Enrico: nos braços do narcotraficante

SETENTA - MARIANA

Estou em seus braços, o peso de meu corpo confiando na força dele enquanto ele me leva até nosso quarto. Ele me coloca gentilmente sobre os lençóis macios, seu olhar fixo no meu, tão intenso, tão cheio de emoção que mal posso conter as lágrimas que ameaçam transbordar. E então, no silêncio que nos cerca, ele faz a pergunta que muda tudo.

— Quer se casar comigo? — Sua voz é suave, carregada com a vulnerabilidade que ele raramente deixa transparecer, seus olhos brilhando com a esperança e o medo da rejeição.

Eu o encaro, perdida na imensidão de seus olhos escuros, vendo minha própria alma refletida neles. E naquele momento, tudo parece claro, tudo parece certo.

— Sim — minha voz é um sussurro rouco, uma resposta que carrega o peso de todo o amor que sinto por ele. — Sim — repito, mais firme desta vez, minha determinação ecoando no ar como um juramento sagrado.

Seus olhos brilham com uma mistura de alívio e alegria, um sorriso radiante se formando em seus lábios. E então, como se estivesse esperando por este momento, ele pega algo da mesa de cabeceira ao lado da cama.

É um anel, reluzente com a promessa de um futuro juntos, com um diamante negro tão profundo quanto o olhar dele. Ele me olha com uma intensidade que me tira o fôlego, seus dedos tremendo ligeiramente enquanto segura o anel diante de mim.

— Este anel pertence à única mulher que eu já amei de verdade — ele murmura, sua voz rouca de emoção. — Você será minha para sempre?

Eu olho para o anel, para ele, para o amor que compartilhamos, e não há dúvida em meu coração.

— Sim — respondo, minha voz embargada pelas lágrimas que finalmente escapam. — Sim, eu aceito ser sua para sempre.

E então, com um sorriso trêmulo, ele desliza o anel em meu dedo, selando nosso pacto de amor com uma promessa eterna. E enquanto ele me envolve em seus braços, sinto-me completa, sentindo-me mais amada e protegida do que jamais imaginei ser possível. Porque agora, não estamos apenas unidos pelo destino, mas também pelos laços indissolúveis do casamento. E juntos, enfrentaremos o futuro, lado a lado, com todo o amor que nosso coração pode conter.

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Estou deitada na cama, ainda emocionada pelo pedido de casamento que acabou de acontecer, quando uma lembrança dolorosa surge em minha mente. Lembro-me do cordão com pingente de coração que Enrico tomou de mim quando me mandou embora, uma peça tão pequena, mas tão carregada de significado para mim.

— Enrico... — minha voz é suave, quase um sussurro. — Você se lembra do cordão com o pingente de coração que tomou de mim quando me mandou embora?

— Sim, eu me lembro — ele murmura, sua voz rouca com arrependimento. — Eu... eu não deveria ter feito aquilo. Foi um erro, Mariana, um erro terrível.

— Eu mereci depois de ter mentido e manipulado você, mas, ainda o tem? — pergunto, minha voz tremendo ligeiramente. — Por favor, Enrico, me devolva. Não como um pedido de desculpas, mas como uma lembrança do que temos, do que sempre teremos.

Ele olha para mim, seus olhos escuros cheios de uma mistura complexa de emoções. Por um momento, parece que ele vai recusar, que vai se fechar novamente, mas então algo muda em seu olhar, algo se quebra dentro dele, e vejo a vulnerabilidade que ele raramente mostra.

— Claro, Mariana — ele responde finalmente, sua voz suave e cheia de remorso. — Eu... eu guardo comigo desde aquele dia. Vou pegá-lo para você.

Eu o vejo se levantar e caminhar até a cômoda do quarto. Ele abre a gaveta e retira o cordão com o pingente de coração, segurando-o delicadamente em suas mãos.