39. Me deixa explicar

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Não consigo acreditar ainda que contei sobre o cio de maneira tão aberta como fiz agora, as palavras de Roz ainda rondavam a minha cabeça, como assim cadela? Eu não me encontrei com ninguém, apenas cacei insanamente para voltar o mais rápido possível.

— Eu já iria me recolher para descansar, mas já que temos um espetáculo eu faço questão de me servir mais um pouco — Destin ergue a xícara e quando sinto o cheiro era a poha do chá da verdade.

— Como?

— Ela preparou sozinha e o melhor foi que ela enganou nós dois durante o mês juntando os ingredientes sem que nem suspeitássemos, é exatamente por isso que me a acho encantadora.

— Cala a boca, poha — puxo meu cabelo para trás, o que eu mais temia estava acontecendo e se ela for embora?

— Deixa de drama seu tapado, ela já sabe de nós e nossa natureza há muito tempo — não consigo esconder o meu olhar espantado e isso fez Destin gargalhar.

— Como?

— Ela é curiosa, observadora e muito inteligente, a arco Iris ganhou minha admiração e pode ter certeza se antes eu não iria ensinar, agora eu ensino tudo e o que não sei vou aprender para ensinar a ela.

— Não vai ensinar nada...

— Vou, sim, ou ela vai aprender sozinha, ou com outras pessoas...

— Você ensina, mas agora como resolvo isso?

— Simples, enche a xícara e termina de contar tudo, eu avisei para contar antes, mas você ficou enrolando.

— Eu tenho medo dela ir embora.

— Ela já descobriu faz tempo e você ainda está com medo dela ir embora, para de ser burro Lykos, ela não foi antes embora fugindo da sua natureza, mas não duvido que ela decida ir embora por falta da verdade vinda de você.

— Aonde você vai?

— Embora, mas se fizer merda eu venho buscar ela e sim, foda-se você, eu vou proteger e a arco Iris.

Subo até o quarto e não a encontro, merda ela não veio para o nosso quarto, isso vai feder. Vou até o quarto que de início era o dela e quando tento entrar a porta está trancada.

— Roz, por favor, me deixa entrar.

— Não.

— Por favor, me deixa explicar.

— Não tem explicação e se e abrir essa porta eu vou acabar brigando feio com você.

— Você entendeu tudo errado meu amor, por favor me deixa entrar — escuta a respiração dela se alterar novamente e agora que percebo que a chamei de meu amor.

— Está mentindo.

— Não posso, o seu chá está na minha mão e vou tomar tudo e responder qualquer coisa que pergunte.

— Tudo mesmo? Sem correr?

— Sim, agora tudo — escuto ela se aproximar da porta e quando ela é aberta quase derrubo o chá tentando a abraçar, mas ela nega apontando para o chá.

— Primeiro vai me contar tudo.

— Pronto — viro o chá de uma vez, já sabendo que agora não tem volta.

— Onde estava?

— Caçando — ela entorta a cabeça para o lado tentando entender — Entro toda lua cheia no cio, mas ao contrário do que você está pensando eu não saio a procura de mulheres, eu uso essa energia para caçar em minha forma lupina, sempre vou com Destin, pois se sair do controle ele me apaga.

— Você sai para caçar e come cru? — ela faz uma careta tão linda que não me aguento e acabo me aproximando tocando o seu rosto.

— Sim, o mais animal possível, não te contei antes, pois estava com medo de ser rejeitado novamente.

— Precisa ser mais claro Lykos, pois eu mudei até de país com você, então não consigo entender esse medo.

— Eu era alfa da minha alcateia, quando fui traído e rejeitado, meu alfa ou meu lobo, ele adormeceu quando viu a maioria mortos.

— Crianças queimadas e as mulheres...

— Então era mesmo você — abraço ela apertado enquanto suas mãos contornam meu corpo sem medo — Não queria que tivesse visto nada daquilo.

— Mas sua postura...

— Meu alfa começou a despertar assim que senti o seu cheiro — ela faz novamente aquela careta e acabo rindo baixo — Você tem cheiro de rosas, eu te procurei por toda aquela faculdade e quando escutei tudo...

— Então desde o começo você já sabia do meu passado?

— Sim...

— Ótimo, via dormir no sofá por uma semana — ela dá um tapa no meu peito, me fazendo rir baixo junto a ela.

— Se for comigo eu durmo em qualquer lugar — tento beijar ela, mas Roz coloca a mão, confirmo com a cabeça — Para te proteger ele despertou e está cada dia mais acordado.

— Aquele dia no sofá...

— Sim, eu quase perdi o controle e ele assumiu.

— Qual o seu receio?

— Ele a quer para ele de todo o jeito e eu a quero segura, esse meu mundo é muito violento e aqui prevalece a lei do mais forte, calma vou explicar — a puxo de volta preciso dela perto ou vou acabar surtando — Assim que ele te marcar ele se fortalece e por ter a quem lutar e isso vai chamar atenção dos mesmos que mataram a minha alcateia.

— Você tem medo que eles me matem?

— Sim, você é meu amor, minha vida, meu tudo, eu não sei mais viver sem você e não quero mais viver sem você, eu te amo Roz.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora