VINTE E TRÊS - ENRICO

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Isabel saiu do reservado, deixando-me sozinho e consumido por um desejo avassalador. Nenhuma mulher jamais consegue me deixar dessa maneira, e sinto-me fora de controle, completamente hipnotizado por ela.

Minha respiração está pesada, e meu corpo queima com a lembrança do toque dela, do calor da paixão que compartilhamos por breves momentos. Ela é uma incógnita, uma tentação que não posso resistir, mesmo sabendo que é um jogo perigoso.

Sento-me no reservado vazio, tentando recuperar o fôlego e afastar os pensamentos que me consomem. Isabel é mais do que apenas uma dançarina naquela boate; ela é um enigma que preciso desvendar.

Decido ligar para a recepção e mandar que outra dançarina venha até o reservado. Pouco tempo depois, Lupita aparece, olhando-me com curiosidade e um sorriso malicioso nos lábios. Ela se aproxima, provocante, e pergunta:

— Então, Enrico, a garota anterior não conseguiu te satisfazer?

Encaro-a com seriedade e digo:

— Lupita, quero que tire a roupa e dance para mim.

Ela hesita em começar a tirar sua roupa lentamente, mantendo o olhar fixo em mim enquanto se move de maneira sensual. Ela é experiente e sabe como provocar, mas não consegue despertar em mim o mesmo que Isabel conseguiu. Enquanto Lupita continua sua dança, não consigo deixar de compará-la a Isabel em minha mente. Isabel é única, uma tentação que não consigo resistir. Esta noite está se tornando uma montanha-russa de emoções e desejos conflitantes, e sei que preciso tomar decisões importantes.

— Venha até mim e se ajoelhe.

Um sorriso malicioso se espalha pelo rosto dela ao notar minha ereção. Ela se aproxima, mantendo o olhar fixo em mim, e se ajoelha de forma provocante. Começa a acariciar minha coxa com a mão enquanto continua a olhar intensamente para mim. Sua proximidade e os movimentos sensuais começam a surtir efeito, mas não consigo evitar pensar em Isabel. Ela está ajoelhada diante de mim, sua boca envolvendo meu membro, seus lábios deslizam para cima e para baixo. No entanto, nesse momento, minha mente está em outro lugar. Enquanto sinto o calor da boca dela, meus pensamentos são dominados por Isabel.

— Mais devagar. — Digo, com a voz rouca de desejo, mas é apenas uma desculpa para interromper o que está acontecendo. Preciso me concentrar, me controlar, mas é difícil quando Isabel está tão presente em meus pensamentos.

Lupita parece surpresa com minha ordem, mas obedece, diminuindo o ritmo de seus movimentos. Seus olhos encontram os meus, cheios de desejo, mas sei que não é isso que realmente quero. Eu quero Isabel, com toda a sua intensidade e mistério.

— O que há de errado? Enrico, você está quieto demais. — Lupita fala entre lambidas e sugadas. Seus olhos escuros procuram os meus, mas eu desvio o olhar, incapaz de encará-la.

— Cala a boca. — Minha voz sai mais ríspida do que pretendo, mas a frustração misturada com a presença insistente de Isabel em meus pensamentos me deixa impaciente.

Ela obedece prontamente, seus olhos buscando os meus em busca de alguma explicação. A sala está impregnada de um silêncio tenso, interrompido apenas pelos sons obscenos da atividade que continuamos.

— Você é tão gostoso, Enrico. — Lupita murmura, seus lábios ainda envolvendo meu membro.

— Só continue fazendo o que sabe fazer. — Minha resposta é curta e direta, um comando que transmite mais a minha frustração do que qualquer outra coisa. Quero escapar da tormenta mental, e Lupita é o meio para isso.

Ela retoma seus movimentos, intensificando a pressão e a cadência. Eu me esforço para manter os olhos fechados, bloqueando qualquer pensamento que não esteja relacionado ao prazer físico imediato. Os gemidos de Lupita preenchem a sala, misturando-se aos meus próprios suspiros contidos. A atmosfera é carregada de uma tensão que ultrapassa os limites do prazer e adentra o território da angústia.

Enrico: nos braços do narcotraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora