67. Corre, apenas corre

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Era muita informação ao mesmo tempo, desde quando Esec jura vingança para uma humana, como Roz está com as adagas e o pio como ela entrou dentro do eu corpo?

O fato é que Roz matou Trada, agora mais que nunca isso é guerra e certeza que eles vão retalhar, mas não tenho onde me esconder com Roz, ninguém compra briga por humanos.

Minha cabeça parece que vai explodir, minha respiração está completamente alterada e não consigo voltar ao normal. Olho para Destin em procura de ajuda e assim que ele confirma com a cabeça corro para o escritório.

Com Destin cuidando da segurança de Roz, consigo focar em conter o meu lobo que quer atacar a todos que se colocam a sua frente. Ele estava insano e não faço a menor ideia como posso o acalmar.

Para o meu desespero a porta é destrancada, merda a Roz não pode entrar aqui. Olho para a janela e a merda daquele encantamento ainda está funcionando, só consigo sair se o meu lobo estiver calmo.

— Lykos, se trancar aqui dentro não é a solução — ela se solta todas às vezes que Destin tenta a puxar para fora e vem na minha direção.

— FORA ROZ — nunca gritei com ela e isso me machucou mais que qualquer ataque.

Em resposta ao meu grito ela me acertou com um tapa forte, de onde essa criatura tira Tana força? Ela é pequena e mesmo assim seus tapas ardem e doem. Sem perceber, já estava rosnando para ela pronto para atacar.

— Por favor, corre, apenas corre...

Sinto o meu corpo começar a querer se transformar e pela primeira vez Roz me obedeceu sem questionar, ela saiu correndo para fora e logo a vejo pela janela indo em direção à mata.

Destin tenta a parar, mas nada que ele lança nela parece funcionar, ele estava fraco ainda ou ela é imune aos comandos dele. O fato é que meu lobo começa a ficar mais furioso ainda ao ponto de não conseguir mais controlar nem os rosnados que saem livremente pela minha boca.

— Merda, o que foi que eu fiz?

Mandei ela correr para a floresta, sendo que está muito frio lá fora e os lobos da minha antiga alcateia ainda estava pelas redondezas e poderiam atacar a Roz a qualquer momento.

Meu lobo toma o controle do meu corpo e quando termina de transformar saio correndo para a porta e sou lançado para dentro o fazendo ficar mais furioso ainda, ele tentava novamente mesmo que isso causasse mais dor.

— Calma, me deixa ajudar — Destin aparece do lado de fora e acabo rosnando para ele.

— Roz, preciso buscar ela — em meia transformação ele responde Destin que confirma com a cabeça.

— Se afasta por favor.

Em seguida Destin começa a recitar algumas palavras e consigo perceber que a dor que estava aumentando foi sumindo, quando ele saiu da frente da porta entendi que poderia sair sem problemas.

Ele se transforma novamente e pela cara de espanto de Destin ele deve ter acordado completamente, pois ele fica muito maior que os outros lobos. Escuto a risada do meu lobo.

A passos lentos ele vai saindo da casa e assim que já está com do lado de fora começa a correr, o bom é que ele corria como se estivesse caçando ela, mas não tinha o sentimento de raiva e sim preocupação.

Começo a sentir o cheiro de outros lobos se juntando na parte leste da floresta e tenho certeza que Roz está ali, o seu cheiro já estava por toda a floresta confundindo a qualquer um que esteja a seguindo pelo cheiro.

O que mais essa fadinha está escondendo de mim? Ela está cheia dos truques e ataques que nem fazia ideia que ela poderia fazer. Me aproximo do primeiro lobo e assim que os seus olhos encontram com os meus, sinto o seu medo de longe.

Não demora muito ele aponta para onde eu já estava indo e se encolhe no chão já esperando o meu ataque, mas não tenho tempo para isso, preciso encontrar Roz e a levar para dentro antes que ela congele, ou seja, atacada por alguém.

Ao me aproximar consigo ver os lobos cercando Roz que não sabia o que fazer, era a primeira vez que a vi encurralada e sem nenhum truque ou ataque pronto, seu olhar para os lobos era de compaixão.

Consigo perceber que eles vacilam um pouco, mas logo a voz da Esec se fez presente os chamando, um dos mais novos os lembrou que levar a cabeça de Roz os deixaria livres.

O mesmo lobo que me indicou o caminho passa por mim de cabeça baixa e quando passa por Roz esfrega a sua cabeça em sua mão, ela apenas abre um sorriso lindo para ele.

Todos ficaram paralisados com a cena se desenrolando a sua frente, não era normal uma humana despertou carinho de lobos, mas quem eu quero enganar Roz não era uma humana normal e isso ela já deixou claro quando matou o Alfa que me derrotou.

Saio do meu transe quando escuto um dos lobos rosnarem para ela atiçando os demais para atacar a Roz, sorrindo eu pulo na frente deles deixando a Roz na lateral do meu corpo, ela se acomoda nos meus pelos de forma rápida me lembrando que ela deve estar congelando.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora