Enrico: nos braços do narcotraficante

OITENTA E CINCO - ENRICO

DOIS MESES DEPOIS

SICÍLIA, ITÁLIA.

Estou no terraço de minha propriedade e olho para o mar. O dia ainda está amanhecendo, pintando o céu com tons de laranja e rosa. Em poucas horas, estarei me casando com Isabel. Ela está nua na cama, sua pele iluminada pelos primeiros raios de sol, a barriga redonda onde crescem nossos dois meninos: Hector e Álvaro.

Observo-a com admiração, maravilhado com a beleza da vida que carrega dentro de si. É um milagre, algo que nunca pensei que seria possível para alguém como eu. Mas aqui estamos, prontos para começar uma nova fase de nossas vidas juntos.

— Você está tão linda, Isabel. — Minha voz sai rouca, carregada de emoção enquanto me aproximo dela na cama.

Ela sorri, seus olhos brilhando com a felicidade radiante de uma futura mãe.

— E você está tão... dominador como sempre. — Ela brinca, passando a mão pelo meu peito nu.

Eu rio, um som áspero e cheio de gratidão.

— Alguém tem que manter as coisas interessantes, não é? — Respondo, me aproximando mais dela e acariciando gentilmente sua barriga.

Sinto os movimentos suaves dos nossos filhos sob a pele dela, uma sensação que me enche de uma alegria indescritível. É difícil acreditar que em breve seremos uma família de quatro pessoas. Isabel coloca a mão sobre a minha, entrelaçando nossos dedos com ternura.

— Eu não poderia estar mais feliz, Enrico. Você me deu tudo que sempre sonhei, e mais. — Ela diz, seus olhos encontrando os meus em um olhar repleto de amor e gratidão.

Eu me inclino para beijá-la, meus lábios encontrando os dela em um gesto cheio de promessas e esperança para o futuro que nos espera. Eu acaricio sua barriga novamente e nossos meninos chutam, um pequeno lembrete da vida pulsante dentro dela. É uma sensação indescritível, sentir os movimentos suaves sob a pele dela, uma prova tangível do milagre que estamos testemunhando.

— Eles estão animados hoje. Parece que querem se juntar à festa também. — digo, sorrindo ao sentir os chutes mais intensos.

— Parece que sim. Eles têm muito da sua energia. — comenta, seus olhos brilhando com uma mistura de ternura e orgulho.

Eu me inclino, depositando um beijo suave sobre a pele macia.

— Espero que sejam tão fortes e corajosos quanto você, diabinha. — Murmuro, deixando minha mão repousar suavemente sobre o lugar onde nossos filhos estão.

É um momento precioso, íntimo, que compartilhamos juntos. Os chutes continuam, cada vez mais vigorosos, como se os pequenos estivessem ansiosos para fazer parte de nossas vidas. E eu os recebo de braços abertos, prontos para ser o pai que nunca tive a chance de ter. Isabel sorri, seu olhar encontrando o meu com uma intensidade que me deixa sem fôlego.

— Você será um pai maravilhoso. Eu sei disso.

Beijo sua testa e pergunto se ela está com fome.

— Estou faminta, Enrico. — Ela responde, seu olhar determinado enquanto se ajeita na cama.

— Vou pedir para prepararem algo especial para você. — Prometo, me levantando e indo em direção à porta.

Enquanto caminho pelos corredores silenciosos da nossa propriedade, não posso deixar de pensar nas ameaças que pairam sobre nós. Sei que as coisas não serão sempre fáceis, pois outros homens como Fábio podem aparecer com a intenção de destruir meu império criminoso, mas sei que Isabel e eu daremos conta de tudo. Hoje, sei que ela tem um lado sombrio como o meu que aflora sempre que um dos nossos está em perigo.