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Os pesadelos vívidos surgiam na mente de Daisy Winehouse como se fossem uma lembrança familiar. Seu corpo queimava a cada passo, as cicatrizes ainda não tinham se curado por completo desde o dia que Luke havia a punido. Era confuso a forma que milhões de sentimentos poderiam tomar conta dela de uma vez só.
Tinha medo do que Catherine e Luke poderiam fazer contra ela. Odiava eles e odiava a forma que Jasper havia traído sua confiança. Sentia aquela pontada de remorso em pensar que Thalia jamais a perdoaria.
Iria perder tudo ao mesmo tempo que não tinha mais nada.

Cada passo por aquela floresta em Jersey City era doloroso. Estava perto da nova base do acampamento das caçadoras, espreitando silenciosamente e esperando o momento certo em que poderia encurralar uma delas.
Tinha que atraí-la para uma luta. Tinha que conseguir matar uma delas.
O fato de ter que matar alguém não era um problema, já tinha feito aquilo antes, sabia que era impossível estar em um exército sem sujar as mãos de sangue.
Só que a situação se tornava um tanto assustadora quando pensava em matar guerreiras super talentosas escolhidas por Ártemis que deveriam ter mais de um século de idade.

Covardes. Se querem matar as caçadoras, façam vocês mesmos.
Queria destinar aquelas palavras para Luke e Catherine, definitivamente não faria, sabia que isso era sinônimo de ser esfolada viva e depois jogada para ser refeição de monstros.

Ela tinha avistado uma caçadora passar. Se escondeu atrás de uma árvore, observando-a se afastar do acampamento em direção ao riacho.
Daisy tirou o pequeno broche em formato de uma taça de vinho de seu bolso, segurou em seu punho fechado, pronta para empunhar sua espada e lutar. Precisava lutar se quisesse mostrar seu valor. Acima de tudo, precisava lutar se quisesse viver.
Deu um único passo quando seu corpo gelou ao sentir uma lâmina fria embaixo de seu queixo.

—O que está fazendo aqui?

—Oi, tempestade —ela desviou seu olhar na direção de Thalia, teve que redobrar os esforços para não acabar fraquejando. —É sempre um...

—O que está fazendo aqui? —repetiu a pergunta, pressionando a ponta de sua lança contra a garganta da outra.

Daisy ergueu um pouco o rosto, tentou controlar sua respiração por causa do bronze celestial em seu pescoço.

—Apenas uma visita rápida —deu de ombros, fingindo pouca importância.

—Não quero você aqui —afirmou Thalia. Não importava se tivesse que usar toda a sua coragem para expulsar Daisy, faria o necessário. —Você e seu exército amaldiçoado de monstros devem ficar longe das minhas caçadoras.

—Uau, quanta autoridade, senhora tenente... —a filha de Dionísio provoca. —É até meio sexy.

Ela murmurou e apertou os olhos quando Thalia pressionou mais a lâmina, um aviso silencioso de que deveria calar a boca.

—Olha... Que tal você abaixar essa lança?

—Saia daqui —as palavras saíam separadas sílaba por sílaba.

Daisy encarou os olhos azuis, um suspiro escapou de suas narinas.

—Catherine não vai vir. Foi ela quem me mandou, ela não vai te machucar...

Uma pontada de medo pareceu se dissipar do olhar de Thalia, mesmo assim ela não baixou sua arma e nem recuou.

—O que ela te mandou fazer aqui? —ela arqueou uma sobrancelha. —Me matar?

—Fala sério —a outra deu uma leve risada. —Acredita mesmo que ela mandaria outra pessoa vir atrás de você?

—Se não é isso, o que ela te mandou fazer?

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