CINQUENTA E DOIS - ISABEL

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Perto das oito horas da noite, entrei no banheiro e liguei o chuveiro. Enquanto a água quente caía sobre mim, meus pensamentos foram tomados por Fábio e pela possível fúria que ele devia estar sentindo por minha ausência em mais uma reunião.

Fábio, meu chefe na Polícia Federal, era um homem de temperamento forte e exigente. Ele sempre valorizava a pontualidade e a dedicação ao trabalho, e eu sabia que minha falta não passaria despercebida. Afinal, era minha responsabilidade comparecer a todas as reuniões e cumprir com minhas obrigações como agente federal.

No entanto, neste momento, minha mente está em outro lugar. Estou imersa nos eventos dos últimos dias, nas reviravoltas surpreendentes que mudaram o curso da minha vida. Enrico, com sua presença magnética e suas promessas tentadoras, tornou-se uma parte inevitável do meu mundo, desviando minha atenção das questões profissionais que normalmente ocupam minha mente.

Enquanto a água quente acalma meus músculos tensos, me pergunto se estou fazendo a escolha certa. Devo seguir minha lealdade à Polícia Federal e ao meu trabalho, ou me entregar completamente ao desejo e à paixão que Enrico desperta em mim?

A verdade é que estou dividida entre dois mundos, dois deveres, duas paixões. Fábio representa a estabilidade e a segurança da minha carreira, enquanto Enrico me oferece um mundo de emoções intensas e perigosas. É uma encruzilhada que não posso ignorar, e cada escolha tem suas próprias consequências.

Saio do banheiro e dou de cara com duas mulheres elegantemente vestidas, ambas carregando uma variedade de produtos de beleza. Seus sorrisos são gentis, mas há um ar de determinação em seus olhares.

— Isabel, certo? — diz uma delas, com um sotaque italiano carregado. — Enrico nos enviou para preparar seu cabelo e maquiagem para a festa desta noite.

Assinto, um pouco surpresa com a rapidez com que Enrico organiza as coisas. Ele realmente é meticuloso em tudo o que faz.

— Sim, sou eu. Obrigada por estarem aqui. Por favor, façam o que for necessário. — Minha voz soa um pouco incerta, mas sei que é melhor cooperar.

As mulheres começam a trabalhar em meu cabelo e maquiagem, cada uma delas trazendo seu próprio conjunto de habilidades e produtos. Enquanto trabalhamos, trocamos pequenas conversas sobre moda, beleza e a festa que está por vir.

— Você é muito bonita, Isabel. O senhor Enrico tem bom gosto — comenta uma delas enquanto finaliza meu penteado.

Agradeço o elogio, mas por dentro me pergunto o que Enrico tem em mente ao me preparar para a festa. Há algo em seu olhar quando me entrega aquele vestido que me deixa curiosa sobre suas intenções.

Quando finalmente me olhei no espelho, mal pude acreditar na transformação. As mulheres haviam feito um trabalho excepcional, realçando minha beleza natural de uma maneira que eu não achava possível.

— Você está deslumbrante — disse uma delas com um sorriso.

A textura sedosa do tecido escorrega pelo meu corpo, ajustando-se perfeitamente às minhas curvas. Quando Enrico retorna ao quarto, já vestido com seu smoking impecável, sinto meu coração acelerar. Meus olhos percorrem cada detalhe de sua figura, capturando a elegância e a perigosidade que emanam dele.

— Perfeita, diabinha — ele diz com um sorriso, seus olhos brilhando com admiração.

Ele se aproxima de mim com uma graça predatória, seus passos medidos e confiantes. Meu coração bate descompassado enquanto ele se ajoelha diante de mim, seus olhos fixos nos meus, faiscando com uma intensidade avassaladora.

— Permita-me... — sua voz é rouca enquanto ele coloca as sandálias em meus pés delicadamente.

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Enrico: nos braços do narcotraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora