VINTE E DOIS - ISABEL

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Ao abrir a porta do prédio, o sol da manhã acerta meu rosto, mas sua luz é ofuscada instantaneamente pela visão que se desdobra diante de mim. Meu coração dá um salto no peito e meu corpo todo parece congelar. Lá está ele, Enrico, encostado no carro com uma confiança insolente, como se o mundo inteiro estivesse aos seus pés. Seus olhos escuros me encontram e um sorriso arrogante se forma em seus lábios.

— Bom dia, Isabel. — Sua voz é suave, mas carregada de um subtexto que me faz tremer por dentro.

Meus olhos percorrem seu corpo imponente, sua postura dominante ecoando a presença intimidante dos seguranças ao seu lado. Eu bebo de sua beleza, querendo que ele me tome ali e me beije.

Aquela imagem é um lembrete vívido de quem ele é: um homem poderoso, perigoso, alguém que eu deveria temer. Mas, ao mesmo tempo, meu corpo responde a ele de uma maneira que não consigo controlar, um calor familiar se espalhando por minhas entranhas.

— Enrico... O que você está fazendo aqui? — Minha voz soa fraca, quase inaudível diante da intensidade da minha própria reação.

Ele dá um passo em minha direção, seus olhos fixos nos meus, como se estivesse me hipnotizando.

— Apenas passando para uma visita matinal.

Sinto um arrepio percorrer minha espinha ao ouvir suas palavras, uma mistura de medo e excitação borbulhando dentro de mim. Ele sabe exatamente o efeito que tem sobre mim, como me domina apenas com sua presença.

— Você não deveria estar aqui. — Minha voz sai mais firme agora, embora eu saiba que minhas palavras têm pouco poder sobre ele.

Ele se aproxima mais, seu corpo a apenas alguns passos do meu, uma tensão elétrica zumbindo no ar entre nós.

— E quem vai me impedir, Isabel? Você? — Seu tom é desafiador, provocando-me a resistir.

— Eu não quero problemas, Enrico. Por favor, vá embora. — Minhas palavras saem quase como um sussurro, minha voz traída pela incerteza.

Ele se inclina mais perto, seu rosto agora a centímetros do meu, seus olhos penetrando minha alma.

— Ah, mas você já me deu problemas suficientes, Isabel. E agora é hora de você enfrentá-los.

Sinto meu coração bater descompassadamente, minha respiração ficando mais rápida à medida que a gravidade da situação se instala em minha mente. Enrico não está aqui por acaso. Ele veio atrás de mim, e não vai embora até conseguir o que quer. E o pior de tudo é que uma parte de mim deseja exatamente isso.

— Prometo que serei boazinha hoje, mas, por favor, vá embora.

Enrico olha para mim com uma mistura de surpresa e excitação, seus olhos escuros brilhando com intensidade enquanto minhas palavras ecoam em sua mente.

— Você tem certeza disso, Isabel? — Ele pergunta, sua voz carregada de desejo reprimido.

Eu me aproximo ainda mais, sentindo o calor do seu corpo irradiando em ondas que me envolvem.

— Absoluta certeza. Vá embora agora, e nos encontraremos mais tarde. Você não vai querer perder a oportunidade de me ver em ação na boate, não é mesmo?

Enrico olha para mim por um momento, seus olhos buscando os meus em uma intensidade que me deixa sem fôlego. Então, ele finalmente cede, um sorriso malicioso brincando em seus lábios.

— Muito bem, Isabel. Você pediu por isso.

Ele se afasta, seus passos confiantes enquanto se dirige para o carro, seus seguranças seguindo-o de perto. Eu assisto enquanto ele desaparece no horizonte, meu coração ainda batendo forte no peito.

Enrico: nos braços do narcotraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora