QUINZE - ISABEL

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Chego à boate, mas desta vez não há luzes brilhantes ou música pulsante para me receber. Apenas o silêncio sombrio e a escuridão opressiva que envolvem o estabelecimento como um véu de mistério. Sento-me em um canto escuro, meu coração pesando com a ausência de Enrico, o vazio de sua presença quase tangível.

Horas se passam, cada minuto arrastando-se dolorosamente enquanto aguardo ansiosamente por qualquer sinal dele. Mas a noite se estende implacável, e Enrico permanece ausente, como uma sombra fugidia que se esconde nas profundezas da escuridão.

Na quinta noite, pouco antes das quatro da manhã, finalmente decido que é hora de partir. O cansaço me envolve como um manto, pesando em meus membros cansados enquanto me levanto e me dirijo para a saída. A rua está deserta, o ar frio mordendo minha pele exposta enquanto dobro a esquina em direção ao meu destino.

Então, vejo a figura sinistra emergindo das sombras, os olhos brilhando com uma malícia sádica. Enrico surge como um raio, seu semblante furioso e determinado, sua presença imponente e intimidadora. Ele irradia uma aura de perigo, como um predador pronto para atacar, e eu finjo ser a donzela em perigo.

— O que diabos está acontecendo aqui? — sua voz corta o ar como uma navalha afiada, sua raiva palpitando em cada palavra.

Meus olhos se arregalam em falsa surpresa.

— Enrico! — exclamo, minha voz tremendo com a emoção falsa. — Eu... eu estava indo embora quando esse homem apareceu... ele... ele queria me atacar.

Enrico lança um olhar assassino em direção ao intruso, sua mandíbula cerrada com uma fúria incontrolável. Seus punhos se fecham, prontos para defender o que é dele, mesmo que seja apenas uma ilusão que eu criei.

— Você tem sorte de eu ter chegado a tempo, querida — murmura ele, sua voz suave e perigosa ao mesmo tempo. — Mas não se preocupe, eu cuidarei disso.

O som dos socos ecoa na noite silenciosa, criando uma sinfonia de violência e desespero. Finalmente, o agressor cai no chão, rendido pela força avassaladora de Enrico. Seus olhos estão injetados de raiva, seu corpo tenso e trêmulo com a luta que acabou de enfrentar. Enrico se aproxima dele com passos decididos, sua expressão impiedosa enquanto olha para baixo.

— Você tem sorte de estar vivo, seu bastardo — rosnou Enrico, sua voz baixa e ameaçadora. — Se eu te pegar rondando por aqui de novo, não hesitarei em acabar com você de uma vez por todas.

O agressor acena com a cabeça em sinal de submissão, seus olhos cheios de medo e dor. Ele se afasta rapidamente, desaparecendo nas sombras da noite como um fantasma fugitivo. Enrico observa sua partida com uma expressão sombria, sua mandíbula cerrada com uma raiva palpável. Quando finalmente estamos sozinhos novamente, Enrico se vira para mim, seu olhar penetrante perfurando minha fachada frágil de inocência.

— Você está bem? — ele pergunta, sua voz áspera com preocupação genuína.

Meu corpo treme com uma intensidade fingida enquanto Enrico se aproxima para verificar o meu estado. Eu mantenho os olhos fechados, respirando fundo para dar mais autenticidade à minha performance. Cada músculo do meu corpo está tenso, esperando para ver se ele vai cair na minha encenação. Sinto sua presença se aproximando, seu calor irradiando sobre mim como uma aura poderosa. Então, finjo um desmaio. Seu toque é firme quando ele gentilmente me segura, e eu me esforço para manter minha respiração controlada, fingindo ainda estar inconsciente.

Enrico me ergue em seus braços fortes, seu toque firme e protetor. Ele me carrega em direção ao carro, e eu mantenho os olhos fechados, fingindo ainda estar inconsciente. Eu continuo a fingir estar desacordada, meu corpo relaxando apenas o suficiente para dar a ilusão de que estou inconsciente. Sinto os tapinhas no meu rosto. Abro os olhos lentamente, como se estivesse emergindo de um sono profundo. Meu coração dispara ao encontrar os olhos intensos de Enrico, que me observa com uma expressão preocupada e ao mesmo tempo protetora.

— Isabel, você está bem? — sua voz é suave, carregada com uma mistura de alívio e preocupação.

Finjo estar um pouco confusa, como se estivesse tentando recuperar a consciência plena. A realidade e a ficção se misturam em um jogo perigoso, mas emocionante, e eu me permito mergulhar completamente nesse papel.

— Onde... onde estou? — pergunto, minha voz fraca e trêmula, como se estivesse ainda atordoada.

— Você está no meu carro. Qual o seu endereço? Preciso te levar para casa — diz ele.

Eu lhe dou o meu endereço. Ele me observa com um olhar compreensivo, e então me aninha em seu colo, envolvendo-me em um abraço protetor.

— Não se preocupe, Isabel. Eu não vou deixar nada de ruim acontecer com você. Vou te levar para casa e garantir que esteja segura — diz ele, sua voz firme e decidida.

Sinto os olhares do motorista sobre mim através do retrovisor, e uma sensação desconfortável se instala no fundo da minha mente. Diego não perde por esperar. Aquele filho da puta vai pagar também. Enrico deu a ordem e ele puxou o gatilho para matar Álvaro.

A proximidade com Enrico é ao mesmo tempo excitante e perigosa. Seu cheiro masculino envolve meus sentidos, despertando desejos ocultos que eu não deveria alimentar. Quando o carro para diante do meu prédio, Enrico desce do carro e me acompanha até a porta, seu olhar fixo no meu, como se estivesse tentando decifrar meus pensamentos mais profundos.

— Espero que esteja se sentindo melhor agora, Isabel — diz ele, sua voz suave e reconfortante.

— Obrigada por me trazer para casa, Enrico. Você... você é muito gentil — murmuro, minhas palavras saindo mais trêmulas do que eu gostaria.

Ele sorri, e então se inclina para me dar um beijo na testa. O toque de seus lábios contra a minha pele envia arrepios por todo o meu corpo, e eu me perco por um momento na sensação intoxicante de sua proximidade.

— Não hesite em me ligar se precisar de alguma coisa, Isabel. Alejandro tem o meu número. Eu estarei por perto — diz ele, sua voz carregada de promessas veladas.

Eu assinto, relutante em me afastar dele, mas sabendo que é inevitável. Com um último olhar, Enrico se afasta e retorna ao carro, enquanto eu fico ali parada, assistindo-o partir, uma mistura de emoções conflitantes girando dentro de mim.

Com as mãos tremendo devido à mistura de adrenalina e excitação, mal consigo me concentrar enquanto digito a mensagem para Fábio. Cada letra digitada parece uma eternidade, meu coração batendo forte no peito enquanto aguardo ansiosamente sua resposta. Finalmente, após um momento que parece uma eternidade, envio a mensagem e solto um suspiro de alívio, esperando que ele compreenda a magnitude do que está acontecendo.

Enquanto aguardo sua resposta, minha mente volta para os acontecimentos da noite, revivendo cada detalhe com uma intensidade quase palpável. A imagem de Enrico, furioso e poderoso, surgindo no momento exato para me salvar, não sai da minha mente, sua presença dominante deixando uma marca indelével em minha memória.

A sensação de segurança que ele me proporcionou contrasta com a turbulência de emoções que sinto por estar tão próxima dele. É uma luta interna entre o desejo avassalador que ele desperta em mim e a consciência dos perigos que essa atração pode representar.

Enquanto aguardo a resposta de Fábio, minha mente vagueia por caminhos perigosos, imaginando cenários futuros e possibilidades que me assustam tanto quanto me excitam. A ideia de me envolver mais profundamente com Enrico é tentadora, mas também carrega consigo um peso de consequências imprevisíveis.

Finalmente, o som do celular me arranca de meus devaneios, e eu me apresso em verificar a mensagem de Fábio. Seu tom de aprovação e encorajamento é reconfortante, mas também aumenta a pressão sobre meus ombros, lembrando-me da responsabilidade que carrego sobre meus ombros.

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Enrico: nos braços do narcotraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora