104. Primeiros sinais

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Assim que chegamos sentir o meu corpo ficar mais pesado e assim que entro no banheiro tudo começa a rodar e antes que o meu corpo chegasse ao chão sinto aquelas mãozinhas me segurando em silêncio.

— Tudo bem, mãe, eu estou aqui — ela me puxou para o seu colo e antes que eu conseguisse responder acabo vomitando na patente, mas era sangue ali.

— Mairin o que... — Destin ao me ver sendo amparada por ela acaba a pulando e vem me abraçar — Querida pode ir, eu cuido da mamãe agora.

— Não, tio Destin, eu sei que meu tempo com ela é curto e eu vou fazer de tudo para ficar o mais perto que consigo — a sua voz estava embargada e enquanto ela abraçava forte a minha cintura.

De acordo com o que choro dela foi ficando mais forte as luzes e até mesmo os vidros da casa se estouraram acordando Lykos e Enver, olho para Destin e peço que ele fique com o Enver e até mesmo o ensine a consertar as janelas.

Lykos quando nos viu agarradas no banheiro não entendeu de primeira, mas quando seu dedo passou pelo canto da minha boca que tinha um pouco de sangue seco, ele entendeu.

Para a minha surpresa ele não afastou Mairin e sim me abraçou por cima dela, isso foi a acalmando e logo ela estava dormindo no colo dele, enquanto segurava nos meus cabelos.

— Vai me contar?

— Fomos ao Brasil, conhecer meu passado...

— Por que não me chamaram?

— Você odeia ir com magia papai — Mairin o responde na minha frente me fazendo rir.

— Não estava dormindo mocinha?

— Não vou deixar você brigar com a mamãe — ela pula para o meu colo, mas ele a puxa de volta a obrigando olhar nos seus olhos.

— O dia que eu brigar com a sua mãe pode ter certeza que é outro Lykos, você não tem noção do quando ela já aprontou e eu nunca briguei com ela, já ela...

Mairin acaba gargalhando e isso me fez sorrir também, ela enfrentava a todos inclusive Lykos para proteger quem ela amava, muito parecida comigo e espero apenas que ela faça escolhas melhores que as minhas.

Consigo convencer os dois para subir para os quartos, mas Mairin se recusou a ir para a cama dela, o resultado é que os dois dormiram comigo na cama enquanto Lykos ficou sentado nos pés da cama assim como quando eles nasceram.

Destin se recusou a ir embora, tanto ele como eu sabíamos que agora as coisas só iriam piorar para mim, mas, ao mesmo tempo, eu não vou deixar transparecer. Não era preciso falar isso abertamente, apenas com o olhar nós já nos entendíamos.

No outro dia eu demorei mais para acordar ou eles que estavam mais agitados, o fato é que trouxeram café da manhã para mim na cama, mas quem comeu tudo foram eles mesmo.

Assim que os dois desceram para as aulas com Destin Lykos me entregou caneca cheia de mingau de aveia, o meu preferido, ele me olhava atentamente, mas sempre desviava do meu olhar.

Estava pedindo muito dele, ele estava se esforçando muito para se manter firme, então mesmo com o corpo doendo me levanto da cama forçando um sorriso, consegui fazer o feitiço ontem ainda de bloquear minhas emoções, então para ele eu estava apenas cansada.

Ali começaram as minhas dores que me deixaram noites em claro me mantendo em silêncio completamente imóvel para não acordar Lykos ou as crianças e quando a dor ficava muito intensa eu ia para fora.

— Faz tempo que não há encontro aqui — Igétis se aproxima se sentando ao meu lado assim como fazia no começo.

— Verdade, não estou... — não deu tempo de falar e novamente veio o vomito com sangue, Igétis me ajudou e não se afastou.

— Não vai contar? — nego com a cabeça — Eles merecem a chance de se despedir, você está tirando isso deles.

— Não havia pensado por este lado — me deito olhando para a lua que estava linda no seu estágio crescente.

— Obrigado — olho para ele que se deita ao meu lado — Por salvar a alma da minha mãe, nunca te agradeci pessoalmente apenas nos meus pensamentos.

— Tudo bem, não fiz esperando agradecimentos, eu queria apenas que ela tenha paz.

— Bom eu vou indo, agora o meu alfa vai cuidar de você — Igétis se levantando e antes de sair saldou Lykos que me pegou no colo e foi comigo para dentro.

Sem falar nada ele me levou até a nossa banheira que já estava cheia, como eu senti falta desses momentos com Lykos e não consegui segurar as lágrimas assim como ele.

Nada era dito, apenas sentido, ele sabia o que estava acontecendo, na verdade, todos ali estavam cientes eu que estava tentando disfarçar algo que não tinha como esconder ou fingir não ver.

Quando ele foi me levantar eu o seguro na banheira me colocando no seu colo, Lykos estava até com os olhos vermelhos pelo choro, não tinha certeza se era o certo, muito menos se iria aguentar, mas eu o queria o beijando consigo fazer ele entender isso.

Lykos estava todo carinhoso e atencioso, aprendemos com os anos a não fazer barulho ou ficaríamos sem transar. Como imaginei não aguentei muito tempo, mas para minha surpresa Lykos gozando também.

— Eu te amo Roz e sempre vou te amar — Lykos controlava suas emoções assim como a sua voz.

— Também te amo Lykos.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora