⎯Epílogo

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Não existe lugar mais encantador do que a Bélgica durante o Natal. A neve caía suavemente, trazendo um ar aconchegante e festivo. No interior de uma pequena casa afastada da cidade, Catherine se aconchegava nos braços de Luke, sentindo o calor e a segurança de seu amor.
A árvore de Natal estava perfeitamente montada e decorada no canto da sala, com enfeites variados e pisca-piscas brilhantes que iluminavam o ambiente. No topo da árvore, uma grande e reluzente estrela dourada brilhava intensamente. Embaixo da árvore, havia uma coleção de embrulhos e caixas de presentes que eles tinham trocado mais cedo.

Os dois ainda tremiam de frio depois de sua épica guerra de bolas de neve, então se escondiam nos braços um do outro, enrolados em uma coberta densa e macia enquanto compartilhavam uma caixa de chocolates belgas, apreciando cada mordida. Na TV, "Barbie e o Castelo de Diamante" passava, já era a vigésima sétima vez que assistiam aquele filme juntos. Luke sabia de cor todas as falas, mas não se importava; adorava ver a maneira como os olhos de Catherine brilhavam de entusiasmo em cada cena. Secretamente, ele também achava a história envolvente e encantadora.
Uma cena especialmente mágica do filme se desenrolava quando Luke olhou para Catherine e sorriu ao notar o modo que ela parecia encantada.

—Você nunca se cansa desse filme, não é, princesa? —ele brincou, acariciando a bochecha dela.

Catherine riu, encostando a cabeça no ombro dele.

—Nunca. Sempre vai ser o melhor filme que existe.

Luke a apertou mais forte contra si, afundando seu rosto contra o pescoço dela e depositando um beijo, o que fez ela se encolher um pouco e rir.

—Então, eu aceito assistir esse filme mais... Trinta vezes? —ele ainda sorria.

—Trinta vezes, no mínimo —ela retruca em um tom brincalhão, segurou o rosto dele em suas mãos e se aproximou um pouco. —Vou tornar esse filme o seu favorito, ouça minhas palavras.

—Segundo favorito —ele provoca.

Catherine colocou a mão no próprio peito, parecendo indignada.

—Por favor, não me diga que o primeiro é algum dos filmes do Bob Esponja. Eu não suportaria isso.

—Primeiro, eu sei que você adora Bob Esponja —ele provocou, dando uma piscadela ao vê-la fazer uma pequena careta. —E segundo, você sabe o meu filme favorito.

—Star Wars, claro.

—Qual especificamente? —ele questiona de modo retórico.

Ela ergueu um pouco a cabeça, segurou o ombro de Luke para pegar impulso e se sentar no colo dele, podendo encarar seu rosto diretamente.

—Ameaça dos Sith —responde. —Não julgo, todos amam Anakin Skywalker.

O sorriso do filho de Hermes se alargou, adorava aquele filme tanto quanto adorava a forma que a francesa o conhecia.

—Assim como todos amam a Barbie —brincou, apoiando suas mãos na cintura dela.

Catherine suspirou, as pontas de suas unhas acariciavam a nuca de Luke e seus olhos admiravam cada mínimo traço dele, estava fazendo isso com mais frequência desde que achou que iria o perder.
Permaneceu em silêncio. Esperava que encarar os olhos escuros de Luke lhe trouxesse alguma resposta, ainda não fazia a mínima ideia do que fazer. Tinha feito promessas aos deuses, promessas que não sabia se iria mesmo cumprir. Odiou ver a forma que Percy a olhou ao se sentir traído, mas odiou ainda mais ter que se curvar e fingir complacência a deuses tão frios e arrogantes.

—Você não pode ficar se torturando assim —diz Luke, sabendo quais eram os pensamentos dela. —Cronos não vai vir atrás de você tão cedo, até porque você honrou a sua parte do acordo. E os olimpianos também não vão ser um problema, pelo menos não por enquanto.

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