⎯18.

1.5K 193 38
                                    

Ela estava em um campo de lírios.
Não sabia como tinha chegado lá, mas era belíssimo. A grama era verdinha e bem aparada, embora tivesse tantas flores que mal conseguisse vê-la, várias borboletas coloridas voavam pelo lugar. Catherine sorriu com a visão, mesmo que estivesse confusa, não sabia onde estava. Mas, honestamente? Ela também não se importava. Parecia não ter nenhuma preocupação ou peso em sua mente, tudo parecia tão certo. Tão perfeito.

—Oi, Cacau.

Ela se virou para olhar, viu Crystal. Pura e radiante em meio as flores, parecia uma princesa. Catherine sorriu, embora não dissesse nada, apenas estava feliz em vê-la.

—Sabia que somos irmãs?

—Eu sempre soube —a loira diz quando a pequena se aproximou dela. —Você sempre vai ser minha irmãzinha.

Crystal segurou as mãos da irmã, ergueu o rosto e sorriu. Estava tão calma, tão serena.

—Eu tenho que ir...

—O que? —Catherine riu sem entender, franzindo um pouco o cenho. —Pra onde você vai?

Ela não respondeu a princípio, apenas sorriu.

—Eu sempre vou te amar, Cacau.

E em um piscar de olhos, Crystal não estava mais lá. O que antes era tão leve pareceu pesado para Catherine, ela se sentiu assustada. Onde sua irmã estava? Ela olhou para os lados e não viu nada, estava sozinha naquele campo de lírios, até as borboletas haviam sumido. A loira se virou abruptamente ao ter a sensação de que havia alguém próximo, imaginava que era Crystal... Mas ela não viu ninguém, apenas uma pequena borboleta rosa que pousou na ponta de seu nariz.

E então, ela acordou. Não se lembrava ao certo o que tinha acontecido, na verdade, a princípio não se lembrou de nada. Ela piscou algumas vezes, se acostumando com a luz, ao olhar para o lado viu o filho de Hermes na beirada de sua cama.

—Luke? —ela chama com a voz fraca.

—Oi, princesa —sorriu, feliz por ela ter despertado. Ele se aproxima mais, acariciando suavemente a bochecha dela. —Como está se sentindo?

Luke parecia cansado, ela notou. Pensou que talvez devesse oferecer a ele os cristais outra vez, quem sabe agora ele aceitasse.

—Um pouco de dor de cabeça —Catherine diz.

—É, você levou uma pancada na cabeça —ele não fazia ideia do quanto ela se lembrava, então tentou ser cauteloso com suas palavras. —Ia ficar com uma cicatriz na testa se não fosse pelos cristais.

—Igual a cicatriz do Harry Potter? —ela brinca, embora sua voz continuasse baixa.

Luke sorri.

—Igual a dele —ele desliza os dedos pelos cabelos loiros dela. —Mas não acho que você seria da grifinória.

—Eu não sei a minha casa —ela relaxa com os toques dele. —Qual a sua?

—Sonserina, eu acho.

Catherine ficou alguns segundos observando Luke. Tinha paz em sua mente, sentia que podia ficar assim para sempre, sem nenhum pensamento concreto, apenas admirando o filho de Hermes. Sabia que a única forma de ter paz era se não se lembrasse de nada. Só que isso não durou muito.
Ela se levantou vagarosamente e olhou ao redor, estava no Templo de Afrodite, tinha se esquecido disso. A primeira coisa que veio em sua mente foram as últimas palavras de Morgrath direcionadas a ela.

—Cadê a Crystal?

Ele desviou o olhar, sentiu seus olhos arderem. Ela conseguiu sentir uma pontada de desespero surgindo, balançou a cabeça quando tal pensamento chegou em sua mente, o nó em sua garganta parecia deixar o ar quase irrespirável.

Love is a Thief Onde histórias criam vida. Descubra agora