8. Primeira vez?

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Lykos providenciava tudo com tanta facilidade que cheguei a me perguntar diversas vezes que ele veio com o propósito de me levar embora, mas o que ele ganharia com isso? Afinal, nem de longe sou uma pessoa discreta ou bonita.

Bom, para quem estava até ontem sem rumo e perdida na vida, hoje continuo sem rumo, mas perdida na suíça. Eu só posso estar ficando louca, eu não sou fluente nem em inglês, como vou me virar onde se fala alemão ou é sueco? Tem diferença?

— Roz, o que tiver dúvida...

— Lá se fala o quê? Sueco? Alemão? Inglês? Tem diferença entre alemão e sueco? — ele começa a gargalhar pelas várias perguntas que estou fazendo ao mesmo tempo, e tenho certeza que estou fazendo papel de boba, mas estou nervosa.

— A língua oficial é alemão...

— Estou ferrada.

— Fica tranquila, eu te ensino, mas terminando de responder sim tem diferença, sueco é falado na Finlândia e arredores, aonde vamos é alemão mesmo, mas vai encontrar alguns conversando em inglês normalmente por ser um ponto turístico.

— Esse é o problema, não consigo nem falar o inglês fluente — ele segura meu rosto com as suas mãos me fazendo olhar diretamente para aqueles olhos surreais.

— Calma Roz, vou te ajudar e te proteger, isso inclui te ensinar também.

Abraço ele forte contra o meu corpo antes que eu perca o juízo que não tenho e beijo aquela boca que tanto me chama, não posso fazer isso vai que ele me larga aqui, não quero ficar longe até mesmo o seu cheiro me acalma.

— Precisamos embarcar, as horas de voo são grandes e então você pode dormir.

— Você não dorme?

— Normalmente não...

— O que vai ficar fazendo?

— Cuidando do seu sono — eu esperava qualquer resposta, menos aquela.

— Ei, fica linda vermelha fadinha.

— De novo com esse negócio de fadinha?

— Colorida e de humor duvidoso — não consigo me manter séria e acabo gargalhando com ele.

Apesar de ser cedo o aeroporto estava bastante movimentado e várias pessoas resolveram trombar em mim, mas Lykos me puxou colando nossos corpos novamente e sinceramente me perdi até onde estava por sentir seu perfume.

Ow homem cheiroso — resmungo mais alto do que esperava.

— O que disse Roz? — merda ele ouviu, já sei vou fingir que não sei de nada — Roz, não entendi o que disse — ele ergue meu rosto me fazendo olhar em seus olhos, mas ele estava segurando o riso.

— Cachorro, você escutou o que não era para ouvir — ele começa a rir nasalado.

— Cachorro? Sério?

— Vou te chamar de Totó, já que pode me chamar de fadinha.

— Já me chamaram de muitas coisas, mas totó é a primeira — minha mente foi imediatamente em várias situações pervertidas e agradeço por sermos chamados para embarcar.

Dentro do avião fico em choque ao perceber que vamos de primeira classe, ele me parecia muito confortável com a situação, mas eu apenas conseguia olhar a cama de casal, o banheiro que eram privativos e um espaço onde ficavam algumas poltronas.

— Primeira vez Roz? — consigo apenas confirmar com a cabeça, ele fecha o acesso ao nosso espaço e guardando as malas de mão que ele deixou apenas os documentos e alguns eletrônicos e na minha tinha três trocas de roupas sendo duas térmicas.

— Primeira vez andando de avião, primeira vez em tudo... ou quase tudo.

— O que seria esse quase? — meu corpo paralisa e me viro para o outro lado olhando qualquer coisa apenas para não olhar para ele — Roz?

— Seria minha boca aberta que fala demais quando estou nervosa — sua risada atrás de mim era um perigo, como pode ser tão gostoso dessa forma, estou perdida naquela casa, vou precisar arrumar um namorado rápido.

Lykos se afasta já saindo e fechando a porta atrás de si, não escutei ninguém chamar, mas e daí vou olhar o que mais tem aqui. Descobri que em cima, não na frente da cama, tinha uma televisão que estava no mudo, provavelmente para ser usado apenas com fones.

Como a minha bolsa está guardada no alto, resolvi pegar os fones de Lykos e caso ele achar ruim eu devolvo, os encontro próximos aos meus documentos e quando os retiro um bilhete dourado chamou minha atenção.

"Sabe que pode contar comigo sempre, mas quero explicações. Destin"!

Ele é casado? Compromissado? E eu cobiçando o homem dos outros... Ai que vergonha, me encolho na cama colocando qualquer filme rápido para passar antes que ele retorne.

Não demorou muito escuto ele entrar, mas me encolho mais na cama dando muito espaço para ele, por um momento pondero se devo perguntar ou não sobre o bilhete, mas entregaria que mexi nas coisas, por outro lado, os documentos são meus.

— Onde é que estou me enfiando? — acabo resmungando deixando meu pensamento escapar.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora