23. Lua Cheia

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Inevitavelmente a lua cheia chegou e com ela todos os meus sintomas, por mais estranho que seja senti que Roz também estava alterada, pois abusada sempre foi. Porém, estava mais que o normal, tanto que chorou e até mesmo se trancou na biblioteca.

Percebi o momento que ela acordou e saiu do quarto, a acompanho pela audição e gelo quando a escuto mexer nas gavetas, entro em pânico, afinal ali estavam todos os documentos que tenho.

Nunca precisei os esconder, afinal ninguém vinha na minha casa, quando percebi já estava brigando com ela por perceber que ela estava com a minha certidão original na mão, por pouco ela não descobre minha verdadeira idade.

Esse meu humor trevoso é um dos sintomas que não consigo controlar durante a lua cheia, não era assim antes, esse período antigamente sempre foi calmo, mas depois que fui rejeitado meu lobo se enfurece nesses dias e é onde sou agressivo e completamente mal-humorado.

Destin já teve que correr de mim diversas vezes, mas para meu alívio não tinha esse desejo agressivo por Roz, então era só um chato ranzinza mesmo. Ela me chamando de idiota fez meu lobo se levantar, ele a queria e não posso agora.

Para evitar o pior ligo para Destin avisando que preciso sair já, ele tenta falar alguma coisa, mas não ouvi, pois desliguei antes. Não demora muito ele surge na minha porta e intercalando seu olhar para mim e para dentro e apenas abaixa a cabeça deixando claro que não aprovava essa situação.

Não tinha com o que preocupar com Roz já que logo a Alte estaria ali na casa, ela era uma senhora que sabe que não sou humano, mas também não contei a ela quem sou e o que aconteceu.

Ela não fala nada sobre o assunto com ninguém e também não tem medo de mim, quando comentei sobre Roz estar na casa, assim que chegamos ela apenas me perguntou se sabia de tudo, em resposta a minha negação ela apenas sorriu fraco me confirmando que não irá contar nada.

Alte Frau está comigo desde sua adolescência e como já passa das casas dos sessenta sei que posso confiar nela, então apenas aviso por mensagem que já estou saindo.

Ao retornar percebo que o cheiro de Roz está diferente, ela não está bem e corro até o seu quarto o encontrando vazio, a casa estava fria e não era de temperatura, para meu desespero Alte entra na minha frente me impedindo de entrar no meu quarto.

— Ela passou duas noites sentada naquele sofá olhando para fora esperando você voltar e no último dia não se levantou da sua cama para nada.

— Como pode...

— Não falo a língua dela, usamos apenas esse negócio que me complica inteira — ela me mostra o celular com a última mensagem que ela traduziu.

— O que ela te respondeu?

— Nada, então fiz uma vitamina e dei aquele suplemento que você comprou.

— Fez bem — tento passar, mas ela novamente me segura colocando a mão no meu peito.

— Ela dormiu não tem uma hora, não se esqueça que nosso corpo é frágil e precisamos nos alimentar e descansar.

Apenas confirmo com a cabeça e agora, sim, ela sai da minha frente, ao entrar no quarto a vejo encolhida na cama e abraçada com o meu travesseiro, seu rosto está bastante abatido e até mesmo olheiras estão marcadas no seu rosto lindo.

Antes que eu chegue até a cama, Destin aparece na minha frente e com um olhar triste ele se abaixa a frente de Roz fazendo um carinho fantasma em seu rosto, o sentimento dele por ela era lindo e forte.

Conseguia sentir de longe que ele gostava muito dela e pensar que no começo os dois quase se mataram, essa lembrança me fez sorrir e com magia Destin me dá um tapa na nuca me trazendo de volta a realidade.

Ele começa a murmurar algumas palavras e logo sua magia percorre o corpo de Roz me deixando em alerta, mas no final ele apenas me avisa que ela está bem, precisa apenas dormir e se alimentar bem agora.

— Ela também é especial para mim agora, então por favor conta logo tudo e cuida dela.

Ele some deixando apenas as palavras ali no quarto, sabia que eu iria retrucar e por isso foi embora antes. Corro para o banheiro tomar um banho, pois não quero que ela sinta o meu cheiro agora.

Não demoro e quando saio do banheiro escuto minha barriga roncar alto me lembrando que preciso comer urgente, mesmo com raiva de mim mesmo por não conseguir me controlar, nessa época vou até a cozinha comendo o que encontro congelado mesmo.

Subo correndo e finalmente consigo me aproximar de Roz, seu cabelo já estava um rosa bem claro e tenho certeza que logo ela vai me pedir as tintas, como sei o motivo dela se manter rosada já fui atrás dos melhores produtos para ela.

Não resisto e acabo passando a mão nos seus cabelos os tirando do seu rosto assim que me sentei na cama e para minha surpresa ela larga o meu travesseiro e me abraça apertado respirando fundo.

— Eu já voltei, me perdoa por sair assim.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora