⎯12.

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A luz dourada do sol filtrava através das árvores antigas, pintando de tons quentes o campo do Acampamento Meio-Sangue. Os chalés dos semideuses se erguiam em fileiras ordenadas, testemunhas silenciosas de inúmeras histórias heróicas. Na área de treinamento, risos e o som metálico de espadas ecoavam no ar matinal.
Entre os semideuses, a pequena figura se destacava. Crystal, de olhos brilhantes e cabelos ruivos, observava o lugar animadamente, mesmo que estivesse apenas sentada sobre uma cadeira pintando um desenho com aquarela. O olhar da garota era naturalmente radiante e escondia a coragem que ardia em seu interior, uma chama que a conectava ao legado dos deuses. Enquanto o dia se desdobrava no acampamento, algo nos olhos dela sugeriria que sua jornada estava apenas começando.

—Oi, Crystal —a voz de Luke atraiu a atenção da garota, que sorriu com doçura.

—Oi, Luke —ela revezava sua atenção entre o semideus e o seu desenho. —Cadê a Cacau?

—Ah, ela está ocupada —ele dizia com naturalidade, puxando uma cadeira e se sentando em frente a garota. —Você guarda os segredos da Catherine se ela pedir, não é?

A ruiva concorda com a cabeça.

—Eu tenho um segredo que envolve ela, só que você não poderia contar pra ela —Luke falava com gentileza. —É sobre a mãe da Catherine.

—O que é? —Crystal larga o pincel, voltando sua total atenção a Luke.

—Promete não contar para ela por enquanto?

—Prometo.

Luke sorriu com suavidade e concordou com a cabeça.

—Se lembra do conto sobre as almas gêmeas? Bom... A Catherine ainda não sabe, mas quando nos beijamos pela primeira vez, uma marca surgiu —ele começa a explicar pacientemente. —E agora, Afrodite quer falar com ela. Mas ela não quer ir de jeito nenhum, você sabe, ela não gosta muito da mãe.

O semblante de Crystal era uma engraçada e confusa mistura entre surpresa, euforia e curiosidade.

—Luke! Você tem que contar para ela —ela dizia, como se fosse o óbvio a se fazer, talvez fosse.

—Eu queria —mentiu. —Mas não posso, sei que Catherine jamais concordaria em ver Afrodite, não culpo ela por isso. Só que precisamos saber mais sobre isso, não acha? Precisamos levar ela até a mãe dela.

A garotinha pensou um pouco, um pequeno suspiro escapando de suas narinas antes de retornar seu olhar para ele.

—Como eu posso ajudar?

Luke manteve o leve sorriso.

—Pensei em uma missão. Isso iria ser bom para nós três, mas... Iríamos ter que mentir para Catherine —ele logo faz um acréscimo. —Só por um tempinho.

Crystal desviou novamente o olhar, mordendo o canto de suas unhas. Não parecia ser algo bom. Como poderia ser algo bom se ela iria ter que mentir para alguém que amava? Não queria decepcionar ninguém, mas aquilo não poderia estar certo. Mesmo assim, ela permaneceu em silêncio.

—Você iria dizer para ela que tinha sido convocada para uma missão de Apolo, e que escolheu nós dois para acompanharmos você —Luke prossegue. —E então, iríamos ao encontro de Afrodite.

A garota olhou para ele, era difícil, mesmo assim balançou a cabeça negativamente.

—Eu não posso mentir para ela —ela admite. —Guardar um segredo é uma coisa, mas mentir? Eu não minto para as pessoas que eu amo.

Ele engoliu em seco e pensou um pouco.
"Eu não minto para as pessoas que eu amo".
Mesmo quando os fins justificam os meios? Era por uma boa causa, aliás, não era como se Catherine fosse desistir dele quando soubesse disso.

Love is a Thief Onde histórias criam vida. Descubra agora