O banheiro é um oásis de calma em contraste com o frenesi da festa lá fora. Enquanto lavo as mãos, tento recuperar um pouco de serenidade depois do confronto com Marcos. Mas minha breve paz é interrompida quando o reflexo de uma figura familiar aparece no espelho.
Encaro Lupita com um misto de curiosidade e desconfiança, me perguntando como ela conseguiu entrar na festa sem ser convidada. Seus olhos faíscam com um brilho de triunfo malicioso, como se estivesse se deliciando com minha inquietação. Antes que eu possa conter minha língua, as palavras escapam de meus lábios.
— Como você conseguiu entrar aqui?
Ela me lança um sorriso irônico, como se estivesse se divertindo com minha incredulidade.
— Não é da sua conta, querida. Eu tenho meus truques.
Sinto meu sangue ferver diante de sua resposta insolente. Contenho o impulso de agarrá-la pelos cabelos e fazê-la pagar por sua arrogância, optando por manter minha compostura, pelo menos por enquanto. Ela se aproxima com uma expressão de desprezo, suas palavras carregadas de rancor e hostilidade.
— Lupita, eu não estou aqui para arranjar problemas. Apenas preciso de um momento de paz.
Ela revira os olhos, desdenhosa.
— Você é tão hipócrita. Pensa que pode simplesmente entrar na vida de Enrico e roubar tudo o que é meu?
— Eu não roubei nada de você. Enrico é livre para fazer suas próprias escolhas.
Ela solta uma risada amarga, sacudindo a cabeça com desdém.
— Você realmente acredita nisso? Você é apenas mais uma piranha sedenta por dinheiro e poder.
— Eu não tenho nada a provar para você. Se Enrico me escolheu, é porque viu algo em mim que você nunca será capaz de entender.
Ela estreita os olhos, sua expressão contorcida pela raiva.
— Vai se arrepender de ter cruzado o meu caminho, Isabel. Eu farei de tudo para te tirar da vida de Enrico.
Volto para a festa com uma mistura de sentimentos fervilhando dentro de mim, o encontro com Lupita ainda ecoando em minha mente. Enrico está lá, sua presença imponente dominando o espaço ao redor, e ele me entrega uma taça de champanhe com um sorriso gentil.
— Aqui está. Para uma noite inesquecível — ele diz.
Pego a taça, sentindo o frio do cristal contra a palma da minha mão, enquanto me perco nos olhos profundos e misteriosos de Enrico. Há algo neles que me hipnotiza.
— Obrigada, Enrico. Por tudo — murmuro, minha voz mal audível acima da música pulsante que preenche o ambiente.
Enrico me puxa para mais perto, seu corpo pressionado contra o meu em um abraço possessivo que me deixa sem ar. Nossos olhos se encontram em um instante de intensidade pura, e sei que não há como voltar atrás. Estamos mergulhando de cabeça em um abismo de desejo e perdição, e não há como escapar ileso.
Enrico me puxa pela mão, guiando-me através do labirinto de convidados animados até chegarmos ao segundo andar, onde ele me conduz até seu antigo quarto de infância. O ar está impregnado com a nostalgia do passado, misturada com a eletricidade do momento presente. Enrico fecha a porta atrás de nós, mergulhando-nos em um mundo à parte, onde só existimos nós dois.
Enquanto meus olhos vagam pelo quarto, eles finalmente param em uma foto sobre a cômoda, onde Enrico está ao lado de um garoto jovem e sorridente. A curiosidade me consome e não consigo evitar a pergunta:
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Enrico: nos braços do narcotraficante
Roman d'amourMariana, uma policial federal obstinada, vê seu mundo desmoronar quando seu marido é brutalmente assassinado. Determinada a buscar justiça, ela descobre que o cérebro por trás do crime é ninguém menos que La Águila Negra, o implacável líder do carte...