VINTE E OITO - ISABEL

27 12 14
                                    

Cada estocada de Enrico dentro de mim parece uma punhalada, não só na carne, mas na minha alma. Meu corpo arde com o desejo, mas meu coração se debate entre a luxúria e a dor, entre o prazer e a traição. Lágrimas escorrem pelo meu rosto enquanto ele me possui, uma mistura de prazer e angústia que me consome por dentro.

— Isabel, você está bem? — Sua voz rouca corta o ar carregado do quarto, sua expressão preocupada contrastando com a luxúria em seus olhos.

Engulo em seco, tentando conter os soluços que ameaçam explodir de dentro de mim. Não posso mostrar fraqueza, não posso deixar que ele veja o quanto ele me afeta.

— Estou bem... — Minha voz sai em um sussurro trêmulo, mal audível sobre o som de nossos corpos se chocando.

Mas não estou bem. Estou longe de estar bem. Estou quebrada por dentro, dilacerada pelas contradições dentro de mim. Ele é o responsável pela morte do meu marido, mas também é o homem que desperta desejos que eu nunca soube que existiam em mim.

Ele se inclina para me beijar, seus lábios quentes e famintos buscando os meus. Eu os recebo com relutância, sabendo que cada beijo é uma traição ao homem que eu amei, ao homem cuja morte eu jurei vingar.

Enrico me olha com uma expressão de compreensão, seus olhos escuros transmitindo uma promessa silenciosa de conforto e prazer. Ele ergue a mão, gentilmente enxugando minhas lágrimas enquanto suas palavras acariciam meus ouvidos como uma melodia sedutora.

— Shh, Isabel... Deixe-me cuidar de você. Vou fazer todos os seus problemas desaparecerem.

Sua voz é suave, mas carregada de autoridade, e eu me vejo envolvida por sua presença dominadora, desejando apenas me perder no turbilhão de sensações que ele desperta em mim. Com um aceno hesitante, eu concordo, permitindo-me render-me completamente ao poder avassalador que ele exerce sobre mim.

Cada toque de Enrico inflama meu corpo, acendendo um fogo que eu não consigo controlar. É como se ele soubesse exatamente como me fazer arder, como me fazer implorar por mais, mesmo quando meu coração está em pedaços. Eu me debato com minhas emoções conflitantes, tentando encontrar uma saída desse labirinto de prazer e dor. Mas, por mais que eu tente resistir, por mais que eu lute contra, não posso negar a verdade crua que pulsa dentro de mim: eu quero Enrico, mesmo que isso signifique me perder para sempre.

O calor do momento domina meus pensamentos, eclipsando qualquer racionalidade que ainda possa existir em minha mente. Eu o quero mais do que qualquer coisa, mesmo sabendo quem ele realmente é, mesmo entendendo o perigo mortal que ele representa.

— Você quer mais, não é? — Ele pergunta com voz rouca, provocando-me com sua presença dominadora.

Eu assinto, incapaz de articular qualquer palavra coerente. Tudo o que consigo pensar é em tê-lo dentro de mim, preenchendo-me por completo e me fazendo esquecer de tudo, até mesmo de quem ele realmente é.

— Enrico, por favor... — Minha voz sai como um sussurro ansioso, implorando por ele, desejando sentir novamente o fogo que só ele pode acender em mim. Vejo que ele ainda está completamente vestido. — Deixe-me ver você.

Enrico não hesita. Ele se aproxima de mim com uma confiança predatória, seus olhos faiscando com desejo enquanto ele retira o terno e, depois, o coldre, revelando as duas armas cromadas. Meu coração dá um salto dentro do peito ao reconhecer as Sig Sauer.

— Você não precisa se preocupar, Isabel. Eu só uso para me proteger em caso de sequestros. — Ele murmura, mas suas palavras são como facas afiadas, cortando a verdade que ele tenta esconder.

Ele não faz ideia de que eu sei quem ele realmente é, de que eu conheço o monstro que se esconde por trás da fachada sedutora. Ele me olha com um sorriso satisfeito, um brilho malicioso nos olhos enquanto seus dedos ágeis desabotoam sua camisa, revelando o peito musculoso e marcado por cicatrizes e tatuagens que o tornam ainda mais atraente: a grande águia negra, de onde retira seu codinome, suponho, repousa sobre um ombro largo, descendo pelo peito forte. Depois se livra da calça, dos sapatos e da cueca boxer preta. Nunca vou me acostumar com o seu tamanho.

Enrico: nos braços do narcotraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora