57. Toma logo isso e não reclama

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Assim que acordo sou extremamente mimada por Lykos que me avisa que Destin passou por aqui, finjo não perceber os seus olhares acusatórios, afinal pressionei, sim, Destin a me ajudar.

Mas no final deu certo e isso é o que importa, Lykos estava mais radiante e nem precisei perguntar se ele ficou ou não mais forte. Algumas vezes tenho certeza que Lykos ronronava enquanto eu fazia carinho no seu cabelo ou até mesmo quanto estávamos indo dormir.

Na outra semana a rotina voltou ao normal ou quase, já que Destin estava me rodeando sem ir direto ao ponto, esse comportamento começou no exato momento em que eu acordava como se estivesse me afogando com algo.

O mais engraçado é que Lykos não acordava nessas vezes, o que me deixou em alerta, pois ele sempre acordava até mesmo com a minha mudança de respiração. Agora ele não escondia a sua preocupação e atenção e isso me fez sorrir e, ao mesmo tempo, ficar preocupada, pois ele escutava agora até o meu xixi, gases e outras coisas que me foi deixando com mais vergonha ainda.

Para a minha sorte Lykos é lerdo e não entendeu minha preocupação e se não entendeu é porque não presta atenção nessas coisas, afinal quem fica prestando atenção se a pessoa peida ou não?

Já entendendo que minha mente está fora de controle vou para a cozinha a procura de algo para comer ou beber, mas assim que desço Destin corre me abraçar. Hoje ele estava pior do que os outros dias e antes que eu pergunte ele já grita avisando Lykos que eu estava na sua casa.

No momento seguinte já estava na casa de Destin que andava de um lado para o outro perdido em seus pensamentos, não adianta perguntar nada nestes momentos, pois ele nesse quesito é pior que eu.

— Está tendo sonhos?

— Não — respondo analisando seus movimentos, então realmente estava acontecendo alguma coisa.

— Isso não faz sentido, então o que estou vendo?

— Apenas acordo toda a noite como se estivesse afogando em algo — Destin cai de joelhos no chão completamente sem expressão.

— Então é verdade... Eu preciso fazer alguma coisa.

— No que estou me afogando Destin?

— Vou dar um jeito nisso, não se preocupe — Destin estava completamente fora de si e a prova era quando ele pegou um cálice e uma adaga e vem na minha direção.

— Pode parando aí — seguro as suas mãos, mas não consigo evitar que ele se corte despejando seu sangue dento do cálice.

Destin estava em pânico, isso não poderia negar, mas o que estava me assustando era onde ele disposto a ir com aquela loucura que até o momento ele guardou apenas na sua cabeça.

— Toma — ele me entrega o cálice de sangue enquanto eu apenas nego com a cabeça.

— Quando estou com sede prefiro água.

— Cala a boca e toma logo — ele estava ainda colocando algumas ervas junto no sangue enquanto eu vou me afastando.

— Fora de cogitação.

— TOMA LOGO ISSO E NÃO RECLAMA — apesar dele estar gritando, lágrimas escorriam dos seus olhos, me confirmando que tinham algo de muito ruim acontecendo ou por acontecer.

— Sabe que alguns fatos não podem ser mudados.

— Mas posso adiar eles e o que puder fazer para te manter segura eu vou fazer, então por favor toma isso logo — sua voz estava falha pelo choro baixo, Destin estava realmente abalado.

Viro o cálice de uma vez tomando o seu sangue sem fazer mais perguntas, para a minha surpresa tinha cheiro e gosto de leite com morango e olhando a erva que ele jogou descobri que era ela que estava alterando a minha percepção.

Quando me viro para Destin que olhava o cálice vazio, soltou o choro que estava preso. Apenas me acomodo de joelhos o abraçando esperando que ele se acalme para me contar o que realmente está acontecendo.

— Foi um acidente, eu sei...

— Precisa começar a me explicar pelo começo, assim como está fazendo eu não entendo e não posso te ajudar — Destin me olhou enquanto eu enxugava suas lágrimas sorrindo — No que estava me afogando?

— No seu sangue — tudo bem essa eu não esperava e ao perceber que fiquei muda pensando Destin me abraçou.

— Lykos perdeu a cabeça e acabou te perfurando com suas garras, a matando enquanto tentava o acordar.

— Sabe que ele...

— Foi sem perceber, não consegui ver o sonho dele, mas ele estava de debatendo, merda veja você — ele pega a minha mão tocando na sua testa e logo estou no meu quarto vendo Lykos se debater me chamando.

Ele gritava para Esec me largar enquanto rosnava ainda dormindo, quando acordei me sentei sobre o seu corpo tentando o acordar, mas ele ainda meio dormindo finca as garras na lateral do meu corpo pensando ser Esec.

Eu caio na cama me afogando em próprio sangue enquanto ele entra em desespero. Me aproximo e já vejo o meu corpo sem vida nos braços de Lykos que chorava compulsivamente.

— Foi Esec, ela está ou vai perturbar o sono de Lykos, ele me atacou achando que estava me defendendo.

— Por que essa cadela não morre?

— Relaxa que isso está na minha lista de coisas a fazer antes de morrer, mas o ponto que quero chegar é que ela ainda vai tentar destruir Lykos.

— Agora só matando você... — Destin abre um sorriso lindo e me abraça.

— Pode me explicar?

— Com o meu sangue no seu organismo, consigo evitar a sua morte, me dando tempo para tratar o que for que te aconteça.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora