CINQUENTA E SEIS - ENRICO

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UM MÊS DEPOIS...

Não consigo dormir e desço até a academia. Corro na esteira e meu telefone toca, o nome de Alejandro, o gerente da boate, aparece na tela. É uma surpresa inesperada receber uma ligação dele. Interrompo minha corrida e atendo.

— Alejandro, o que quer?

Há uma certa urgência na voz de Alejandro enquanto ele começa a falar:

— Enrico, temos um problema na boate. Seu primo, Marcos, está causando uma cena. Ele quer falar com você pessoalmente.

A menção de Marcos imediatamente me alerta.

— Diga a Marcos que estarei aí em breve. Mantenha a situação sob controle até a minha chegada.

— Entendido, Enrico. Esperamos por você.

Encerramos a ligação, e eu imediatamente me dirijo ao chuveiro na academia para tomar um banho rápido e me arrumar. Sei que não posso deixar Marcos causar tumulto na boate por muito tempo. Ele é alguém que prefiro manter sob controle, e qualquer problema com ele tem que ser resolvido rapidamente. Porra, por que meu primo não veio direto para minha casa?

Coloco minhas Sauers no coldre e entro no carro. Chego à boate com uma escolta de seguranças, meus homens de confiança que sempre estão prontos para agir quando necessário. A boate está em pleno funcionamento, com luzes cintilantes, música alta e uma multidão animada. Dirijo-me rapidamente a Alejandro. Ele está visivelmente aliviado ao me ver.

— Enrico, você chegou rápido. — ele comenta.

Assinto, olhando em volta para ter uma ideia da situação. É fácil identificar Marcos; ele está no centro de um pequeno tumulto perto do bar, cercado por seguranças da boate que tentam controlá-lo. Marcos é conhecido por sua tendência a exagerar quando bebe demais, e parece que ele está mais alcoolizado do que o habitual naquela noite.

Dou um passo em direção à multidão, meus seguranças acompanhando-me de perto. Ao nos aproximarmos, fica claro que Marcos está discutindo acaloradamente com um dos seguranças da boate.

— Marcos — chamo seu nome em um tom firme, mas não agressivo.

Ele se vira na minha direção, e seus olhos embaçados de álcool me encaram por um momento antes de ele me reconhecer.

— Enrico! — ele exclama, com uma expressão de alívio. — Finalmente você está aqui. Precisamos conversar.

Conduzo Marcos para longe da multidão, com meus seguranças seguindo-nos de perto.

— O que está acontecendo? — pergunto, mantendo minha voz calma e controlada. — Por que não me procurou na minha casa?

Ele suspira, parecendo momentaneamente sóbrio.

— Enrico, preciso da sua ajuda. Minha vida está em perigo, e não posso confiar em mais ninguém além de você.

A seriedade de sua declaração me deixa alerta.

— Continue, Marcos. O que está acontecendo?

E assim, Marcos começa a contar uma história complicada e perigosa, envolvendo conspirações, inimigos poderosos e ameaças à sua vida. O idiota roubou dinheiro de Vicenzo, meu primo e chefe da máfia italiana. Enquanto ele fala, minha mente começa a trabalhar rapidamente, avaliando a situação e considerando as implicações de suas palavras.

Sei que essa situação está se tornando ainda mais complicada do que eu imaginava. Com Marcos ao meu lado, minha prioridade é mantê-lo seguro. Ele é um idiota, mas é da família. Além disso, o pai dele salvou a vida do meu. Agora tenho que lidar com a pressão de um homem poderoso como Vicenzo, que está atrás de seu dinheiro e não parece disposto a desistir tão facilmente. Meu telefone toca.

— Enrico, eu quero o que é meu. — diz Vicenzo com uma voz fria e implacável do outro lado da linha.

— Eu entendo a sua preocupação, primo. — respondo, mantendo minha voz firme. — Estou com Marcos agora, e podemos resolver essa situação de maneira civilizada. Não queremos problemas.

Vicenzo faz uma pausa antes de responder, e posso ouvir a tensão em sua voz.

— Eu quero a porra do meu dinheiro.

— Mantenha a calma, Vicenzo — digo, tentando ganhar tempo. — Eu vou garantir que você recupere seu dinheiro. Preciso de algum tempo para resolver isso.

— Eu quero a cabeça de Marcos. — A voz dele ecoa em meu ouvido, suas palavras me deixando quase mudo. A ordem de executar Marcos não é apenas uma ameaça, é uma sentença de morte que ele está passando, e estou preso entre a lealdade que devo a minha família e a pressão da Máfia italiana.

— Vicenzo, você não pode estar falando sério. — Eu digo, lutando para manter minha voz firme. — Matar Marcos não vai resolver nada. Podemos encontrar uma solução que beneficie a todos. Ele é da família, porra.

— Da sua família, primo. Eu não tenho nada a ver com ele. — Vicenzo ri, um som áspero e sádico do outro lado da linha. — Enrico, você é um homem inteligente, mas há coisas maiores em jogo aqui. Eu tenho um nome a zelar na Máfia italiana, e deixar um ladrão como Marcos escapar não é uma opção.

Estou ciente de que, na hierarquia da Máfia, Vicenzo Martinello é uma figura de respeito e influência. Entrar em conflito com ele poderia resultar em uma guerra dentro da organização que eu não estou preparado para enfrentar.

— Eu entendo a sua posição, Vicenzo, mas peço que considere outra alternativa. Podemos devolver o dinheiro, fazer um acordo que o beneficie de alguma forma. Não precisamos derramar sangue.

Vicenzo fica em silêncio por um momento, e posso ouvir o som de sua respiração pesada. Finalmente, ele responde:

— Você tem três dias. Se o dinheiro não estiver em minhas mãos até então, você sabe o que fazer.

Desligo o telefone com um peso no peito. A situação está se tornando ainda mais sombria, e agora estou enfrentando um prazo para tomar uma decisão difícil. Olho para Marcos, que está ansioso para saber o que Vicenzo decidiu.

— Ele quer que você seja executado, Marcos. — Eu digo com pesar. — A menos que possamos encontrar uma maneira de resolver isso nos próximos três dias, você será morto. — Marcos fica pálido e trêmulo diante da notícia, e posso ver o medo em seus olhos. Ele é um homem marcado, e sua vida está pendurada por um fio. — Marcos, escute-me com atenção. Eu consegui adiar qualquer ação imediata por parte de Vicenzo, mas isso não significa que o problema desapareceu. Precisamos encontrar uma solução rapidamente.

Minha chegada em casa é marcada por uma sensação de exaustão profunda. Os eventos da noite tomaram um pedágio em mim, e a pressão crescente da Máfia italiana só torna as coisas ainda mais difíceis. No entanto, ao entrar em nossa casa, percebo imediatamente algo fora do lugar: Isabel não está lá.

(❁'◡'❁)(❁'◡'❁)(❁'◡'❁)(❁'◡'❁)

Bom dia, pessoal.

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Votem e comentem muito.

Beijos.

Enrico: nos braços do narcotraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora