112. Ninguém e nada pode nos separar

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Após a morte de Lykos eu não me transformei mais e toda energia que juntava usava para espiar os meus filhos que também não pisaram mais aqui, sei que eles agora têm a vida deles, mas se eu posso estar por perto eu estaria.

Foi assim que vi a partida de Lykos que tinha tudo para ser calma se a casa não fosse invadida por Orgi Vampir anunciando que veio buscar o que lhe pertencia, eu tentei de todas as formas tentar impedir, mas não consegui.

Mairin se colocou à frente do pai, mas quando Orgi jogou Enver e Destin amarrados e sangrando por terem lutado resistindo, ela se entregou. Enver é o companheiro de Destin e Orgi deixou bem claro que foi acordado que ele me deixaria em paz assim como Lykos, desde que a irmã do seu companheiro fosse entregue a ele para ser sua esposa.

Lykos partiu somente quando Mairin garantiu que iria escapar e que ela seria muito feliz ainda, Orgi respeitou esse momento e depois disso eu não consegui mais chegar perto dela.

Eu me recolhi e quando Enver veio me ver acabei chorando muito, mas ele me avisou que conseguiu falar com Mairin e ela iria se libertar daquele cretino em grande estilo ainda, eu precisava apenas esperar.

Não sei quantos anos mais se passaram, mas logo percebo a movimentação dentro da casa, uma jovem de cabelos ruivos entrou na casa olhando cada canto enquanto o vendedor tentava explicar que muitos têm medo do lugar por acreditar que ele é assombrado.

— Não me importo — com apenas um acesso seus vários vampiros entram na casa e em questão de poucas horas tudo estava limpo, organizado e até mesmo a comida estava pronta.

Durante a noite vejo Igétis que sempre espantava qualquer um que tentasse entrar na casa a base dos sustos, no final ele sempre vinha me contar gargalhando, mesmo que eu não aparecesse para ele.

Dessa vez não seria diferente ele começou a uivar, mas isso não estava dando certo, pois a ruiva apenas se levantou sorrindo e quando chegou no andar de baixo o encontrou em sua forma de lobo.

— Seja bem-vindo lobinho.

— Quem é você? — ele começou a voltar a sua forma humana.

— Isso importa?

— Essa casa é sagrada, você não pode ficar aqui.

— O que eu procuro está aqui, é só você não me incomodar que não vamos ter problemas.

— Aqui ninguém fica e você não será exceção — ele se transforma novamente e pula em cima dela, mas assim que ela o toca, ele volta a sua forma humana completamente confuso.

— Aqui foi o último lugar que a peeira ressurgiu, não vou demorar, pretendo apenas conversar com ela, então preciso ficar aqui, pois a lua cheia é daqui a dois dias ainda, você não fica no meu caminho, em troca você permanece vivo.

— O que é você?

— Já disse, isso não importa — tento me aproximar, mas ela me expulsa dali, não me permitindo saber o que mais aconteceu com eles.

Isso me deixou preocupada, mas logo Igétis passou correndo todo confuso, ela pelo jeito conseguiu o convencer. Agora só esperar os dois dias que ela virá conversar, espero que ela me reconheça, já que faz muitos anos que não temos mais contato.

Assim que a lua apontou no céu, eu já estava pronta, mas ela apareceu apenas perto das três horas da madrugada. Igétis estava acompanhando cada movimento dela, mas assim que o meu olhar percorreu mais ao longe consegui ver o cretino que sorria e ainda por cima acenava para mim.

— Oi, mãe — minha menina estava ali na minha frente e algumas lágrimas teimosas acabaram caindo.

— Oi, meu amor — abro os braços e ela vem correndo me abraçar, ela estava linda, mas assim que a toquei consegui sentir tudo o que ela vem passado e quando vou abrir a minha boca ela nega.

— Desculpa não vir antes...

— Eu te amo e sabe o que precisa ser feito, por que não fez ainda?

— Vou me casar amanhã, vim buscar o meu presente — Orgi Vampir se aproxima com aquele sorriso nojento dele e quando ele toca na cintura puxando Mairin contra o seu corpo sei que minha filha está em perigo.

— Nos encontramos novamente fada desprezível.

— Não a ofenda, ela é minha mãe.

— A mesma que me deu você junto com o seu tio Destin — ele a torturava psicologicamente e pelo jeito a coisa só ia piorar após o casamento.

— Eu quero o meu presente, me deixe me despedir dela — ele apenas confirmou se afastando, eu sabia que isso não adiantaria nada já que ele escutaria de qualquer forma.

— A chame de precisar e por favor não demore — ela me olhou e falando sem som me disse que já chamou.

— Chega disso tudo — sinto ele enfiar a mão contra o meu corpo retirando o meu coração e logo minha essência estava resumida apenas uma esfera rosada — Aqui, não demore, estou te esperando em casa querida.

Mesmo daquele tamanho, conseguia sentir a repulsa de Mairin quando ele lambeu o seu pescoço. Assim que não sentimos mais a presença dele, ela retirou um colar de dentro da roupa e ali estava uma esfera esverdeada.

— Agora finalmente vocês vão ficar juntos e em paz — ela nos coloca juntos, era o meu Lykos.

Mairin tinha mesmo se sacrificado para nos juntar e nos ver felizes, sinto os braços de Lykos me abraçando e quando olho em volta não estamos mais ali era um campo lindo com uma casa mais fundo, tudo muito simples, mas pelo jeito aconchegante.

— Precisamos...

— Não, amor, agora é com eles.

— LYKOS — solto um grito tentando me soltar, mas ele me beija e como eu senti falta dele todos esses anos que acabo me entregando ao beijo.

— Ela não está sozinha e encontrou seus companheiros, a melhor parte é que agora ela não os rejeitou.

— Os? Plural?

— Sim, Heres aquele abusado que já sabíamos que tinham uma ligação e Éros o primogênito de Orgi — eu não conseguia falar nada com tanta informação — Amanhã na noite de núpcias Mágissa que vai no lugar dela para o matar de vez, assim eles estarão livres e felizes.

— Agora é a nossa vez? — ele encarava sorrindo — Nossa vez de sermos felizes?

— Sim, meu amor, agora ninguém e nada mais pode nos separar.

Haaaaaaaaaaaaaaaaaaa que eu não estou pronta ainda para dar adeus para esse casal que tanto se atrapalhou e lutou para ficar junto, os dois que ultrapassaram qualquer barreira e lei mágica ou não, mas finalmente vão se amar e ser felizes juntos.

Antes de ir queria apenas lembrar que não podemos nos acostumar com uma vida mais ou menos, a vida pede muito mais e para isso tenha seu amor-próprio ativo. Principalmente reconheça que você merece o melhor e se afastar quando a realidade não é essa.

Insistir apenas em ser feliz, em ter paz e em cuidar de si mesmo essa é a única teimosia que vale a pena. Reconheça as suas conquistas e se orgulhe de onde já chegou, no final das contas é somente você quem vai enfrentar seus piores e melhores dias, seja sempre a sua melhor companhia.

Nos vemos nos próximos livros e simmmmmmmm vai ter continuação, então me segue para ser notificado quando o livro lançado, fiquem bem, fiquem em paz...

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora