CINQUENTA E NOVE - ENRICO

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m acordar Isabel. Desço até a academia, minha mente mergulhada em pensamentos sobre o problema que agora enfrento com Marcos e os Martinello. É um dilema que não posso ignorar, pois envolve muito mais do que dinheiro e negócios. Tem a ver com minha posição na máfia italiana, minha reputação e, acima de tudo, minha segurança e a de Isabel.

Enquanto estou na esteira, meus pensamentos continuam a girar em círculos. Vicenzo Martinello me deu um ultimato, colocando-me em uma situação delicada. Devolver o dinheiro roubado por Marcos não será suficiente. A máfia italiana está pedindo o sangue de Marcos, e tenho duas opções: entregá-lo ou enfrentar as consequências, que podem ser desastrosas para mim e para Isabel.

Quando termino meu treino, vou direto para o escritório. Sei que preciso tomar uma decisão e que o tempo está se esgotando. É um daqueles momentos em que a liderança de Las Serpientes Negras exige escolhas difíceis. Pego meu telefone e ligo para Diego.

— Diego, preciso que você venha ao escritório imediatamente.

— Estou a caminho, chefe.

Enquanto espero a chegada de dele, repasso mentalmente todas as opções que tenho. Sei que qualquer decisão terá suas consequências.

Meia hora depois, Diego entra no meu escritório com uma expressão séria, ciente da gravidade da situação. Ele sabe que, como meu braço direito, precisa estar preparado para qualquer reviravolta no mundo do crime.

— O que está acontecendo, chefe?

— Precisamos resolver a questão com Vicenzo. Meu primo não está nada feliz.

— Isso é muito ruim. Os Martinello não são conhecidos por serem indulgentes.

— Exatamente. Vicenzo me deu um ultimato. Eles querem dinheiro de volta ou... teremos que enfrentar as consequências.

— E quais são essas consequências?

— A máfia italiana não costuma deixar traidores impunes. Se não entregarmos Marcos, podemos nos encontrar em uma guerra que não estamos preparados para enfrentar. Marcos é meu primo, mas Vicenzo também é. Não posso me indispor com La Mano Nera.

— Entendo a gravidade da situação. O que você pretende fazer?

— Vou devolver o dinheiro e ver se consigo desfazer a merda que o idiota do meu primo fez. Mas, se a nossa cabeça estiver em jogo, Marcos terá que lidar com as consequências sozinho.

Meu telefone toca, quebrando o silêncio do momento. Atendo, reconhecendo a voz de Nico do outro lado da linha.

— Enrico, precisamos conversar. — A seriedade em sua voz me alerta instantaneamente para a gravidade da situação.

— O que aconteceu?

Ele respira fundo antes de responder, e eu posso sentir o peso das suas palavras antes mesmo de ele dizê-las.

— Marcos foi levado pela La Mano Nera para a Itália. Vicenzo está exigindo a sua presença lá.

Merda. As coisas estão cada vez piores. A situação está fora do meu controle, e não sei o que esperar quando chegar à Itália. Vicenzo é um homem perigoso, e não posso ignorar suas exigências.

— Obrigado, Nico. Entro em contato assim que tiver notícias.

Mando Diego preparar o jato imediatamente. Não posso me dar ao luxo de perder tempo. Há assuntos que exigem minha atenção imediata, e não posso deixar nada ao acaso. Enquanto ele se apressa em cumprir minhas ordens, pego meu celular e disquei o número de Isabel.

Enrico: nos braços do narcotraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora