filha de Zeus, acreditei nisso por muito tempo. Aos dezenove, percebi que Catherine fazia com que meus sentimentos por Thalia parecessem não ser nada.
Quatro mil palavras não são o suficiente para falar sobre ela e tudo que trazia consigo.
Se eu fiquei com raiva quando soube que ela entrou no Chalé 5 com Mason? Isso é óbvio. Sempre fui muito seguro comigo mesmo, pode ser presunção, só que é impossível não ser assim após passar os últimos anos tendo minha não tão pequena legião de semideusas apaixonadas por mim. Em contrapartida, Catherine tinha o dobro de semideuses completamente obcecados por ela.

No último verão, tive medo que ela acabasse me odiando por causa de minhas ações destrutivas, ainda tenho esse receio. Amar Catherine era uma tarefa fácil, ela era naturalmente apaixonante e perfeita em essência, eu aperfeiçoei a arte de amá-la. Sei que vários homens poderiam tratar a favorita de Afrodite de uma forma menos mordaz e mais saudável, mas ninguém poderia amar ela mais do que eu, jamais permitiria que isso acontecesse.

Não faço ideia do por que ela mentiu para mim ontem, isso foi o suficiente para me fazer perder o sono. Ela estava certa quando disse que nunca tinha feito nada para me fazer questionar sua lealdade. Confio em Catherine, só que sou incapaz de confiar em qualquer pessoa que fique perto dela, ainda mais o imbecil do filho de Ares.
De qualquer forma, eu perdi a chance de sair como certo naquela situação quando insinuei que ela poderia ser desleal por ser a semideusa mais parecida com Afrodite
Sim, foi golpe baixo. Se ela fosse um pouco mais cruel teria dito algo sobre meu pai e provavelmente tudo acabaria mal, mas Catherine era mais inteligente do que eu, sabia lidar melhor com a própria impulsividade.

Meu coração palpitava toda vez que eu a avistava no acampamento. Ela estava sentada em uma das mesas no Pavilhão de Refeições, estava jogando paciência sozinha, imagino que tinha se encontrado com o senhor D essa manhã. Nunca soube descrever se Dionísio era uma figura paterna ou terapêutica para ela, esse não é o foco.
Me sentei ao lado dela e fiquei a observando, obviamente Catherine tinha notado minha presença e optado por me ignorar.

—Dormiu bem? —quebrei o silêncio.

Não vou mentir que preferi ter ficado calado ao notar ela me olhar com uma expressão cheia de raiva. O único som audível era o barulho da ponta das cartas batendo contra o tampo de madeira da mesa.
Quais eram as chances dela me obrigar a engolir uma daquelas cartas?
Realmente tinha sido meio idiota acreditar que aquela pergunta tinha sido uma boa ideia, mas eu não tinha muitas opções para tentar fazer ela acabar com aquele castigo de silêncio.

—Você está linda hoje, princesa.

Ela me olhou e sorriu docemente, retribui seu sorriso. Não tinha sido tão difícil dessa vez.

—Sou a semideusa mais parecida com Afrodite, estou sempre assim —ela falou em um tom gentil e que não poderia ser mais ácido. —Foram essas as suas palavras, não é?

—Tudo bem, eu mereci essa —murmuro, me ajeitando no banco.

Catherine voltou sua atenção às cartas, parecia extremamente determinada a fingir que eu não existia.

—Não foi minha intenção te ofender ontem.

Ela passou a mão pelos cabelos dourados, balançando a cabeça de modo negativo.

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