QUARENTA - ISABEL

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Aos poucos, Enrico começou a compartilhar mais sobre sua vida comigo dentro do jato. Merda. Por que ele não parece ser o homem cruel que matara meu Álvaro?

— Está gostando da nossa viagem, diabinha? — pergunta suavemente, enquanto me puxa para o seu colo e acaricia a minha bochecha com o polegar.

Engulo em seco, sentindo-me presa em um turbilhão de emoções conflitantes. Por um lado, há uma curiosidade ardente dentro de mim, uma vontade de conhecê-lo melhor, de entender o que o torna tão diferente da imagem sombria que eu tinha dele. Por outro lado, há o peso avassalador da dor e da raiva que ainda carrego por Álvaro, a necessidade de vingança que queima em meu peito.

— Estou sim. — Respondo com cautela, tentando manter minha guarda alta, mesmo quando sua presença parece minar todas as minhas defesas.

Seu olhar escuro penetra o meu, como se estivesse tentando decifrar os segredos mais profundos da minha alma. É uma sensação desconcertante, essa sensação de estar completamente exposta diante dele, de não ter para onde fugir.

— Você vai adorar a Sicília. É uma ilha incrível, cheia de história e beleza. — Ele continua, seus olhos brilhando com entusiasmo enquanto ele compartilha suas memórias da Sicília. É estranho como ele consegue me transportar para aquele lugar distante com apenas algumas palavras, como se estivéssemos juntos naquele momento, respirando o mesmo ar, sentindo o mesmo calor do sol.

Eu me pego sendo arrastada pela correnteza da conversa, perdendo-me nas histórias que ele compartilha comigo. É como se por um momento, esquecesse de quem ele é realmente, de tudo o que ele representa para mim. Mas então, a realidade volta a me atingir como um soco no estômago, e lembro-me de porque estou aqui, de porque decidi me aproximar dele em primeiro lugar. Tomo um gole do meu champanhe.

É uma sensação estranha, essa mistura de atração e repulsa que sinto por ele, essa batalha constante entre o desejo e a dor. Não posso confiar nele, não posso baixar minha guarda, não posso permitir-me ser enganada por sua máscara de bondade. Não importa o quão convincente ele possa parecer, não importa o quão doce sejam suas palavras, eu não posso me deixar ser seduzida por ele, não posso permitir-me cair em sua armadilha mortal. Tenho uma missão a cumprir, uma promessa a manter, e nada, nem mesmo a tentação irresistível que ele representa, pode me desviar do meu caminho.

A comissária de bordo traz nossa refeição. Enrico e eu comemos em silêncio, cada um imerso em seus próprios pensamentos. A comida é saborosa, mas mal consigo aproveitar o sabor, minha mente ocupada demais com os eventos que estão por vir. Depois de comer, decido fechar os olhos por um momento, buscando algum alívio na escuridão reconfortante do sono.

É só quando sinto um toque gentil em meu ombro que finalmente abro os olhos, piscando contra a luz forte que invade a cabine. É Enrico, seu rosto sério e concentrado enquanto ele se inclina sobre mim.

— Isabel, acorde. Já estamos pousando na Sicília.

Ergo-me sonolenta, sentindo-me grogue e desorientada enquanto tento me recompor. Enrico me ajuda a afivelar o cinto de segurança, seus dedos ágeis e habilidosos enquanto trabalham nas fivelas.

O carro preto nos espera na pista de pouso, pronto para nos levar ao nosso destino na Sicília. A presença imponente do veículo é um lembrete constante da influência e do poder de Enrico nesta terra, uma terra que ele conhece tão bem e onde suas raízes estão profundamente fincadas.

Enrico abre a porta do carro para mim, e eu entro. Diego se acomoda no banco da frente, enquanto Enrico se junta a mim. A porta se fecha com um baque surdo, e o motor ronrona à vida sob o capô, pronto para nos levar rumo ao desconhecido.

O carro se afasta da pista de pouso, mergulhamos em um silêncio tenso, cada um imerso em seus próprios pensamentos. Eu olho pela janela e vejo a paisagem siciliana se desenrolando diante de mim. Diego quebra o silêncio, sua voz grave ecoando pelo interior do carro.

— Chegaremos ao destino em breve.

Eu não sou burra. Longe disso. Sei muito bem que Enrico não está aqui apenas para fazer um passeio turístico pela Sicília. Há algo mais, algo que ele mantém oculto por trás daquela fachada de tranquilidade e controle. No entanto, me contenho. Refreio o ímpeto de questionar, de sondar mais a fundo. Sei que quanto mais ignorante ele achar que sou, mais fácil será para eu descobrir as coisas que ele tenta ocultar. Estou louca para ficar sozinha e passar as informações que consegui com as escutas para Fábio.

A estratégia está clara em minha mente. Manter-me discreta, observadora, absorvendo cada detalhe, cada gesto, cada palavra. É como se estivesse jogando um jogo de xadrez, antecipando os movimentos do meu oponente, planejando minha próxima jogada com cuidado e precisão.

Enrico parece tranquilo ao meu lado, mas há uma tensão subjacente em sua expressão, um brilho de alerta em seus olhos. Observo-o discretamente, estudando seus movimentos, sua linguagem corporal, tentando decifrar os sinais que ele inadvertidamente emite.

Diego permanece concentrado ao volante, sua expressão séria e determinada. Ele é o guarda-costas de Enrico, seu braço direito, e sua lealdade é inabalável. No entanto, posso sentir uma tensão latente entre ele e Enrico, como se houvesse algo não dito entre os dois e sei que eu sou o motivo da tensão.

O carro entra em uma exuberante propriedade, e meus olhos se arregalam diante da magnificência que se desdobra diante de nós. Estamos cercados por uma vegetação exuberante, com árvores frondosas e coloridas flores silvestres que pontilham o caminho com suas cores vibrantes. O ar está impregnado com o perfume do jasmim e das rosas.

À medida que avançamos pela propriedade, passamos por fontes e lagos ornamentais, cujas águas cristalinas refletem o brilho do sol do meio-dia. Os jardins são meticulosamente cuidados, com canteiros de flores dispostos em padrões elaborados, criando uma visão de beleza e harmonia.

Ao longe, avisto a mansão principal, uma imponente construção de pedra com torres e janelas adornadas com arabescos elaborados. É como se tivéssemos entrado em um conto de fadas, onde o luxo e a opulência reinam supremos. Os jardins se estendem até onde a vista alcança, um mar de cores e texturas que convidam à contemplação e ao deleite dos sentidos.

O carro para diante da entrada principal da mansão, sinto uma mistura de excitação e apreensão. Estamos prestes a entrar em um mundo completamente diferente, um mundo de luxo e extravagância, mas também de segredos e perigos ocultos.

Enrico me leva direto para o quarto, seus olhos ardendo de desejo enquanto suas mãos ávidas exploram meu corpo com uma urgência palpável. Sem cerimônia, ele me pressiona contra a parede, seus lábios ávidos buscando os meus em um beijo voraz e faminto. Com um único movimento, ele rasga meu vestido, o tecido se partindo sob a força de sua paixão incontrolável. Sinto o frio do ar contra minha pele exposta, mas o calor de seu toque incendeia cada fibra do meu ser. Ele me puxa para seus braços, sua calça áspera roçando contra a minha pele, criando uma fricção deliciosa que só aumenta meu desejo.

— Eu não consigo o suficiente de você.

Sinto seu membro latejante pressionando contra minha barriga, pronto para me possuir de uma maneira que só ele sabe. Cada célula do meu corpo clama por ele, implorando por sua invasão, e eu me rendo ao inevitável êxtase que nos aguarda.

— Você é minha de corpo e alma, Isabel — ele murmura, seus lábios encontrando os meus em um beijo apaixonado.

(❁'◡'❁)(❁'◡'❁)(❁'◡'❁)(❁'◡'❁)

Bom dia, pessoal.

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Beijos.

Enrico: nos braços do narcotraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora