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Apolo foi o homem mais gentil que Catherine já tinha conhecido.
Ele não era bem um homem, era um deus, talvez essa fosse a explicação. Apolo era diferente de todos os homens que já tinham passado pela vida dela.

—Espero não estar te entediando, verão.

Seu sorriso era radiante e genuíno. Não tinha manipulação, mentiras ou joguinhos, somente sua presença leve e divertida.
Ele parecia empenhado em continuar desenhando a semideusa em seu caderno, admirava a imagem de Catherine deitada com a lateral do corpo sobre a cama e com suas curvas enroladas apenas pelo fino tecido do lençol.

—Eu estou adorando isso —ela responde. —Ninguém nunca me desenhou, estou me sentindo uma verdadeira musa.

—Você é minha musa —ele deu uma piscadela. —Eu adoraria te pintar em um quadro enorme... Eternizar sua beleza em uma pintura digna do Louvre... Você morreria de tédio até eu terminar meu trabalho.

—Se te serve de consolo, eu não te acho nem um pouco entediante —sorriu.

—Ah, eu sei. Óbvio que não sou entediante, eu sou super legal —brincou Apolo, deixando o caderno sobre a cadeira e se jogando na cama. —Devo ser o deus mais legal do mundo.

Ele se enrolou no lençol, puxando Catherine para si enquanto ela ria e o abraçava.

—Eu queria ver o desenho —disse com certa manha, enroscando seus braços ao redor do pescoço dele.

—Vai ver no momento certo, meu doce verão.

Apolo ainda sorria quando a beijou. Gostava da sensação das pontas dos dedos dela acariciando sua nuca e se enroscando em seus cabelos curtos.
Ele depositou alguns beijos sobre o pescoço dela, suspirando contra sua pele macia.

—Posso fazer outra confissão? —ele deu uma pequena mordida na curva do pescoço dela antes de se deitar ao seu lado.

—Não sabia que os deuses precisavam confessar tantas coisas —Catherine apoiou seu queixo no peito de Apolo. —Pode me dizer tudo que quiser... Menos um haicai, por favor.

O deus forjou uma reação exagerada e teatral, fingindo estar ofendido e arrancando uma gargalhada da semideusa.

—Não tenho culpa se os franceses não sabem apreciar um bom poema.

—Ei! Os franceses tem os melhores poemas e os melhores romances —ela brinca.

—E provavelmente as melhores mulheres —retrucou no mesmo tom, acariciando a cintura da francesa.

O sorriso dela se alargou.

—É, provavelmente...

Os olhos do deus-sol admiraram cada mínimo traço do rosto da filha de Afrodite enquanto suas mãos acariciavam as curvas de seu corpo.
Ele imaginava que a íris da cor do céu em um belo dia de sol poderia ser capaz de lhe proporcionar infinitas possibilidades. Sempre achou as mulheres mortais as mais belas, talvez pela intensidade que a vida refletia em suas almas.
Catherine era uma mistura de tudo que ele prezava. Tinha beleza, intelecto, talento e acima de tudo uma intensidade de emoções que era capaz de assustar qualquer um que se aproximasse.

—Eu poderia te eternizar no Olimpo, assim como Dionísio fez com sua esposa.

Ela quase se assustou com aquela confissão repentina, tentou não deixar óbvio em seu olhar sua surpresa ao ouvir aquilo em voz alta.

—O que? —ela deu uma risada fraca, preferia pensar que sua audição estava lhe pregando uma peça.

—Eu sei... É loucura —balançou a cabeça negativamente, ainda sorria. —Só que você, Catherine LeBlanc, nasceu para ser uma deusa. Seria uma honra te levar para o Olimpo e te mostrar que esse mundo mortal é pequeno demais para você.

Love is a Thief Onde histórias criam vida. Descubra agora