⎯16.

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A confiança pode ser descrita como um castelo de cartas, difícil de ser construído e fácil de desmoronar. Tantas palavras que pareciam ser proferidas com carinho e na verdade perfuravam como flechas, causava a sensação de um frio gélido que doía em seus ossos e causava uma tempestade de emoções tumultuadas.
Mesmo com o silêncio ensurdecedor ecoando por alguns segundos, Catherine se sentia descrente. O chão parecia desvanecer sob os pés dela, suas pernas quase tremiam, ela sentia que estava afogando em um mar de decepção e traição. Tinha aquele nó na garganta e uma dor no peito, era quase insuportável. Seus olhos ardiam, mesmo assim ela lutava para não deixar nenhuma lágrima se formar.
Como ele teve coragem de fazer isso?

—Catherine, deixa eu te explicar...

—O que você quer me explicar, Luke? —ela ergueu um pouco a voz. Seus dedos se cruzavam involuntariamente, parecia ser necessário um autocontrole absurdo para não desferir um soco no rosto dele. —Espero mesmo que suas desculpas te ajudem, você vai precisar. O que valia tanto a pena ao ponto de você mentir para mim? Não só mentir, mas arquitetar todo um plano para me trazer aqui.

Uma sensação familiar novamente irrompeu em Luke... Mentir para Catherine não era o mesmo que mentir para todos os outros, doía nele ter que mentir para ela. E pareceu doer mais ainda ao ver sua reação.

—Eu sou sua alma gêmea —as palavras saíram da boca dele com certo desespero. Talvez aquilo o ajudasse.

Ela não respondeu, mas seus olhos azuis ficaram cheios de lágrimas.

—Por isso eu quis vir, porque você é a minha alma gêmea. Temos a marca...

Luke tenta tocar a marca de Catherine, tenta mostrar isso a ela. Ela se afasta do toque, tirando a mão dele de sua pele com certa brutalidade.

—Se você realmente é minha alma gêmea, então Afrodite deve ser muito cruel —ela fala com rancor, a lágrima escorrendo por sua bochecha.

—Cacau —Crystal se aproximou, chorando. —A culpa não é só do Luke, eu concordei. Achamos que ia ser o melhor para você.

Catherine poderia estar ressentida. Sentia até mesmo um toque de decepção por Crystal ter mentido para ela, mas conhecia a garota, sabia que suas intenções eram boas. Não permitia seu temperamento culpar ela. Ela era só uma criança.

—Não é culpa sua, Crystal —ela evitou olhá-la. —Por favor, espera ali na outra sala. Eu e o Luke precisamos ter uma conversa de gente grande...

Crystal não queria ir. Achava injusto Luke tomar a culpa sozinho. Ela estreitou seu olhar na direção do filho de Hermes, como se silenciosamente dissesse que queria o ajudar, mas ele fez um breve aceno com a cabeça, indicando que o melhor que ela poderia fazer era esperar. Com relutância, a garota caminhou para a sala ao lado, onde estavam alguns minutos atrás, e mesmo silenciosamente, ela chorou.

—Quando planejava me contar? —Catherine mordia o canto das unhas, nervosa e trêmula.

—Agora —ele responde honestamente. —Ia te contar antes de entrarmos.

Ela concorda com a cabeça e ergue o rosto para olhá-lo. A filha de Afrodite se aproximou mais dele.

—Você vai ir falar com Afrodite. E quando voltarmos para o acampamento quero que esqueça que tivemos algo.

—O que? —ele gaguejou, mesmo entendendo totalmente o que ela estava falando.

—Acabou, Luke —Catherine falava com firmeza. —Não finja que esperava algo diferente. Deveria saber que isso ia acontecer no momento em que começou a contar as suas mentiras.

Luke engoliu em seco, agora era ele que sentia um nó na garganta.

—Catherine, por favor. Me escuta —ele segurou os ombros dela, mesmo que ela relutasse em sentir seu toque. —Eu precisava saber disso. A sua mãe sabe sobre a minha profecia. Talvez a conexão das almas gêmeas seja algo a ver com a profecia que eu tentei descobrir a minha vida toda. Você sabe como isso é importante pra mim.

Love is a Thief Onde histórias criam vida. Descubra agora