3. Então é você que cheira rosas

8 2 0
                                    

Conforme vamos nos aproximamos de mais um dos prédios começo a sentir o cheiro novamente, por pouco não perco o controle e saio como um animal a origem. O problema foi os insultos que estava escutando pela audição.

Essa pessoa realmente deve ser odiada por muitos, afinal as palavras ofensivas que estavam falando nem mesmo eu tinha coragem de repetir. Logo um ser de cabelo rosa vira o corredor de cabeça baixa.

Ela parecia uma fada, pela sua respiração ela estava quase chorando. Logo um grupo até grande de tanto de homens como mulheres viraram a chamando novamente com termos pejorativos, mas pararam no mesmo instante que nos viram.

— Senhorita Agapó — o reitor a chama a fazendo olhar para cima e com esse movimento o cheiro preencheu minhas narinas causando uma calmaria ao meu lobo.

— Boa tarde — sua voz era tão doce quando seu rosto — No que posso ajudar?

— Pode acompanhar o Senhor Fotiá, ele precisa conhecer as instalações e eu preciso resolver novamente o mesmo assunto — ela abaixa a cabeça envergonhada, mas ao toque do reitor ao seu ombro ela acaba sorrindo fraco.

— Posso, sim, podemos ir Senhor Fotiá?

— Lykos — a respondo já andando ao seu lado.

— Desculpa — ela me olhava atentamente com aqueles olhos acinzentados que me hipnotizam a cada segundo.

— Me chame de Lykos.

— Muito prazer Lykos, me chame de Roz por favor.

— Claro — forço a minha voz sair, pois novamente começo a ouvir os mesmos insultos, mas eles estavam sendo direcionados a ela? Por quê?

— Você fala muito bem o português, apesar de não ser daqui.

— O que te faz afirmar que não sou?

— Seu cabelo e barba ruiva — ela evitava olhar, mas quando toco em seu braço sinto meu corpo inteiro vibrar, ela pelo jeito sentiu alguma coisa, pois me olhou intensamente — Além dos seus olhos, nunca vi olhos verdes tão claros, tem certeza que são de verdade? — não consigo segurar a risada baixa com seu comentário — Me desculpe não queria ser...

— Sim são de verdade e sim não sou daqui, com relação a minha fluência consegui através do tempo e treino — a interrompo assim que a senti desconfortável.

Continuamos o caminho conversando coisas como o tempo e sobre onde moro, ela me confidenciou que nunca saiu do Brasil, senti uma tristeza muito grande nela assim que terminamos o nosso tour.

Se me perguntar por onde passei não faço a menor ideia, minha atenção estava completamente voltada para a fada rosada a minha frente. Sua tristeza e angustia só aumentava quando ela foi se afastando.

— Ela é uma boa moça, mas a irmã arruinou o seu futuro — a voz do reitor me trouxe de volta.

— Me conte o que aconteceu.

Aos suspiros ele me conduziu novamente para a sua sala fechando a porta em seguida, cada palavra que saia da sua boca uma revolta enorme crescia no meu peito, não somente no meu como também do meu lobo.

Como pretendia passar uma semana aqui para conhecer a rotina e matar meu tempo, decido utilizar para me aproximar de Roz Agapó, sua história era mais que parecida com a minha.

Eu senti na pele o que é ser acusado de algo que você não fiz, mas com ela isso estava causando muito mais problemas do que eu poderia imaginar. Agora ciente que esse cheiro é dela e que ela mora aqui próximo, vou me manter em alerta.

Ao sairmos a faculdade pela audição escuto ela se defender argumentando que não era ela naquele vídeo, não preciso ver para saber que ela está falando a verdade e quando escuto aquela mulher a difamando meu sangue ferve.

Após muito tempo sem nenhum propósito, ali estava o meu maior desejo nesse momento, proteger a fada rosa agora era minha prioridade. Com isso desisto de ir para o hotel e vou atrás dela.

A ver sentada no fundo daquele bar me fez lembrar da minha pior fase, se não fosse a persistência de Destin eu estaria morto agora e ela vai estar assim que sair daquela mesa.

Aqueles imprestáveis estão combinando de reproduzir o vídeo com ela, mas com a quantidade de droga que estão juntando, ela morre antes do primeiro encostar nela.

As lembranças estão bem tão amargas e doloridas que Roz nem percebeu que cortou a mão, melhor é pagar a conta e sair daqui antes que eu resolvo fazer com esses moleques tudo que estão planejando.

Escuto meu lobo começar a rir ao me virar a vejo com as mãos levantadas, ela está tão bêbada que está fazendo várias caretas e entregando seus pensamentos, pego o lenço que sempre anda comigo e enrolo sua mão com ela completamente em choque.

A levanto ajudando a sair daquele lugar, não era o certo levar ela para o hotel, mas devido às circunstâncias, o hotel ainda é o lugar mais seguro, pelo menos não vou deixar ninguém se aproximar.

De acordo com que vamos andando, ela não para de olhar diretamente nos meus olhos, se estivesse falando certamente estaria implicando com meus olhos, mas quando retribuo o olhar consigo me ver dentro deles e não era um reflexo disso, eu tenho certeza.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora