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Percy Jackson despertou de seu sono pesado quando seu rosto escorregou pela janela e sua testa se chocou contra o volante.

—Ai... —ele reclamou.

Esfregou o rosto, piscando algumas vezes para se acostumar com o sol forte.

—Bom dia, Percy.

Ele viu Catherine no banco do lado. Ela estava vendo seu reflexo no espelho do carro, arrumando seu gloss e procurando algum mínimo defeito. Percy notou que ela deveria ter acordado mais cedo e se arrumado, pois sua aparência se mantinha impecável. Os cabelos arrumados, a maquiagem recém feita e o cheiro do perfume francês exalava, sinal de que ela deveria ter o passado a pouco tempo.

—Bom dia, Cath —ele bocejou de novo. —Sabe onde nós estamos?

—A seis milhas da estação de trem —ela fez uma bolha com seu chiclete de menta, sorrindo ao vê-la estourar em sua boca. —Temos que acordar os outros, o trem vai parar em breve.

Percy concorda com a cabeça.
Todos tentaram se livrar da sonolência ao serem despertados abruptamente. Caminhavam com rapidez e silêncio para saírem sem serem notados pelo maquinista e sua equipe.
Tinham chegado nas cercanias de uma pequena estação de esqui aninhada nas montanhas. Podiam ver o sol se erguendo vermelho entre o pico de duas montanhas, era uma visão belíssima. Uma placa dizia: "Bem vindos a Cloudcroft, Novo México."
O ar era frio e rarefeito. Nos telhados das cabanas, a neve se acumulava, e montes de neve suja se erguiam em ambos os lados das ruas. Pinheiros altos avultavam-se acima do vale, lançando sombras cor de piche, embora a manhã fosse de sol.

Após uma curta discussão, todos entraram no consenso de que irem em uma lanchonete comer era a melhor opção, estavam famintos e nem sequer se lembravam da última vez que tinham comido algo.
Eles encontraram um restaurante próximo chamado "Rebecca's at the Lodge", mais chamativo do que esperavam, mas se deram ao luxo de se servirem com uma quantidade generosa de comida.

—Olha o que eu achei —Percy tinha um largo sorriso por ter enchido um enorme como com Coca-Cola na máquina.

Catherine quase se engasgou com o pedaço de croissant que mastigava.

—Pelos deuses, são sete da manhã, Percy —ela riu.

—Eu sei, comecei a beber refrigerante mais tarde do que o normal hoje —ele diz, sarcástico, ainda mantendo seu sorriso.

Acabou rindo da reação da garota e se sentou junto com ela, colocando sobre a mesa seu enorme copo e um prato cheio de todos os tipos de guloseimas disponíveis na mesa de café da manhã.
O filho de Poseidon compartilhou para a filha de Afrodite seu último sonho sobre o passado de Zoë DoceAmarga e contou sobre Blackjack, o pégaso negro que escapou do Princesa Andrômeda e tinha possibilitado sua fuga do acampamento.

—Eu tenho esse lance, sabe? —explica. —Meu pai criava cavalos a partir do mar, e aí eu consigo ter uma comunicação com a maioria dos animais equestres. É bem legal, quer dizer, eu acho legal.

—É incrível. Dizem que cavalos são animais muito sensíveis e emotivos —ela apoia o queixo sobre a própria mão. —Verdade ou mito?

Ele pensou um pouco sobre aquela pergunta.

—Depende —diz. —O Blackjack, por exemplo, parece mais um gângster. Mas eu já conheci uma zebra muito legal.

Catherine sorriu.

—Droga, eu iria adorar conversar com uma zebra. Elas são tão lindas —comenta em um tom brincalhão.

Percy retribuiu o sorriso, gostava da presença da loira. Se lembrava da conversa que tiveram no último ano e em como pensou que seria bom tê-la como uma figura mais velha, ela era boa nisso, era protetora, gentil e divertida. Chegava a se perguntar como uma garota legal como ela conseguia ser alma gêmea de alguém tão traiçoeiro e manipulador como Luke, não entendia como ela tinha namorado com ele por três anos.

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