19. Olhares

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Roz estava cada vez mais atenta a todos os meus movimentos e sinceramente não sei se ter toda essa atenção estava fazendo bem aos meus juízos, pois ficava complicado não pensar nela em outras situações quando aqueles olhos estavam fixos em mim.

— Lykos, posso entrar?

— Não precisa pedir permissão, Roz, tem liberdade aqui.

— Vai que você tem visita ou está ocupado...

— Roz — a interrompo olhando para ela atentamente — Está dando voltas nos assuntos novamente.

— Tenho aulas presenciais duas vezes na semana e amanhã já começa.

— Qual o horário?

— Das nove horas as dezessete.

— Por que tudo isso?

— Olha, pelo lado bom, você terá uma folga da minha presença.

— Não quero folga — respondi rápido demais e novamente ela me olha sem falar nada, isso me deixa confuso por não conseguir interpretar os sinais, eu não sei se falei merda ou se consegui agradar ela.

— Então por que fica aqui dentro deste escritório o tempo todo?

Não esperava por esta pergunta, não posso responder que estou tentando ficar o mais longe possível para não agarrar ela de uma vez. O celular dela começa a apitar e ao ver seu sorriso crescer o meu que desaparece.

— É da faculdade, estão pedindo para confirmar a minha presença na aula amanhã.

— Pode confirmar, vamos estar lá.

— Como assim Lykos?

— Vou ficar com você, claro não dentro da sala, mas vou ficar por perto.

Ela abre aquele sorriso lindo e completamente malicioso que me deixa louco tanto de tesão como das ideias mesmo, pois normalmente ela vem com uma pergunta mais aleatória ou absurda possível.

— Pode ficar tranquilo que não vou aparecer durante esse horário e você pode ficar com quem você combinou.

— Deixa de besteira Roz, não vou encontrar ninguém.

— Então...

— Vou por você Roz.

Ela apenas confirma e sai dali sem falar mais nada, eram raras às vezes que conseguia a deixar sem fala, mas ela sempre corria depois e foi exatamente isso que ela fez, entrou em seu quarto e saiu somente no outro dia cedo.

Consegui acompanhar seu sono que não foi calmo como quando ela está comigo, mas como a porta estava trancada não posso invadir sem que ela perceba. Então o que me resta é acompanhar pela sua respiração.

Ela no outro dia estava linda e completamente nervosa, mesmo não falando sei que ela ainda tem medo de não ser aceita. Ao chegar não me consigo me segurar e a abraço dentro do carro.

Mesmo sem falar nada ela conseguiu entender minhas intenções e fico atento prestando atenção em tudo ao seu redor e o que ela mais queria e eu mais temia aconteceu.

Roz foi muito bem acolhida e vários suspiros quando ela passava eu conseguia escutar, ela é linda e não se dá conta de como é desejada por todos, não queria ser tão possessivo, mas ter outros suspirando por ela não foi a melhor sensação.

— Vai matar um desse jeito — Destin surge do meu lado dentro do carro enquanto segurava a risada.

— O que está fazendo aqui?

— Nossa, que humor desprezível — ele gargalhava mais ainda.

— Estão suspirando por ela.

— Agora está explicado o motivo desse humor e por que não foi lá?

— É porque vou matar todos e como explico para ela depois?

— Assume de uma vez que ama ela, explica sua natureza e vão se acasalar para mudar esse seu humor...

— Cala a boca Destin — o imbecil começa a gargalhar novamente, mas desta vez eu acabo sorrindo, não quero admitir mais ele resumiu perfeitamente.

— Sei que tem algo te incomodando, iria te chamar para ir em casa...

— Não vou sair daqui — seu sorriso cresce mais ainda me fazendo suspirar e negar com a cabeça.

— Tenho ciência deste fato, agora conta logo ou então vou perguntar para Roz o que está acontecendo.

— Ficou louco?

— Sempre fui, como acha que aguento você por todos esses anos? — fecho meus olhos respirando fundo, ou o respondo, ou ele realmente vai perguntar para Roz.

— Ela está me olhando diferente e intensamente.

— Onde isso é ruim?

— Eu não sei o que ela quer, não consigo ler ela e se não estiver gostando?

— Ou está esperando você tomar coragem e ir até o fim?

— Quem vai até o fim? — Roz entra no carro com tudo no banco de trás nos assustando, pois nenhum dos dois escutou ela chegar — Que foi? Intervalo e as pessoas estão me olhando estranho.

Destin não aguenta e começa a gargalhar, pois os olhares que ela estava recebendo era de desejo, mas assim como eu, ela estava estranhando esse fato. Destin, como um ótimo amigo, ficou soltando indiretas para nós dois.

Foi interessante observar ela corar toda vez que ele mencionava nós dois, isso me fez perceber que ainda desperto interesse nela e se depender de mim vou despertar muito mais do que apenas interesse.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora