Mais tarde, Fábio retorna à minha cela, e sua expressão é um misto de frustração e desagrado. Ele não parece nada feliz com a situação, e estou prestes a descobrir o motivo. Penélope, minha advogada, está ao seu lado quando entram na cela.
— Enrico, tenho boas notícias. Conseguimos os recursos necessários, e você está livre.
Fábio me encara, seu olhar carregado de ressentimento e desconfiança.
— Isso não muda nada, Enrico. Estaremos de olho em você, e qualquer movimento em falso o trará de volta para cá.
Pego meus pertences e saio da cela, enfrentando o olhar pesaroso de Fábio. Ao deixar a cela para trás, olho para Fábio e declaro com confiança:
— Medellín é minha cidade, e sempre estará sob meu domínio.
Entramos no carro blindado que me espera do lado de fora da prisão. O carro nos leva até o heliporto, onde um helicóptero nos espera. O helicóptero decola, e olho pela janela, observando as ruas de Medellín se distanciarem enquanto nos aproximamos da casa de Diego. Finalmente, pousamos.
Ao atravessar as portas da casa de Diego, sou recebido por uma visão que faz meu coração acelerar e minha respiração ficar presa na garganta. Mariana está lá, parada diante de mim, com os olhos brilhando de emoção e os lábios formando um sorriso. Antes mesmo que eu possa dar um passo à frente, ela está correndo em minha direção, e então, num gesto impulsivo e cheio de amor, ela salta em meus braços.
— Enrico!
Sinto o calor do seu corpo se moldando ao meu, seus braços envolvendo-me com força. Eu a seguro com firmeza.
— Mariana...
— Fiquei tão preocupada.
A sensação de tê-la nos meus braços novamente é avassaladora. Todo o medo, a incerteza e a angústia que me consumiram na prisão parecem desaparecer diante da presença dela.
— Acabou tudo bem, diabinha.
O ambiente na sala de estar da casa de Diego é carregado de expectativa enquanto nos sentamos, aguardando a explicação de Penélope sobre minha prisão e libertação.
— A verdade é que a prisão de Enrico foi apenas uma manobra.
— Um blefe? Mas como... — Mariana começa, sua voz carregada de surpresa e confusão.
Penélope levanta uma mão para silenciá-la, antes de continuar sua explicação.
— Não tinham nada contra Enrico. Não havia provas substanciais que pudessem sustentar as acusações. Ninguém tem provas concretas de que você é o chefe de La Serpiente Negra. — Ela explica, seus olhos encontrando os meus por um momento antes de continuar. — Sua operação de lavagem de dinheiro é engenhosa. Você estava movendo milhões através da indústria petrolífera, deixando poucos rastros para serem seguidos.
— Então... eu estive preso por nada? — pergunto, ainda processando a revelação.
Penélope assente com seriedade.
— Exatamente. Eles blefaram na tentativa de forçar você a dizer algo que o comprometesse ou revelar a localização de Mariana, pois ela tem provas contra você.
Um sorriso irônico se forma em meus lábios. Tudo aquilo era uma verdadeira reviravolta digna de um filme de suspense.
— Destruí todo o material que tinha sobre Enrico. — diz Mariana.
— E agora? O que faremos? — Diego pergunta.
— Agora é hora de planejar nosso próximo passo. A ameaça pode não ter sido eliminada completamente, mas agora temos a vantagem.
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Enrico: nos braços do narcotraficante
RomanceMariana, uma policial federal obstinada, vê seu mundo desmoronar quando seu marido é brutalmente assassinado. Determinada a buscar justiça, ela descobre que o cérebro por trás do crime é ninguém menos que La Águila Negra, o implacável líder do carte...