QUARENTA E SEIS - ISABEL

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Sinto o coração batendo acelerado enquanto seguro o telefone nas mãos trêmulas. A voz de Fábio ecoa na linha, trazendo uma mistura de alívio e ansiedade.

— Alô, Isabel? — a voz de Fábio soa distante, mas reconfortante ao mesmo tempo.

Respiro fundo, tentando controlar a tremedeira que ameaça tomar conta de mim. É hora de enfrentar a verdade, mesmo que isso signifique confrontar um dos homens mais poderosos que já conheci.

— Fábio, preciso falar com você. É urgente — digo, minha voz soando mais firme do que eu me sinto.

Há uma pausa do outro lado da linha, e posso imaginar Fábio inclinando-se para escutar com mais atenção. Ele sabe que não costumo ligar a essa hora da noite a menos que seja algo importante.

— O que aconteceu, Isabel? Está tudo bem? — a preocupação na voz de Fábio é evidente, e isso me dá um impulso de coragem.

— Não, não está tudo bem. Descobri algo sobre Enrico, algo que pode mudar tudo — confesso, sentindo um nó se formar na garganta.

Há um silêncio tenso do outro lado da linha, e posso imaginar Fábio processando minhas palavras. Ele sabe o quão perigoso pode ser se envolver com uma investigação dessa magnitude, mas também confia em mim e na minha intuição.

— O que você descobriu, Isabel? — a voz de Fábio soa mais séria agora, sua preocupação palpável.

Respiro fundo, reunindo minhas forças para compartilhar a verdade que descobri.

— Enrico está envolvido com a máfia siciliana. Eu vi coisas, ouvi conversas... não há como negar isso, Fábio. — desabafo, sentindo um peso se levantar dos meus ombros ao finalmente compartilhar minha descoberta.

Há um silêncio do outro lado da linha enquanto Fábio processa minhas palavras. Posso imaginar a expressão preocupada em seu rosto enquanto ele pondera sobre as informações que acabei de revelar.

— Isabel, isso é sério. Muito sério. Precisamos agir com cautela. Você está segura aí? — a voz de Fábio soa urgente, e isso me faz perceber a gravidade da situação.

Respiro fundo, tentando me manter calma apesar da onda de preocupação que ameaça me engolir.

— Sim, estou segura. Mas precisamos fazer algo. Não podemos deixar Enrico continuar impune — afirmo, minha determinação voltando com força total.

Há um suspiro do outro lado da linha, e posso imaginar Fábio concordando comigo.

— Certo, Isabel. Vou mobilizar a equipe e começar a investigação imediatamente. Mas, por enquanto, mantenha-se discreta. Não podemos arriscar que Enrico descubra o que estamos planejando — instrui Fábio, sua voz firme e decidida.

Assinto, mesmo sabendo que ele não pode me ver.

— Entendido, Fábio. Vou manter você informado sobre qualquer novidade — prometo, sentindo um senso de determinação renovado se espalhar dentro de mim.

Desligo o telefone, sentindo-me aliviada por finalmente ter compartilhado a verdade com alguém que pode me ajudar. Meu coração dispara descontroladamente no peito enquanto observo Enrico entrar no quarto novamente. Uma mistura de medo e ansiedade se apodera de mim, fazendo com que meu corpo reaja de maneira quase instintiva. É como se todos os meus sentidos estivessem em alerta máximo, prontos para qualquer eventualidade.

— Isabel, você está bem? — a voz profunda de Enrico corta o silêncio, trazendo-me de volta à realidade.

Engulo em seco, tentando disfarçar a turbulência que se agita dentro de mim. A culpa e o medo se entrelaçam em minha mente, criando um emaranhado de emoções que lutam para se libertar.

Enrico: nos braços do narcotraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora