TRINTA E SETE - ISABEL

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Ao despertar naquela manhã, sou arrancada da névoa do sono pelo som da voz tensa de Enrico em uma conversa ao telefone. Seus murmúrios em italiano ecoam pelo quarto, carregados de urgência e preocupação. Observo-o deitada na cama, sua figura imponente de costas para mim, os músculos tensos e contraídos, como se estivesse travando uma batalha invisível.

Ele fala, seus gestos são rígidos, cada movimento carregado de uma energia que parece eletrizar o ar ao redor. Meus olhos vagam por seu corpo escultural, quase babando diante da visão de sua forma física impecável. Sua bunda dura e firme, suas pernas grossas e musculosas.

A tensão no ar é palpável, como se estivesse prestes a explodir a qualquer momento. Enrico parece alheio à minha presença, completamente imerso em sua conversa telefônica. Capto algumas palavras da conversa, pois ele não fala muito alto e tenho certeza de que ouvi Cosa Nostra. Porra, o maior narcotraficante da América envolvido com a máfia. Fábio ficará feliz ao saber.

Levanto-me da cama com um impulso repentino e envolvo Enrico em um abraço por trás, pois assim fico mais perto e consigo ouvir melhor a conversa. Ele não tem ideia de que sou fluente em italiano. Ele continua a falar ao telefone, mas sua mão se move sobre a minha quando a coloco sob a sua, como se buscasse um apoio silencioso em meio ao caos de suas palavras.

A sensação de sua pele sobre a minha é eletrizante, sua energia pulsando através de mim como uma corrente elétrica. Sinto-me envolvida por sua presença dominante, sua aura de masculinidade poderosa, Encosto a cabeça em suas costas quentes e não consigo conter um suspiro. Seus dedos se entrelaçam com os meus. Consigo ouvir grande parte da conversa agora. Ele é primo de Vicenzo Martinello. Tenho certeza que já ouvi esse nome. Assim que falar com Fábio, pedirei mais informações. Enrico continua a falar, suas palavras fluindo em um fluxo constante de urgência e determinação. Enrico termina sua conversa ao telefone, o peso da tensão no ar parece palpável, envolvendo-nos em um silêncio carregado de expectativa. Seus olhos escuros encontram os meus quando ele se vira para encarar-me.

— Diabinha, — ele começa, sua voz profunda ressoando no quarto como um eco distante de promessas e perigos. — precisamos ir até a Itália.

— Por que precisamos ir até lá?

— Há assuntos pendentes que precisam ser resolvidos. — ele responde, sua voz baixa e carregada de significado.

— Assuntos pendentes? — repito, minha mente girando com possibilidades e conjecturas sobre o que ele poderia estar se referindo. Há tantos segredos enterrados sob a superfície de sua vida, tantas verdades ocultas que ameaçam vir à tona a qualquer momento.

Enrico apenas inclina a cabeça, um sorriso enigmático brincando em seus lábios.

— Sim, apenas negócios, diabinha. — ele murmura, seus olhos ardendo com uma intensidade que me deixa sem fôlego. — Não precisa se preocupar com isso.

Filho da puta mentiroso. Observo Enrico com atenção, notando cada linha de tensão em seu rosto, cada músculo tenso em seu corpo. Seu semblante revela a carga de preocupações e responsabilidades que ele carrega, os fardos de um homem que vive à beira do abismo, entre o poder e o perigo.

— Enrico... — minha voz é apenas um sussurro, carregado de uma mistura de devoção e desejo. — Deixe-me cuidar de você.

Minhas mãos trêmulas deslizam pelos seus braços, sentindo a firmeza de seus músculos sob a pele. Ele me encara, seus olhos escuros queimando com uma intensidade que me deixa sem fôlego. Há algo selvagem e primal em seu olhar, uma chama ardente que ameaça consumir tudo ao seu redor.

— Isabel... — sua voz é rouca, carregada de emoção. — Você não precisa fazer isso.

Mas eu ignoro suas palavras, deixando-me levar pelo impulso do momento. Minha boca encontra a pele salgada de seu pescoço, meus lábios traçando um caminho de calor e desejo ao longo de sua mandíbula. Ele geme baixinho, um som gutural de prazer e surpresa. Suas mãos encontram meu rosto, seus dedos acariciando minha pele com uma gentileza que contradiz a intensidade de seus olhos.

Enrico: nos braços do narcotraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora