Love is a Thief

⎯1.

Thalia Grace.

Faziam quase seis meses que eu havia voltado a viver. Voltado a vida ou algo assim, não sei qual a definição do que eu passei, ninguém deve saber a nomenclatura de voltar a ser uma pessoa após passar anos sendo uma árvore.
Passei algumas semanas no Acampamento Meio-Sangue e depois fui para um tipo de internato junto com Annabeth, eu não gostava muito de lá, mas era melhor do que ser um pinheiro e eu ficava feliz em estar junto com ela. Annabeth tinha crescido e era quase doloroso saber que perdi tanto de sua vida, felizmente ela agia como se nada tivesse mudado na nossa pequena família...

E quando eu falo em família tenho que falar sobre Luke. Não vi ele nem uma vez sequer, quando despertei tive vários questionamentos e um deles era onde estava Luke.
Acho que isso deveria ser coisa da minha cabeça, mas eu tinha a constante sensação de que as coisas sempre pareciam estranhas quando eu falava sobre ele para Percy ou Annabeth, tive a impressão de que eles estavam escondendo algo. Em um momento aquilo me irritou mais do que o normal e os confrontei sobre isso, se não queriam falar sobre Luke esperava que eles tivessem uma boa justificativa. Annabeth me disse vagamente sobre ele estar diferente, questionei o que aquilo deveria significar e ela falou que ele tinha sido enviado por Hermes para uma missão vários anos atrás e tinha ganhado uma cicatriz no processo.

Essa foi a grande mudança? Uma cicatriz?
Era ridículo acharem que isso importava para mim, deixei isso bem claro, assim como esclareci que precisava vê-lo de um jeito ou de outro, aliás ele também era minha família.
Annabeth contou que Luke tinha ido embora do acampamento para as férias, isso significa que ele não sabia que eu tinha voltado. Era triste, peio menos eu me sentia um pouco alegre em pensar que poderia fazer uma surpresa sobre aquilo. Depois de meses, minha brilhante ideia de fazer uma surpresa para ele foi embora quando Annabeth conseguiu entrar em contato e me disse que se eu queria vê-lo deveríamos ir para o acampamento.
Não importava o que dissessem, eu conseguia sentir que eles continuavam agindo estranho sobre isso, como se não quisessem me contar algo. Fiquei tão anestesiada com a ideia de reencontrá-lo que não me importei. Uma vez eu disse para Luke que ele sempre seria a pessoa mais constante da minha vida e tenho certeza que isso não mudou.

Mesmo dentro do carro velho dirigido por Argos dava para sentir certo frio, o inverno estava congelante, eu mal podia esperar para chegar no acampamento levando em conta que a temperatura de lá deveria continuar como se estivéssemos no verão. Ao pararmos sobre a colina e descermos do carro, suspirei ao ver que tinha me enganado sobre o lugar permanecer no verão.

Lá tinha um modelo próprio de controle mágico do clima. Nada atravessa seus limites a menos que o diretor, o sr. D, queira. Pensei que fosse estar quente e ensolarado, mas, em vez disso, a neve tivera permissão para cair levemente. O gelo cobria a pista de carruagens e os campos de morango. Os chalés estavam decorados com minúsculos pisca-piscas, como luzes de Natal, só que pareciam bolas de fogo de verdade.
Parei de fazer reclamações mentais no instante em que atravessamos a fronteira. O clima não estava o mesmo que o lado de fora, era um frio agradável e quase aconchegante. Isso me fez sorrir, não a temperatura em si, mas o fato de que iria rever Luke, tive que fazer um absurdo para não deixar minha felicidade tão estampada e nem acabar correndo pelos campos até o Chalé 11.

—Eii —Annabeth tocou meu ombro ao entrarmos na trilha que nos guiaria até os chalés. —Deixa eu falar com ele primeiro...

Franzi as sobrancelhas. Por que todo mundo estava agindo de um jeito tão estranho?

—Por que? —questionei. —Pelos deuses, eu só quero ver ele, por que você está sendo tão dramática sobre isso?

Ela pareceu inquieta e até um pouco irritada. Agora eu queria perguntar o por quê de ela estar irritada sendo que era ela quem estava tornando aquilo algo que não era.