83. De novo esse assunto?

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Demoramos mais alguns dias em Las Vegas para aproveitar o que não foi feito da primeira vez, então quando chegamos os nossos sorrisos não deixavam o rosto, pelo não até Destin aparecer pulando na nossa frente.

Perco o sorriso ao perceber o livro com o ritual da transformação aberto, ele estava se preparando para aquilo sendo que eu nem aceitei ainda, pior que sei que Roz vai na e Destin sem nem pensar nas consequências.

Para minha surpresa Roz começou a contar livremente o que aconteceu, isso me fez sorrir novamente, pois não doeu mais nela e era essa exatamente a minha intenção quando a fiz voltar.

Percebi que Destin ficou tenso quando ela comentou da mulher que estava com aquele homem, mas não era medo o que ele sentia e sim nostalgia e principalmente respeito.

Ele já se encontrou e se relacionou com diversas entidades, seres e até mesmo deusas que nem conhecia, acabo engolindo seco quando ele força o sorriso pelo detalhe dela ter piscado para Roz.

— Lykos...

— De novo esse assunto? Não pode esperar pelo menos tomar um banho, comer alguma coisa, viver alguns anos...

— Está correndo — Roz me olhava atentamente me analisando e agora eu sei que vou arrumar briga com ela.

— Consequências que vocês não estão levando em consideração.

— Então por que não expõe?

— Lobos, para ter uma alcateia preciso de lobos e se os dois não se lembram eles me odeiam e querem me ver morto.

Jogo aquelas palavras na cara dos dois e subo para o quarto, não queria ouvir mais nada e com isso retiro a minha roupa e vou direto para a banheira. Quando saio do banheiro, Roz está sentada na cama enquanto Destin me olhava mortalmente pela porta.

— A transformação vai fazer que Roz permaneça viva por mais tempo, não apenas lhe proporcionar força e resistência.

— Meu tempo com você é curto, Lykos, basta apenas comparar os meus vinte e sete anos com os seus trezentos e quarenta e nove.

— Quarenta e seis — a corrijo sabendo que estou me entregando e o seu sorriso deixou claro que ela entendeu que me tinha em suas mãos agora.

Respiro fundo me sentando ao seu lado enquanto aquelas mãos pequenas brincaram com os meus dedos, ela abria e fechava a boca diversas vezes e sei que quando ela encontrar as palavras certas eu não vou gostar nada do que ela irá revelar.

— Você comentou comigo que queria ter uma família — a olho no mesmo instante, um sorriso cresce nos meus lábios apenas por cogitar que ela está pensando no assunto — Mas quem não está pensando nas consequências ou não se importa com elas é você.

— Pegou pesado Roz — Destin se pronuncia e quando meus olhos somem na sua direção consigo observar o livro a qual tanto corri e tentei deixar bem longe das mãos da Roz.

— Não, Destin, ele me cobra tanto sobre consequências e me marcou da forma errada — olho para ela pronto para me defender, mas ela me silencia com o seu dedo — não nega que ficou pior.

— Vou morder o seu corpo todo a cada vez que gozar só para você esquecer disso.

— Eita que eu vou pegar a pipoca — Destin segurava a risada e quando olhamos para ele no mesmo momento ele explodiu em gargalhadas jogando o livro na minha direção.

Ali estava bem claro que a punição por misturar as espécies, no caso uma humana com um lobisomem, iria gerar uma criança fraca e doente, além de conduzir a humana a morte durante o parto.

— É isso que você quer? Que eu morra e que a família...

— Nunca vou desejar a sua morte, só tenho medo do que vai acontecer com você.

— Se estiver me comparando...

— Dor, estou falando da dor, você vai sentir todos os seus ossos se quebrarem de uma única vez — agora quem estava pegando pesado sou eu — Isso vai sim garantir que você fique mais forte, resistente e mais anos de vida, mas a dor...

— Quantos anos? — ela estava se apegando a isso, em não me deixar.

— Não tenho como saber quanto tempo você viveria normalmente, mas isso apenas duplicaria.

Roz se calou e por alguns instantes ela ficou com o olhar parado olhando para a janela, procuro alguma resposta em Destin que está completamente arrepiado e paralisado.

— Por que estão insistindo tanto?

— Para a manter viva.

— Eu quero te manter vivo — Roz me olhava sorrindo, mas seu sorriso não chegava nos olhos.

Destin não falou mais nada e saiu batendo a porta como alerta que ele foi realmente embora, os dois virão alguma coisa e nem vou me atrever a perguntar, pois não terei respostas, ou não vou gostar das respostas assim como Destin não gostou do que Roz estava vendo.

— Eu...

— Tudo bem, o que tiver que ser vai será — ela estava confiante demais ou das duas uma, ou ela vai me pressionar assim como fez com a marca, ou eles sabem que eu vou ceder por algum acontecimento.

Roz me deixa no quarto e sorrindo vai para o banheiro, ao invés de ir atrás dela resolvo ir providenciar o que comer, afinal ela não comeu nada desde o almoço de ontem e acha que não percebi.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora