VINTE E NOVE - ISABEL

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Enrico se afasta um pouco, seu olhar penetrante avaliando-me com interesse enquanto ele permanece ao lado da cama, sua figura imponente projetando uma sombra sobre mim. O calor de sua presença ainda parece envolver-me, deixando-me arrepiada apesar do ar quente que preenche o quarto.

— Quer comer ou beber alguma coisa? — Sua voz é suave, um contraste com a intensidade que normalmente emana dele.

— Sim, por favor. — Minha voz sai mais rouca do que eu esperava, revelando minha necessidade.

Ele acena com a cabeça, seu sorriso suave refletindo uma compreensão silenciosa.

— Claro, vou buscar para você.

Enrico se move graciosamente em direção à porta, seus passos seguros e decididos. É como se ele estivesse no controle de cada aspecto deste momento, uma sensação que me deixa simultaneamente desconfortável e excitada.

Enquanto ele se afasta, minha mente vagueia, relembrando os momentos intensos que compartilhamos apenas momentos atrás. A memória de sua presença dominadora, suas mãos ásperas explorando cada centímetro do meu corpo, ainda ecoa em minha mente, deixando-me arrepiada de desejo. Corro para colocar uma escuta no banheiro e outra debaixo da cama.

Enrico retorna com uma bandeja elegantemente disposta, carregando champanhe gelado, morangos e queijo.

— Aqui está, cariño. Espero que goste. — Sua voz é suave, mas há um brilho travesso em seus olhos escuros enquanto ele coloca a bandeja sobre a mesa ao lado da cama.

Eu observo enquanto ele despeja o champanhe em duas taças. Eu aceito a taça com gratidão, sentindo o frio do vidro contra a minha pele.

— Obrigada, Enrico.

— É um prazer, Isabel. — Ele estende a taça para mim, o gesto elegante e cortês.

Os morangos frescos e o queijo exalam um aroma tentador, aumentando minha fome e sede. Enrico pega um morango e mergulha na taça de champanhe antes de levá-lo aos lábios, seus olhos nunca deixando os meus enquanto ele saboreia a fruta com uma expressão de puro prazer.

— Por favor, experimente. — Ele estende o morango em minha direção, sua voz suave incentivando-me a participar.

Eu pego o morango delicadamente, sentindo a suavidade da fruta sob meus dedos antes de levá-la à minha boca. O contraste entre a doçura do morango e o leve amargor do champanhe é divino, uma explosão de sabores que dançam em minha língua. Enquanto saboreio a fruta, meu olhar vagueia até Enrico, admirando sua beleza austera e a confiança que ele exala. É difícil reconciliar a imagem do homem que me oferece luxo e indulgência com a realidade sombria do seu verdadeiro eu.

Apesar do luxo e do prazer momentâneo, uma sensação de peso se instala em meu peito, lembrando-me constantemente do verdadeiro propósito por trás de tudo isso: enviar Enrico para a cadeia. Enquanto ele bebe o champanhe com uma expressão de satisfação, eu me vejo travando uma batalha interna entre a necessidade de manter a fachada e a determinação de cumprir minha missão.

Seus lábios encontram os meus mais uma vez, um beijo que é ao mesmo tempo suave e cheio de desejo. Eu me perco na sensação momentânea, mas a lembrança do que está em jogo rapidamente retorna, como um choque frio.

— Prometa-me, Isabel. — Sua voz é um sussurro rouco contra os meus lábios. — Prometa que nunca mais negará seus beijos a mim.

Seus olhos escuros me encaram, buscando uma promessa que sei que não posso manter. Mas, por enquanto, decido jogar o jogo, sabendo que cada palavra, cada gesto, é uma peça no tabuleiro que estou determinada a vencer.

Enrico: nos braços do narcotraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora