Love is a Thief

⎯3.

As árvores se inclinavam com o vento suave que sussurrava segredos e histórias. No coração do Acampamento Meio-Sangue, encontrava-se o Chalé de Dionísio, tinha uma beleza rústica e suas paredes eram rodeadas de parreiras. Quem se aproximava conseguia ouvir a música e o som das risadas enchendo o ar, anunciando suas típicas festas clandestinas.

Daisy Winehouse era a filha mais velha de Dionísio, fruto de um caso dele com uma detetive latina que morava em Nova Iorque. Ela era a conselheira do Chalé 12 e, sem dúvidas, a melhor organizadora de eventos. Naquele momento, tinha deixado as roupas típicas do acampamento de lado e usava uma calça preta, uma regata cor bordô e uma combinação de vários colares de prata. Seu pescoço estava molhado por ter acabado de derramar champanhe ao abrir uma garrafa, mas seu humor se manteve. Seus cabelos negros estavam bagunçados e os olhos ainda mais marcantes por causa do lápis preto que os contornava.

—Thalia, vem cá! —ela basicamente saltitava até a garota.

Aquele parecia ser o tipo de ambiente que a deixava ainda mais alegre do que o normal ou talvez fosse o álcool que ela já tinha ingerido.

—Que bom que você veio —Daisy apoiou o braço sobre os ombros da filha de Zeus. —Quer beber alguma coisa? Temos licor de uva, champanhe e umas latinhas de Mike's de vários sabores que os irmãos Stoll trouxeram mais cedo.

A filha de Zeus ouvia as palavras com atenção; não sabia como aqueles eventos funcionavam no acampamento. Na verdade, Thalia nunca teve a oportunidade de ir em uma festa adolescente, estava fazendo um esforço absurdo para fingir que não estava empolgada e curiosa com aquilo.

—Eu acho que vou querer um Mike's de limonada —diz.

Daisy sorriu.

—Ei, Polux —ela chama o irmão ao vê-lo passar. —Pode buscar um Mike's de limonada para a tempestade?

—Pode deixar, maninha —ele deu uma piscadela.

Thalia observou as pessoas ao redor, alguns grupos dançando, outros rindo e conversando. Ela acenou para Mason e franziu as sobrancelhas ao ver uma garota de cabelos cacheados a olhar com cara feia, sabia que aquela era a irmã dele, embora não lembrasse seu nome.

—E aí, o que vocês tanto fazem nessas festas?

Daisy deu de ombros.

—Tudo que quisermos, contanto que ninguém saia bêbado e esbarre com Quíron —ela tinha um pequeno sorriso divertido. —É sua primeira festa, não é, tempestade?

A outra garota quase corou, ela coçou a própria nuca.

—Isso é tão óbvio assim?

—Ei, relaxa. Eu só imaginei que você não tinha ido a muitas vezes antes de... —a filha de Dionísio mordeu a parte interna da bochecha, buscando as palavras certas. —Você sabe, o lance da árvore.

A filha de Zeus deu uma risada um tanto sem graça. Polux se aproximou e entregou a garrafa de tom verde-lima para ela, que fez um breve gesto com a cabeça em agradecimento.

—É estranho, sabe? Às vezes sinto que não consigo fazer parte disso tudo —ela tenta abrir a garrafa, fez uma leve careta quando sua palma se cortou na tampa metálica.

Daisy pegou a garrafa da mão dela, levou-a até a boca e tirou a tampa com os dentes, jogando-a em cima da mesa antes de devolver a bebida.