⎯15.

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Mentir para aqueles que amamos é um ato complexo, carregado de consequências profundas. As mentiras, muitas vezes, são construídas com a intenção de proteger ou evitar ferir sentimentos, mas, ironicamente, podem causar danos ainda maiores. A confiança, essência vital de relacionamentos sólidos, é frequentemente abalada quando a verdade é obscurecida.

A luz suave da manhã atravessou as cortinas rendadas, revelando a elegância do quarto de hotel em Paris. O som distante de passos ecoa pelas ruas de paralelepípedos e os sons dos pássaros e músicos de rua causavam uma melodia interessante. Catherine foi a primeira a se levantar, não se apressou ao se arrumar e ao descer em busca de uma das padarias próximas.
Ela comprou croissants, pães de chocolate, três garrafas de suco e duas bandejas de framboesas. Somente voltou ao hotel quando notou que havia se distraído demais pelas ruas

—Bom dia —ela fala ao adentrar no quarto, colocando as coisas sobre uma mesinha de madeira próxima ao frigobar.

—Bom dia, Cacau.

—Bom dia, princesa.

Catherine sorriu com suavidade ao ver aquela cena, Luke sentado na beirada da cama arrumando os cabelos ruivos de Crystal. Ele fazia aquilo com facilidade, penteava o cabelo dela e fazia pequenas tranças espalhadas. A loira tinha se esquecido que da mesma forma que ela cuidava de Crystal, Luke também fazia no acampamento, talvez até há mais tempo que ela, levando em conta que ele sempre acolhia as crianças novas por ser o conselheiro do Chalé de Hermes.

—Eu trouxe o café da manhã. Vocês tem que comer e depois vamos para a agência de carros para alugar um —ela diz, pegando um pão de chocolate e dando uma mordida, voltando falar ao engolir o pedaço. —Os ônibus para Versalhes são muito enrolados, fazem milhões de paradas e discursos de turismo.

—E quem disse que eu e a Crystal não queremos ouvir os discursos de turismo? —Luke brinca, falando aquilo apenas para irritar Catherine. —Vai lá, Crystal, mostra para ela que os meus penteados ficam bem melhores.

Catherine ri, cruzando os braços ao ver Crystal saltitar até ela.

—Então, você acha os penteados que o Luke faz melhores do que os meus? —ela fala dramaticamente.

—Eu nunca disse isso, Cacau —Crystal brincava.

Luke riu da expressão de Catherine, se aproximando dela e pegando um croissant.

—Ela está com medo de te magoar —ele provoca, comendo um pedaço de croissant.

A loira deu um tapa no ombro de Luke, tentando conter seu riso.

—Vocês dois são seres horríveis —ela pega uma bandeja de framboesas. —Eu vou fechar a conta na recepção. Espero vocês em vinte minutos, não demorem, senão vou deixar vocês dois.

Ela saiu do quarto enquanto comia algumas framboesas.

—Ela nunca iria ter coragem de deixar a gente para trás —Crystal fala com extroversão.

—Não mesmo —Luke sorri.

E por mais que Luke e Crystal estivessem tentados a enrolarem no quarto apenas para provocarem Catherine, eles acabaram comendo rápido, guardando as sobras em um saco de papelão, pegando as mochilas e logo descendo para a recepção. Ainda tiveram alguns curtos instantes livres antes que Catherine terminasse e elogiasse a pontualidade de ambos.
Eles pegaram um táxi para a agência de aluguel de carros mais próxima, chamada Sixt.

—Não deu certo —disse Luke ao sair de dentro de lá e se aproximar do banco em frente à agência onde as duas garotas estavam.

—Como assim "não deu certo"? —Catherine franzia o cenho.

Love is a Thief Onde histórias criam vida. Descubra agora