105. Vamos cuidar um do outro

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Acordei com um carinho todo fofo nos meus cabelos, nem precisava abrir os olhos para saber que era Mairin, ela vem fazendo isso já tem alguns dias, ela me acorda toda fofa e depois em expulsa da cama para ficar abraçada com a Roz.

Enver até tenta se aproximar, mas ao perceber que sua irmã está agarrada ele acaba se afastando, já conversei com ele a sós e a única resposta que tive é que ela precisava mais daquilo do que ele.

Antes que eu voltasse a falar recebi a lição mais importante da minha vida pelo meu filho que estava completando dez anos no final do ano, ele me lembrou que o seu amor pela mãe é muito grande assim como a pela sua irmã, mas que ele não precisava ficar ali sendo que ela precisava.

O seu amor não iria diminuir ou aumentar por isso e ele tem a certeza que sua mãe sente o seu amor, pois ele manda para ela todos os dias assim como ele leva o café da manhã e o almoço delas.

Naquele momento percebi que não estava preparado para quando a Roz partir, e perdido em meus pensamentos, na verdade, com medo mesmo, acabei me enfiando mais no treinamento com Igétis.

Mesmo com a minha cabeça longe ele fazia questão de não me acertar apenas ocupar o meu tempo, mas quando ele me segurou apontando para Igétis que vinha correndo em desespero o meu coração gelou.

— Pai, pai...

— O que foi? — não estávamos longe, mas mesmo assim ele estava ofegante e até mesmo com um corte em seu rosto.

— Mairin, ela está descontrolada — me transformo na mesma hora colocando Enver nas minhas costas e em poucos segundos já estávamos dentro de casa.

As vidraças já estavam todas quebradas enquanto ela destruía o meu escritório, coloco Enver no chão e logo o vejo procurar o celular para ligar para Destin que deveria chegar entre hoje a noite ou amanhã cedo ele saiu para buscar ervas que vão ajudar a Roz com as dores.

— Mairin — a chamo desviando dos livros que ela jogava para trás, não tinha mais nenhum na minha estante — O que aconteceu?

— Está aqui, pai, eu que não li direito, tem que estar aqui...

Ela não olhava para mim e quando olhei com mais detalhes percebi que os livros de Destin também estava ali, ela fez como a sua mãe e isso me fez sorrir, mas assim que um livro acertou a minha cara percebi as lágrimas nos olhos dela.

— Mairin, o que aconteceu — a seguro retirando o livro de sua mão, a vendo se debater para se soltar.

— Me solta pai, eu preciso achar, eu não estudei direito... eu preciso... — ela acabou cedendo e começou a chorar intensamente, eu tinha medo de perguntar novamente o que era e, ao mesmo tempo, eu precisava acalmar ela para depois subir.

— Não tem o que ser feito — Enver fala da porta e Mairin joga um livro nele.

— Tem que ter, eu não sou preguiçosa, eu vou achar uma forma.

— Enver o que aconteceu? — olho para ele segurando as mãos de Mairin para ela não atacar o irmão novamente.

— A mãe... a mãe pai — ela se solta no chão e Enver vem correndo abraçar ela no chão enquanto ela chorava — A mãe morreu pai.

— Ela está procurando feita uma louca uma forma de trazer a mãe de volta a vida — Enver completa a sua fala já que ela não conseguia mais falar por conta do choro, tudo foi ficando lento ao meu redor.

Não pode ser, não agora, eu não pude dizer, eu te amo, eu não pude beijar os seus lábios... Ela não pode ter ido sem se despedir de mim, isso não pode estar acontecendo.

Ao me virar para sair do escritório dou de cara com Destin que me olhava apavorado, afinal a casa estava completamente virada do avesso, mas ao ver os dois chorando no chão do escritório ele passa por mim indo até eles.

Escuto Destin perguntando o que aconteceu, mas eles não respondiam, apenas chorava. A passos lentos subi as escadas pedindo a todos que não fosse verdade, que seja apenas uma das travessuras deles.

Com muito medo abri a porta e vejo o corpo da Roz sem vida em cima da cama, um grito misturado com um uivo rompe a minha garganta tentando me livrar da dor que estou sentindo agora.

Meu lobo se contorcia dentro de mim também sentindo a minha dor, me rastejando vou até a cama tocando no corpo dela que já está mais gelado que o normal, ela estava sorrindo.

— Não me deixa Roz... Por favor, volta — minha voz já saia toda falhada pelo choro.

Consigo subir na cama com muito custo e uma dor cortou o meu corpo inteiro, eu não tinha mais o que fazer, a minha Roz se foi de uma vez, dessa vez não tenho como pedir ajuda para mais ninguém.

Toco no seu rosto e ela estava tão plena, não parecia que sentia dor, mas assim que Enver passou pela porta percebi que a minha dor não era nada comparada a deles, Enver se ajoelhou ao lado do corpo da mãe e chorou tudo o que ele estava guardando.

Mairin que estava ao meu lado foi até ele o abraçando forte e consigo ouvir ela falando aquilo que nunca queria que ela falasse para ele "Tudo bem, estou aqui para você, vamos cuidar um do outro".

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora