VINTE - ENRICO

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O suor ainda escorre pelo meu corpo enquanto saio daquela sala escura, meu coração martelando no peito como um tambor frenético. A imagem de Isabel permanece gravada em minha mente, seu olhar desafiador ecoando em meus pensamentos. Droga, ela conseguiu mexer comigo de uma forma que nenhuma mulher jamais fez antes. Sinto o calor da vergonha e da frustração queimando em minhas entranhas. Como diabos deixei isso acontecer? Como fui tão facilmente manipulado por uma mulher que mal conheço?

Enquanto caminho em direção aos fundos da boate, puxo o celular do bolso e disco o número de Diego. Ele atende quase que imediatamente, a voz animada do outro lado da linha contrastando com a tormenta que se desenrola dentro de mim.

— Diego, me encontre nos fundos da boate em cinco minutos. Precisamos conversar.

A voz de Diego soa do outro lado da linha, cheia de curiosidade e um toque de diversão.

— O que aconteceu, patrón? Aconteceu alguma coisa com a garota?

Minha mandíbula se contrai com a menção dela, a lembrança de sua provocação ardente ainda fresca em minha mente.

— Não é da sua conta, Diego. Apenas esteja lá.

Desligo o telefone e acelero o passo, a ansiedade borbulhando dentro de mim como uma panela prestes a transbordar. Quando finalmente chego aos fundos da boate, Diego está lá, encostado contra a parede com um sorriso zombeteiro nos lábios.

— E então, Enrico, qual é a grande novidade? — Ele diz, sua voz carregada de sarcasmo.

Eu respiro fundo, lutando para manter a compostura diante daquele sorriso insolente.

— Não é nada engraçado, Diego. — Minha voz sai mais áspera do que eu pretendia. — A garota, Isabel... Ela me pegou de jeito, mano.

Diego solta uma risada alta e debochada, seus olhos brilhando com malícia.

— Ah, então é isso. Não sabia que você era tão facilmente manipulável, patrón. Acho que ela te deixou de pernas bambas, hein?

Sinto meu rosto queimar de indignação, mas sei que Diego tem razão. Eu fui um idiota, caindo como um patinho em seus joguinhos sedutores.

— Cale a boca, Diego. — Rosno entre dentes. — Precisamos lidar com isso antes que seja tarde demais.

Diego apenas sorri, sua expressão sugestiva enquanto olha para a mancha em minha calça.

— Acho que já é um pouco tarde para isso.

Eu lanço um olhar de desdém para ele. Minha mandíbula se contrai de frustração diante daquele sorriso irônico. Diego pode ser meu amigo de longa data, mas às vezes sua atitude insolente me irrita profundamente.

— Você acha graça, seu idiota? — Rosno entre dentes, tentando conter a fúria que ameaça transbordar. — Você não tem ideia do que acaba de acontecer.

Diego ergue uma sobrancelha, mas sua expressão ainda é de puro deboche.

— Oh, eu acho que tenho uma boa ideia. Afinal, não é todo dia que você sai com uma mancha de esperma na calça, não é mesmo?

Minhas mãos se fecham em punhos, a raiva borbulhando em minhas veias. Como ele ousa zombar de mim em um momento como este?

— Eu preciso de um cigarro. — Ele me entrega um maço de cigarros, seu sorriso ainda presente em seus lábios. — Ela me fez gozar sem sequer colocar um dedo em mim. — Minha voz soa ríspida, cheia de amargura. — Eu estou fodido, Diego. Fodido até o último fio de cabelo.

A sensação de derrota é avassaladora, um peso que parece esmagar meus ombros. Diego solta uma risada rouca, sua expressão cínica apenas me irritando ainda mais.

Enrico: nos braços do narcotraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora