62. Leva ela, Lykos

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Quando retornei a casa está em ordem e nada parecia ter acontecido, apenas a porta destrancada que me deixou em alerta, mas assim que entrei me deparo com a cena de Roz dormindo no tapete com diversos livros ao redor.

A pego com carinho e a levo de volta para a cama, ligo na faculdade alertando que ela estava resfriada e por isso não foi a aula hoje, ela estava tão cansada que acordou apenas no outro dia.

— A aula...

— Foi ontem, avisei que estava resfriada — ela finalmente acordou dando um pulo na cama assustada.

— Quando chegou? — Roz pula em cima de mim me abraçando apertado e isso me fez suspirar, afinal essa recepção eu só tive com ela.

Chego a pensar às vezes como seria a minha vida se ela tivesse aparecido antes na minha vida, se minha alcateia ainda estaria viva, se teria filhos, muitos pensamentos e muitos desejos para uma realidade que nunca irá se realizar.

— Ontem, encontrei a porta aberta e você dormindo.

— Nossa, esqueci de trancar depois que a Esec foi embora — ela pensa alto e sinto o meu corpo gelar.

— Roz, como assim? Onde estava Destin? O que aconteceu? — me seguro para manter a minha voz calma, mas meu coração batia tão depressa que tenho certeza que Roz percebeu.

— Ela veio me encher o saco que não tenho, Destin eu mandei embora ele vinha apenas para me lembrar de comer e nem sabe da visita dela, sobre o que aconteceu, ela saiu daqui perturbada por ver as marcas.

— Ela fez algo...

— Nem deu tempo Lykos, ela está preocupada agora em ser marcada por Trada para não ser expulsa.

Roz me contava isso como se estivesse contando que ontem choveu e hoje está fazendo sol. Ela me beija e claro que retribuo o seu beijo e quando vou aprofundar mais escuto à sua barriga roncar e com ela no colo vou direto para a cozinha.

Ela me contou o que descobriu sobre os livros e estava tão empolgada que não resisti e fiquei prestando atenção em tudo que ela falava, tomando o cuidado para a fazer comer, pois empolgada em me contar tudo ela esquecia que precisava comer e beber.

O resto da semana ela continuou com os livros e tentou fazer junção de outros, mas precisou pegar mais leve, pois tinha matéria acumulada da faculdade, por ter perdido diversas aulas presenciais ela precisava comparecer na próxima.

Para a minha surpresa, até mesmo Destin fez questão de ficar comigo ali no carro esperando ela sair. Destin me contou que ele também foi trocado pelos livros e isso me fez cair na gargalhada.

Ele fez tanto drama com a situação que não percebemos o tempo passar, porém, após poucos minutos que a Roz voltou após o almoço, sua respiração muda me deixando em alerta.

Ela vinha na nossa direção e antes que eu conseguisse sair do carro, Destin já estava indo ao seu encontro a aparando para ela não cair. Destin estava preocupado e seu olhar deixava isso claro.

— Roz o que aconteceu? O que está sentindo?

— Meu corpo está doendo e estou sentindo frio.

— Leva ela — Destin aponta para o carro enquanto fala.

— Ela está queimando de febre — a pego no colo a levando para o carro.

— Vai demorar assim.

— Não pode sumir conosco na frente de todos.

— Entra no carro que vou mandar vocês.

Não teimei com Destin, sei que ele não é nenhum inconsequente, então sabe o que está fazendo, mas quando abro a porta do carro já estava em casa, o corpo de Roz estava ficando mole na mesma proporção que ele esquentava.

A sento na pia enquanto tiro a minha roupa, em seguida retiro a sua para entrarmos na banheira, mas assim que seu corpo entra em contato com o meu a temperatura começa abaixar.

Então apenas a pego no colo e vou direto na cama, não demora muito ela esta dormindo agarrada ao meu corpo. O interessante é que todas às vezes que tento acomodar o seu corpo na cama a temperatura sobe novamente.

Não demora muito, Destin entrou no quarto com uma bandeja com sopa, que só não caiu no chão, por ser amparada por magia. Ele tampa os seus olhos e vai saindo do quarto resmungando.

— Espera, como é que você...

— Não fiz nada, seu pervertido, ela estava queimando de febre, eu ia colocar na água para normalizar a temperatura.

— Não era mais fácil dar um antitérmico?

— Nem lembrei — Destin dá um tapa na minha testa e depois coloca a sua mão na testa de Roz.

— Ela está com a temperatura boa, mas por favor na próxima de um remédio ou me avise que vai estar com ela...

Destin parou de falar no meio da frase e me olhou apreensivo, não era normal a pele dela esfriar quando tocasse a minha e essa dúvida também estava martelando na minha cabeça.

— Normalmente ela reclama que a água está gelada e me joga dentro para se esquentar, é a primeira vez que sou usado para esfriar alguém — Destin começa a gargalhar, mas logo tampa a sua boca ao ver que Roz se mexe no meu colo.

— Desculpa, já parei — Ele vai até o armário e pega uma camiseta minha e me entrega — Coloca nela por favor, eu sei, Roz sabe que não sentimos nada além de amor fraterno, mas não quero confusão com o seu lobo por ciúmes infundados.

Não consigo segurar a risada baixa enquanto vou colocando em Roz a camiseta e foi nesta hora que percebi que as mordidas estavam ficando avermelhadas assim como a marca que ela tem no pulso, aflito olho para Destin que me retribui o olhar mais preocupado ainda.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora