SETENTA E NOVE - MARIANA

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A luz suave do amanhecer invade o quarto enquanto eu desperto antes de Enrico, minha mente já fervilhando com uma ideia. Um plano audacioso se forma em minha mente, e sinto uma pontada de excitação correr pelo meu corpo enquanto me levanto da cama com cuidado para não acordá-lo.

Meus passos são silenciosos enquanto me aproximo da mesa onde Enrico costuma deixar seu notebook. Com um sorriso nos lábios, apanho o dispositivo e o abro, torcendo para que meu login ainda funcione na intranet da Polícia Federal.

Um calafrio percorre minha espinha quando vejo a tela se iluminar, indicando que o acesso foi concedido. Sorrio triunfante e começo minha busca, baixando todos os arquivos relacionados à morte de Álvaro e à investigação sobre Enrico e sua organização criminosa.

Estou mergulhada nos laudos do assassinato de Álvaro, absorta nos detalhes sombrios que revelam a verdadeira extensão da tragédia, quando sinto um beijo suave em meu ombro. Levanto os olhos do documento, encontrando os de Enrico fixos em mim, sua expressão séria e questionadora.

— Quem é esse homem na foto?

Sinto um arrepio percorrer minha espinha enquanto seus olhos escuros buscam os meus com intensidade. Por um momento, fico confusa, tentando processar suas palavras antes de finalmente compreender a pergunta.

— É... é o Álvaro. Meu marido. — Respondo, minha voz saindo em um sussurro rouco enquanto desvio o olhar, incapaz de encará-lo diretamente.

Uma tensão palpável enche o ar enquanto Enrico absorve minhas palavras, seu olhar penetrante perfurando minha alma.

— Não era esse homem o policial corrupto que trabalhava para mim.

Uma onda de choque percorre meu corpo, meu coração martelando no peito enquanto tento processar essa revelação chocante.

— Como assim? — Pergunto, minha voz trêmula enquanto o encaro, buscando respostas em seus olhos sombrios.

Enrico permanece em silêncio por um momento, seus pensamentos parecendo distantes enquanto ele processa suas próprias palavras. Finalmente, ele fala, sua voz carregada de uma intensidade sombria.

— Significa que seu marido não era corrupto.

Suas palavras ecoam em minha mente, deixando-me com uma sensação de urgência crescente. A revelação ecoa em minha mente como um trovão, desvendando os véus de confusão e incerteza que obscureciam minha visão. Alguém no Brasil, alguém obscuro e ardiloso, planejou meticulosamente a morte de Álvaro, meu amado marido, manipulando-me para que eu acreditasse que Enrico fosse o responsável. A ideia é perturbadora, revoltante, uma traição cruel que dilacera meu coração e inflama minha determinação em buscar justiça.

— Quem poderia ter feito algo tão monstruoso? — minha voz irrompe no ar, carregada de indignação e incredulidade.

— É isso que precisamos descobrir, Mariana. — Sua voz é grave, tingida de uma determinação feroz.

— E quanto aos policiais que trabalhavam para você no Brasil? — minha voz treme com a urgência de minhas palavras. — Será que há mais alguém envolvido nisso? Mais alguém que possa tramar contra você?

Enrico me encara com uma expressão sombria, seus olhos faiscando com uma determinação igual à minha.

— É uma possibilidade. E se for o caso, vamos descobrir.

Um súbito clarão de entendimento atravessa minha mente como um raio, dissipando as últimas sombras de confusão que pairavam sobre mim. E então, como uma peça de quebra-cabeça que finalmente se encaixa, tudo se torna cristalino.

— Fábio, aquele desgraçado! — minha voz corta o ar com uma mistura de raiva e desespero. — Meu ex-chefe na Polícia Federal, ele é o responsável por tudo isso!

Enrico me olha com uma expressão de perplexidade, suas sobrancelhas franzidas em confusão. Tudo faz sentido agora, cada detalhe, cada sombra de dúvida que pairava sobre nós. Fábio era o arquiteto por trás desse plano sórdido, o mestre das marionetes manipulando os fios para seus próprios fins egoístas. A verdade é como um punhal cravado em meu peito, cortando-me com a crueldade da traição.

— Fábio... — minha voz é um sussurro rouco, carregado de desgosto e revolta. — Esse bastardo...

— O que aconteceu? Você descobriu alguma coisa? — sua voz é urgente, impulsionada pela necessidade de justiça.

Eu respiro fundo, tentando conter a tempestade de emoções que ameaça me consumir por inteiro.

— Fábio. Meu ex-chefe na polícia federal. Ele é o responsável por tudo isso. Ele planejou a morte de Álvaro e me fez acreditar que você era o culpado. — Minhas palavras são um eco do meu próprio desespero, uma confissão de traição e decepção.

Enrico aperta os punhos com força, seus olhos faiscando com uma fúria contida.

— Esse desgraçado... Ele vai pagar por tudo o que fez.

Sinto-me consumida por uma mistura de raiva e desespero, uma vontade avassaladora de fazer justiça com minhas próprias mãos. Fábio traiu minha confiança, manipulou minha dor para seus próprios fins egoístas e ele vai pagar caro por isso.

(❁'◡'❁)(❁'◡'❁)(❁'◡'❁)(❁'◡'❁)

Bom dia, pessoal.

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Beijos.

Enrico: nos braços do narcotraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora